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Entrei no apartamento e a primeira imagem que vejo é da minha esposa no sofá enquanto estava encolhida sobre o móvel, coberta por um lençol e os olhos vidrados na TV a sua frente, me aproximei sem chamar a atenção da mais velha e foi quando pude ver que seus olhos estavam vermelhas e o rosto inchado, como se ela estivesse chorando.
— Ei, amor, aconteceu alguma coisa? - perguntei, chamando a atenção dela e me ajoelhando próxima a ela - você tá chorando? - questionei preocupada.
Alessandra me olhou chorosa, soluçando enquanto eu rodeava sua cintura em busca de passar algum conforto pra ela, demorou um pouco até a morena se acalmar e parar de chorar, ela limpou o rosto com as costas das mãos e olhou pra mim um pouco envergonhada.
— Consegue me contar o que aconteceu pra te deixar nesse estado? - voltei a perguntar, acariciando sua bochecha com a ponta dos meus dedos.
— Você vai achar bobo - ela falou depois de um longo suspiro, ainda com a voz meio embargada.
— Não vou, pode me contar, querida.
Minha mulher ficou alguns instantes calada antes de abaixar a cabeça e sussurrar algo que não ouvi, e quando pedi pra ela repetir, aí veio a surpresa.
— Eu tava assistindo um filme, e o meu personagem favorito morreu... - e ela voltou a chorar nos meus braços.
Foi mais algum tempo até ela se acalmar novamente, dessa vez eu desliguei a televisão que passava o final do filme que ela assistia, e me deitei no sofá junto a ela, tentando fazer com que ela esquecesse sobre o assunto ou ao menos parasse de chorar sobre ele.
— Meu bem, eu sei que você se apegou a ela, mas não passa de um filme...
— Mas, amor, eles mataram ele e ele era inocente - sua voz agora transmitia revolta enquanto ela apontava pra TV, ainda emotiva.
— Sinto muito por isso, querida, tenho certeza que ele não merecia esse fim.
Depois desse breve diálogo, Alessandra deitou a cabeça no meu peito, acalmando sua respiração e seu corpo em geral, nós ficamos algum tempo deitadas ali, apenas curtindo o conforto do abraço uma da outra, até minha mulher quebrar o silêncio.
— Desculpa por isso, parece tão bobo agora - sussurrou contra meu pescoço, fungando um pouco antes de levantar de cima de mim - podemos ir deitar no quarto? - concordei rapidamente com sua sugestão, me levantando do sofá e pegando o lençol que antes ela usava, e com a mão livre entrelacei nossos dedos, guiando ela até o quarto.
Já dentro do cômodo, avisei a ela que iria tomar um banho rápido e logo voltaria pra fazer-lá companhia, e foi isso o que aconteceu, no final da noite Alessandra adormeceu enquanto me contava o que ela fez o dia todo.
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História baseada em fatos reais, boa noite.
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