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ﮩ٨ـﮩﮩ٨ـ♡ﮩ٨ـﮩﮩ٨ـ
— Ele fica melhor em você do que em mim - Billie falou sorrindo, pegando o casaco da minha mão e colocando sobre meus ombros com cuidado - está frio, continue com ele.
Ela não podia fazer isso, droga, ela não podia fazer meu estômago borbulhar com borboletas toda vez que chegava perto, ela não podia me fazer derreter com um simples sorriso, era tão injusto quando eu sei que ela não sentia o mesmo de volta.
Se ela soubesse o quanto gosto dela...
Mas tudo bem, tudo bem quando a vejo passar por mim e sorrir pra outra garota que eu sei que ela está ficando, não tenho direito nenhum de interferir nisso, mas eu posso evitar, certo?
Tenho que evitar olhar quando ela fica tão hipnotizada por Heather, isso me mata por dentro, não é justo.
Quando estou sozinha, sempre penso no por quê Billie olharia pra mim, e não consigo achar respostas.
Eu não tenho nem metade da beleza dela...
Comecei a evitar Billie na semana seguinte, era mais fácil assim, eu conseguia evitar meu sofrimento de ver elas juntas e quem sabe o sentimento não fosse superado com isso.
— Oi, Day, a gente pode conversar? - claro que estaria fácil demais se ela viesse atrás de mim, não é? Mas pra quê? Não faz sentido.
— Claro - sorri forçadamente, olhando ao redor, menos olhando pra ela - é algo sério?
— Não, tudo certo, eu só queria saber se você está com meu casaco.
Eu não respondi, queria evitar a voz trêmula e talvez o tom rouco da minha voz no momento. Apenas me virei de frente para meu armário e peguei o tecido de poliéster, entregando na mão de Billie.
— Esse mesmo - ela falou sorrindo sem tirar os olhos do casaco - até depois, Day.
E depois foi embora.
Acho que ficar longe vai ser mais fácil agora, ela não parece ligar para meu afastamento, isso deve ser bom.
Na manhã seguinte, passando pelo pátio da escola, vi as duas juntas, as mãos juntas e logo Billie passou o braço pelos ombros de Heather, Billie deu a ela o casaco que pegou de mim ontem, droga, eu só queria chorar com essa cena.
Mas como eu poderia odiá-la?
Não é culpa dela.
Mas eu queria ser ela.
Sei que nunca ficaria comigo, Billie, mas não é culpa minha que sempre sinto frio quando vejo você junto a ela.
Os dias se arrastavam, cada momento em que eu via Billie com Heather era como uma pequena punhalada no meu coração.
Evitar Billie tornou-se um hábito, uma espécie de autodefesa contra a dor que ela inadvertidamente causava.
Todas as noites, eu me pegava pensando nas razões por trás do seu sorriso para mim. Eu não conseguia encontrar respostas concretas, apenas um turbilhão de sentimentos confusos. Por que ela faria questão de pegar meu casaco ou de se preocupar comigo?
Mas, mesmo que me atormentasse, eu sabia que precisava seguir em frente. Ver Billie com Heather era a confirmação silenciosa de que o destino havia traçado caminhos diferentes para nós. E enquanto meu coração teimoso se recusava a desistir completamente, a razão sussurrava que eu precisava aceitar a realidade.
Na escola, eu me concentrava em parecer indiferente, como se o simples ato de ignorar Billie fosse o antídoto para a dor que ela involuntariamente infligia. No entanto, meu coração sabia que isso era apenas um disfarce frágil, incapaz de esconder a mágoa que se aninhava dentro de mim.
As semanas passaram, e a distância entre nós cresceu. Eu tentava me convencer de que era o melhor, mas meu coração continuava clamando por algo que parecia impossível. Às vezes, nos cruzávamos nos corredores, e eu sentia seus olhos procurando os meus. Cada vez, eu desviava o olhar, temendo que ela pudesse ver a tormenta emocional que se desenrolava dentro de mim.
Numa tarde fria de outono, Billie se aproximou novamente, desta vez sem sorrisos ou palavras despreocupadas.
— Day, podemos conversar? Eu sinto que há algo que você não está me contando - ela disse quase sem graça.
Eu queria gritar que a razão pela qual eu a evitava era ela mesma. Mas as palavras não saíram. Em vez disso, dei um suspiro resignado.
— Não há nada para falar, Billie. Preciso ir.
A decepção em seus olhos era palpável, mas eu me afastei, tentando esconder as lágrimas que insistiam em se formar. Talvez, um dia, a coragem para enfrentar meus sentimentos pudesse se manifestar, mas, por enquanto, o fardo silencioso de um amor não correspondido continuaria a pesar em meu coração.
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Eita, esse foi pesado, era pra mim postar amanhã, porém estou ansiosa, então vou adiantar o sofrimento.
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