Juan de Oliveira Cardoso.
04 de julho — 08:50
Terça-feira.— Estou indo, galera. — Beijei o rosto das gêmeas e o da minha mãe.
— Vai com Deus, meu filho.
— Tchau, Juju.
— Amo vocês. — Falei pegando a chave da moto.
— A gente também te ama, filho. Pegou a marmita? — Concordei.
Saí de casa colocando a mochila nas costas, peguei a moto e pilotei até a mecânica, seu Inácio estava abrindo ela.
— Bom dia, seu Inácio. — Desliguei a moto e desci.
— Bom dia, Juan. — Me olhou. — Deixa eu te falar, começa com o carro de ontem hoje, o home vai buscar no final da tarde.
— Beleza. — Concordei entrando na mecânica. — Cadê a ficha?
— No balcão.
Caminhei até o balcão pegando a ficha do carro e comecei a trabalhar nele, orando para não dar nenhum problema senão a culpa ia vir para mim. Esses caras riquinhos não podem ver um problema que quer jogar a culpa no pobre, ainda mais em mecânica.
Fiquei umas quatro horas só nesse carro, acabei sentindo minha barriga roncar, sequei minha testa suada e Heitor entrou na mecânica todo sorridente.
— Que alegria é essa? Engoliu palhaço? — O perturbei.
— Está bem alegrinho mesmo. — Seu Inácio o analisou.
— Sabe o nome disso? Casamento, meus amigos, casamento. — Gesticulou exageradamente nos fazendo rir.
— Faz tempo que não sei o que é isso. — Falei divertido.
— Não sabe o que está perdendo, a dor de cabeça passou na hora. — Deixou a mochila na salinha. — Qual a boa de hoje?
— Cinco motos para você. — Jogou as fichas para ele, Heitor logo fechou o sorriso. — Ué, não estava feliz? Usa a felicidade para trabalhar. — Riu.
— Alegria de pobre dura pouco mesmo. — Murmurou indo trabalhar.
Neguei achando graça e fui lavar a minha mão, peguei o pote de comida na geladeira e pus para esquentar no microondas, me sentei para comer depois que ficou quente.
— Rapazes, eu vou lá em casa almoçar rapidinho, fiquem de olho na mecânica por favor. — Seu Inácio falou pegando seu celular.
— Vai lá. — Falei. Ele acenou saindo, Heitor correu até a porta verificando se ele já tinha ido e voltou me olhando. — O que foi?
— Vem cá, já descobriu no que o dono do carro trabalha? Mó carrão. — Pôs a mão na cintura.
— Como vou descobrir isso? Sou contratado para cuidar do carro, pô, não do trabalho do homem. — Fui óbvio. Heitor fez uma careta jogando o pano em mim.
— Ignorante, não sei como minha prima gosta de você. — Virou a cara, indo em direção a moto. Eu ri abrindo meu refrigerante.
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Amor que cura
Romance"Um dia alguém vai chegar, o amor que cura Me abraçar e me segurar, só não me segura Me mostrar que ainda vale amar e cumprir a jura De ficar e não abandonar da forma mais pura..." Depois de ser abandonada por quem mais deveria amá-la e sofrer u...