Capítulo 57

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Isadora Diniz Cardoso.
05 de fevereiro - 10:12
Quarta-feira .

   Estou a ponto de sucumbir na ansiedade e no medo. Desde a madrugada estou sentindo contrações, e não, não são de treinamento. Meu tampão saiu dia três e desde então venho tendo contrações, porém era uma aqui, outra depois de horas mas agora estão de dez em dez minutos e sinceramente, não quero pensar nas dores quando a for a hora dessa menina nascer.

    Ainda não falei para ninguém sobre isso, queria ter a certeza de que estou realmente eu trabalho de parto, todos estão ansiosos para essa menina nascer, Juan é o mais ansioso. Desde o dia três quando o tampão sair ele não para quieto, toda hora pergunta se estou bem, se a bolsa estourou, não dorme direito, então preferi ficar quieta e não contar por enquanto.

    Eu acordei tem uma hora e essa é a quinta  contração do dia, ou seja, ela provavelmente nasce hoje ou pela madrugada.

— Você vai ser a última filha da mamãe, tá bom? Eu já senti muita dor nessa vida, minha filha. — Respirei fundo passando a mão na barriga, está tão dura que posso quebrar algo apenas com ela.

     Caminhei até a cozinha e peguei minha garrafa d'água, dei um longo gole escutando a voz da Jana no portão, Samuel dormiu na casa deles ontem. Peguei o controle do portão e saí, abri o portão e meu garotinho correu abraçando minha perna.

— Mamãe! — Exclamou beijando minha barriga. Sorri dando um cheiro nele. Estava de pijama ainda mas com o cheirinho de sabonete e cabelos úmidos.

— Bom dia, meu amor. Que saudade. — O abracei. — Dormiu bem? Hum? 

— Muito bem, o gatinho dormiu na minha cabeça. — Contou rindo.

— Dormiu, filho? Que legal. Você gostou?

— Muito!

— Disse que vai pedir um para o pai dele. — Jana  riu da minha careta, me abraçando com a Estela no colo.

— Deus me livre bicho agora. — Neguei. — Bom dia, princesa da dinda. — Peguei a Lala no colo, enchendo a mesma de beijos. Ela riu abraçando meu pescoço.

— Óh, dei banho nele mas quis pôr o pijama de novo, nem o Heitor conseguiu fazer ele colocar a roupa normal.

— Nessas férias esse menino não quer tirar o pijama. — Neguei apertando as bochechas do meu garotinho que gargalhou. — Vamos entrar, passei o café tem pouco tempo. — Fechei o portão de novo, Jana entrou atrás de mim e deixamos as crianças na sala, brincando no tapete de brinquedos do Samuel.

    Respirei fundo sentindo mais uma contração e me apoiei na parede, Jana me olhou assustada segurando meu braço.

— Isso é contração? — Perguntou baixo, concordei soprando ar para fora. — A quanto tempo está sentindo isso?

— A madrugada toda, essa é a sexta desde que eu acordei de fato. — Ela arregalou os olhos. — Eu sei... — Funguei fazendo um bico de choro. — Estou com medo, amiga.

— Ah, amiga. — Sorriu de lado me abraçando. Enterrei a cabeça em seu pescoço sentindo a contração ir embora. — Eu sei como isso é amedrontador mas tenta não deixar o medo te dominar. Vive o momento, é doloroso mas é único. — Concordei sentindo minha garganta coçar.  — Juan já sabe? Está acordado?

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora