capítulo 9 ‐ hyunjin

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Caminho até a sala 15 com os punhos cerrados e passos rápidos, ao chegar, empurro a porta que estava fechada.

Vejo Doyoon caminhando de um lado para o outro fumando um cigarro.

- O que você quer? - pergunto após fechar a porta.

- Oi, putinha. - ele diz após soltar fumaça pela boca.

- Fala logo, merda. - digo suspirando alto.

- Você pode me odiar, mas ainda vende drogas para mim, ou não se lembra? - Doyoon diz se aproximando.

- Não vou mais vender pra você. - digo me afastando dele.

- Você é um pobre fudido, você precisa do meu dinheiro e eu preciso de droga, não é uma troca justa? - ele pergunta sorrindo.

- Eu consigo me virar sem a porra do seu dinheiro! - exclamo com os olhos cerrados.

- Não... eu acho que não consegue. - ele diz chegando perto do meu rosto.

- Doyoon... você é um cínico do caralho. - sussurro em seus lábios.

- Para de ser um viado encubado. - digo me afastando dele.

Bato a porta com força e vou para o terraço.

Sento no chão que estava um pouco úmido, pois choveu mais cedo, pego meu celular que estava no bolso esquerdo da calça e fico observando o contato de lix.

Queria falar com ele, mas também não queria incomodá-lo.

Geralmente estou sempre sorrindo, embora minha vida seja muito fudida, concordo com Doyoon nessa parte.

Mas se estou sempre com um sorriso no rosto é por causa do loirinho.

Não consegui conter as lágrimas dessa vez, sinto que estou morrendo aos poucos.

"Hyunjin..." ouço uma voz me chamando, "mãe...?" pergunto levantando a cabeça e olhando por todos os lados.

As alucinações estavam voltando.

"Hyunjin..." ouço a voz de novo... parecia tão distante, minha visão estava turva.

Em um piscar de olhos minha visão voltou ao normal.

- Lix... - murmuro piscando os olhos lentamente.

- Você tá bem? o que aconteceu? - Felix me questionava enquanto suas mãos macias tocavam meu rosto.

- Não sei, eu acho que tô bem... - disse franzindo a testa.

- Vem, vou te levar na enfermaria. - Lee dizia segurando minha cintura e pondo meu braço esquerdo por cima de seus ombros.

Quando chegamos na enfermaria não havia ninguém. Lix me colocou sentando em uma pequena cama que estava encostada na parede do lado esquerdo. O loirinho me deu um copo da água e sentou-se ao meu lado.

- Quer... me contar o que aconteceu? - perguntou o mais novo dando um pequeno sorriso para mim.

- Eu... tenho alucinações desde criança, mas fazem dois anos que não tenho e do nada tive uma alucinação hoje. - murmuro ainda tonto.

- Você já foi ao médico? - questionou o loirinho.

- Já, falaram que eu tava ficando maluco. - disse dando uma risada.

- Que merda... posso saber que tipo de alucinações você tem? - perguntou Lee.

- Eu costumo ter alucinações auditivas, escuto vozes na maioria das vezes... vozes da minha mãe, escuto ela chamar meu nome, apenas isso. - explico com a voz preguiçosa.

- Entendi... sua mãe... ela- - o loirinho ia fazer uma pergunta, mas não deixei ele terminar.

- Ela... não morreu. - interrompo apertando minhas mãos que estavam suadas.

- Não quero me intrometer... mas onde ela está? - perguntou Felix.

Ele não parava de me fazer perguntas, parecia preocupado comigo. Isso me deixou... confortável.

-Bom, ela deixou uma carta pra mim quando tinha dois anos, estava escrito que ela iria para Paris com um homem, na carta ela expressava que estava apaixonada por ele. Mas nas condições dele, ele só poderia ficar com ela... se desse um fim em mim. Então minha mãe me deixou na porta de um orfanato, lá era horrível... então eu fugi quando tinha quinze anos. - expliquei calmante para não chorar.

Felix parecia imóvel, seus olhos estavam atentos em minhas mãos, então ele entrelaçou sua mão esquerda em minha mão direita e depois me deu um abraço caloroso.

- Você não precisa se mostrar forte na minha frente, pode chorar o quanto quiser, eu não vou te julgar, jin. - ele dizia com sua voz suave.

Não pude conter, depois dessas palavras tão significativas para mim, lágrimas escorriam dos meus olhos.

- Obrigado... lix. - murmurei afundando meu rosto em seu pescoço.

Meu loirinho passava sua pequena mão em meu cabelo, ele segurou em meu rosto e enxugou minhas lágrimas com a manga de seu casaco.

- Quero ver seu sorriso... - ele sussurrou com seus olhos lacrimejados.

Dei um sorriso genuíno para ele, nunca me senti tão amado e bem tratado.

Felix se encostou na cama e falou para mim deitar em seus ombros para descansar, passamos horas e horas ali, sem se importar com o tempo.

Fiquei feliz, de verdade.

Obrigado por ler até aqui, meu anjo!♡

my favorite painting | hyunlix Onde histórias criam vida. Descubra agora