Capítulo 3

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Isadora Fonseca Diniz.

06 de março — 09:21
Segunda-feira

    Estou na correria dos últimos documentos, meu tio pediu um dia de folga para ir junto comigo. Samuel está dormindo, ele acordou por volta das seis da manhã mas não demorou para dormir de novo, minha tia vai cuidar dele enquanto estou longe.

— Está pronta, Isa? — Escutei a voz do meu tio no corredor.

— Estou. — Respondi passando perfume. Peguei minha bolsa e a pasta com os papéis.— Tia, a eu tirei leite mais cedo, deixei na geladeira. — Falei para a mesma que estava organizando a sala. — Qualquer coisa a senhora avisa para o meu tio, eu volto na mesma hora.

— Tudo bem, filha, vai tranquila que eu cuido dele. — Sorriu beijando minha cabeça. — Vão com Deus.

— Logo voltamos. — Meu tio deu um selinho nela.

    Saímos de casa na mesma hora que Heitor e Janaína estavam descendo, ela com uniforme e ele com uma bermuda e camisa jogada nos ombros.

— Bom dia. — Janaína sorriu.

— Bom dia. — Respondemos.

— Já está indo trabalhar? — Meu tio perguntou para ela.

— Sim. — Me abraçou. — Tudo bem?

— Tudo e com você? — Ela concordou. Heitor beijou minha cabeça.

— Estão indo resolver as coisas? — Heitor perguntou.

— Sim, espero que dê tudo certo. — Falei.

— Vai dar sim, já deu inclusive. — Ele sorriu — Vou levar ela no trabalho, estou de folga hoje.

— Vão lá, meus filhos, tenham um bom dia. — Tio Henrique se despediu dos dois assim como eu.

   Janaína abriu o portão, eu fui no carro com meu tio e ela na moto com o Heitor. Tio Henrique buzinou se despedindo deles e seguimos caminho.

Juan de Oliveira Cardoso

11:02

    Sequei a minha testa suada, hoje tá um calor horrível, não tem um vento passando na rua. Acordei atrasado hoje, Julia acabou com a bateria do meu celular nos joguinhos dela e eu não vi, acordei com as meninas indo pra escola.

— Juan, tem um carro aí para trocar o escapamento. — Seu Inácio apareceu do meu lado com o caderno. — Carro do Tadeu, trouxe hoje mais cedo.

— Beleza. — Suspirei bebendo água.

     Peguei o carro para trabalhar, o carro tá todo ferrado e o cara acha que só o escapamento vai adiantar, depois da problema de novo no meio da rua e a culpa é minha.

— Seu Inácio, esse carro aqui não é só o escapamento que tem que trocar não, tem muita coisa ruim aqui, principalmente a suspensão, sei nem como esse carro tá funcionando ainda. — Debrucei no balcão. — O senhor conhece como o Tadeu é, esse carro vai sair daqui e ele vai colocar a culpa na gente.

— Mais essa agora, Tadeu disse que fez uma avaliação e que era só isso. — Negou. — Anota certinho o que tem que fazer e eu vou passar para ele, por hora resolve o escapamento mesmo.

— Tá bom.

    Peguei um bloco de notas e caneta, anotei tudo que precisava ser feito no carro e terminei o escapamento, olhei as horas no celular e já era quase meio dia e vinte, demorei pra caraca. Peguei minha marmita e sentei na frente da mecânica para comer.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora