Capítulo 33

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Juan de Oliveira Cardoso

27 de outubro — 11:34
Sexta-feira.

    Terminei de organizar a mochila da Julinha para levar ela na escola. Não resolveram a questão do cano estourado, seu Eduardo liberou todos esse final de semana, o que é um alívio depois de dias cansativos.

— Vamos, Julinha? — A chamei, não me preocupei com almoço já que ela come na escola.

— Já vou! — Ela gritou do quarto. Fui atrás dela para ver o que estava fazendo e sorri de lado ao vê-la com a maquiagem infantil que comprei esses dias, em frente ao espelho.

— Que gata. — Ela sorriu animada terminando de passar a sombra rosa claro. — Falta muito?

— Não, só o blush. — Ela assoprou um pincel depois de pegar a maquiagem e passou no rosto, ficou um tom rosado bem leve.

   Julia ama se arrumar, as gêmeas sempre fizeram isso na frente dela e acabou passando essa paixão para a pequena. Julinha não gosta de sair com o cabelo bagunçado, as roupas tem que estar sempre combinando e nunca sai sem um batom, quem ama isso é a Bruna e a Beatriz que podem usar a menina como boneca.

— Pronto? — Perguntei, ela concordou ajeitando a tiara no cabelo. — Então vamos. — A peguei no colo.

   Julinha sorriu agarrando meu pescoço, passei na cômoda pegando o perfume dela e dei duas borrifadas na mesma. Peguei a mochila colocando nas costas e saí de casa trancando tudo, graças a Deus parou de chover e está apenas nublado, ontem caiu um pé d'água, acabou a luz e só voltou agora de manhã, as meninas quase perderam a hora por falta de bateria no celular.

    Coloquei a Julia na minha frente e liguei a moto, cheguei rapidinho em frente a escola. Desci com ela, ajeitei a calça e o casaco e entrei, deixei a mesma na cantina com a professora e me despedi metendo o pé para a casa da minha baixinha. Sou bobo nem nada, né? Vou almoçar lá e matar a saudade dos dois.

    Cheguei em dois pulos, nem bati no portão, abri o mesmo com a minha chave porquê sim, agora eu tenho uma chave. Coloquei a moto para dentro e entrei, a porta estava aberta, sorri vendo meu pivete deitadinho no colchão na sala, com um cubo nas mãos. Não vi a Isadora mas estava ouvindo barulho da máquina de lavar.

— E aí, meu pivete. — Falei chamando a atenção dele. Samuca sorriu animado me olhando, ele sentou no colchão e começou a engatinhar até mim. — Que saudade, papai. — O peguei no colo, enchi ele de beijos e Samuel soltou um gritinho agarrando meu pescoço. — Já papou? Hum? — Beijei sua cabeça.

— Amor? — Encarei o corredor, Isadora sorriu animada vindo até mim. — Não sabia que vinha. — Me abraçou apertado, sorri pegando a mesma no colo também, Isadora riu me segurando. — Vamos cair!

— Vão não, tem braço do papai para os dois. — Enchi os dois de beijos. — Vim ver vocês e comer. — Mexi as sobrancelhas, Isa sorriu negando.

— Certeza que foi só pela comida. — Brincou.

— Ufa, não preciso mais mentir. — Fingi alívio, Isadora abriu a boca me fazendo rir. — Está melhor?

— Graças a Deus sim, não senti enjoo hoje, apenas uma dor de cabeça chata.

— Que bom, amor, fiquei preocupado. — A coloquei no chão, ainda a abraçando. — Acabou a luz aqui ontem? Lá em casa só voltou hoje de manhã.

— Acabou duas vezes mas foi rápido, logo voltou. Samuel dormiu mal demais essa noite, acordou quase agora. — Ela ajeitou os cachinhos dele. — Estava colocando uma roupa para lavar.

Amor que curaOnde histórias criam vida. Descubra agora