Capítulo 5

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Isadora Fonseca Diniz.

10 de março — 11:01
Sexta-feira

A galinha magricela, e bota dez, e bota cem, e bota mil...A galinha magricela, bota ovo, bota banca, de mais bela do Brasil! — Gargalhei ao ver a tia Kiara dançar e cantar enquanto tenta distrair o Samuel. Ele ria dela se remexendo no sofá, colocamos ele sentado, apoiado em umas almofadas.

    Graças a Deus ele está bem melhor, a febre passou, o nariz só está ainda um pouco entupido mas nada demais. Conseguimos uma pediatra incrível para levar ele, tia Kiara foi comigo ontem e ela foi super atenciosa, me explicou várias coisas e tenho certeza que vou continuar com ela enquanto puder.

   Hoje é sexta feira, minha avó vai vir almoçar aqui, tia Kiara fez escondidinho de carne moída e eu fiquei responsável por uma sobremesa, como não estou com muito tempo resolvi fazer bombom de uva na travessa, fui no mercado comprar as coisas mais cedo e agora só falta a ganache.

— Essa música é tão antiga, tia, a senhora cantava para o Heitor e eu, lembra? — Sorri.

— Lembro, menina, é a única que eu sei até hoje, da minha época de mãe. — Riu prendendo o cabelo em um coque. — Você gostou, gostoso da vovó? — Deu um cheiro no Samuca, ele sorriu fazendo uns barulhinhos. — Está todo suado já.

— Vou dar um banho nele para o almoço, hoje o calor está horrível. — Neguei pondo a ganache sobre o creme branco. — Tem granulado aí, tia? Esqueci de comprar.

— Acho que tem, vê na geladeira. — Falou. Fui até a mesma e achei atrás da maionese. — Achou?

— Sim. — Afirmei pondo no doce. — Pronto, agora só ficar na geladeira, se não gelar até lá a gente põe no freezer um pouquinho.

— Acho que gela sim, essa geladeira é boa. — Se aproximou com o Samuel no colo. — Faz um favor para mim? Liga para a sua avó e pergunta se ela já está pronta, por favor? Vou dando um banho nele enquanto isso.

— Tá bom.

— Obrigada. — Mandou beijo. Ela foi ainda dançando com o Samuel para o corredor e eu peguei o meu celular para ligar para minha avó.

    Coloquei o celular apoiado no ombro e comecei a lavar tudo que sujei enquanto chamava.

— Oi, minha filha.

— Oi, vó, bença.

— Deus te abençoe, como vocês estão?

— Estamos bem, a tia Kiara pediu para perguntar se a senhora já está pronta.

— Estou quase, filha, falta só passar meu batom. Seu tio está em casa para me buscar? Se não tiver eu vou andando mesmo, fazer a caminhada que não fiz hoje.

— Ele está trabalhando ainda, vó, vai chegar mais perto do almoço. — Tirei o sabão das coisas. — Vou aí buscar a senhora para não vir sozinha.

— Não precisa, menina.

— Preciso fazer uma caminhada também, vó. — Brinquei rindo. — Minha tia foi dar um banho no Samuel, vou aproveitar e comprar um refrigerante, minha tia ia depois mesmo.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora