Capítulo 18

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Juan de Oliveira Cardoso.

04 de julho — 08:50
Terça-feira.

— Estou indo, galera. — Beijei o rosto das gêmeas e o da minha mãe.

— Vai com Deus, meu filho.

— Tchau, Juju.

— Amo vocês. — Falei pegando a chave da moto.

— A gente também te ama, filho. Pegou a marmita? — Concordei.

   Saí de casa colocando a mochila nas costas, peguei a moto e pilotei até a mecânica, seu Inácio estava abrindo ela.

— Bom dia, seu Inácio. — Desliguei a moto e desci.

— Bom dia, Juan. — Me olhou. — Deixa eu te falar, começa com o carro de ontem hoje, o home vai buscar no final da tarde.

— Beleza. — Concordei entrando na mecânica. — Cadê a ficha?

— No balcão.

   Caminhei até o balcão pegando a ficha do carro e comecei a trabalhar nele, orando para não dar nenhum problema senão a culpa ia vir para mim. Esses caras riquinhos não podem ver um problema que quer jogar a culpa no pobre, ainda mais em mecânica.

    Fiquei umas quatro horas só nesse carro, acabei sentindo minha barriga roncar, sequei minha testa suada e Heitor entrou na mecânica todo sorridente.

— Que alegria é essa? Engoliu palhaço? — O perturbei.

— Está bem alegrinho mesmo. — Seu Inácio o analisou.

— Sabe o nome disso? Casamento, meus amigos, casamento. — Gesticulou exageradamente nos fazendo rir.

— Faz tempo que não sei o que é isso. — Falei divertido.

— Não sabe o que está perdendo, a dor de cabeça passou na hora. — Deixou a mochila na salinha. — Qual a boa de hoje?

— Cinco motos para você. — Jogou as fichas para ele, Heitor logo fechou o sorriso. — Ué, não estava feliz? Usa a felicidade para trabalhar. — Riu.

— Alegria de pobre dura pouco mesmo. — Murmurou indo trabalhar.

   Neguei achando graça e fui lavar a minha mão, peguei o pote de comida na geladeira e pus para esquentar no microondas, me sentei para comer depois que ficou quente.

— Rapazes, eu vou lá em casa almoçar rapidinho, fiquem de olho na mecânica por favor. — Seu Inácio falou pegando seu celular.

— Vai lá. — Falei. Ele acenou saindo, Heitor correu até a porta verificando se ele já tinha ido e voltou me olhando. — O que foi?

— Vem cá, já descobriu no que o dono do carro trabalha? Mó carrão. — Pôs a mão na cintura.

— Como vou descobrir isso? Sou contratado para cuidar do carro, pô, não do trabalho do homem. — Fui óbvio. Heitor fez uma careta jogando o pano em mim.

— Ignorante, não sei como minha prima gosta de você. — Virou a cara, indo em direção a moto. Eu ri abrindo meu refrigerante.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora