Zión Moreno

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Que droga.

Hoje deveria ser um dia boa, apesar da péssima semana que tive, hoje deveria ser o dia menos péssimo do ano. E nem isso consegui.

Meus amigos me arrastaram para um dos bares mais movimentados de Los Angeles pra comemorar meu aniversário — coisa que eu não faço muito —, segundo eles eu preciso relaxar mais e nada melhor que usar um dia "especial" pra isso.

Eu só não imaginava que eles iriam chamar o motivo do meu estresse pra festejar com a gente.

Há quatro semanas Zión terminou nosso rolo depois de eu ter perguntado se ela queria oficializar o que a gente tinha. A estadunidense de enrolou pra falar que não queria nada sério, que não se sentia preparada pra isso, o que eu acho muito estranho já que praticamente nos tratavamos como namoradas. Depois dessa conversa ela começou a ficar estranha comigo, não respondendo minhas mensagens ou ligações até que um dia ela simplesmente chegou e falou que não queria mais nada comigo.

E porra, aquilo doeu pra caralho.

Eu passei os últimos dias tentando me recuperar disso, tentando esquecer ou só superar que eu não tinha passado de um passatempo pra ela, mas então cá estamos nós.

Zión apareceu cumprimentando todos com um abraço e sorriso simpático, quando ela olhou pra mim parecia que não esperava minha presença alí, ela estava genuinamente surpresa e ainda sim conseguiu forçar um sorriso na minha direção.

Pra melhorar tudo ela estava acompanhada.

Caramba, eu quero me afogar no álcool essa noite, espero não lembrar nem meu nome daqui algumas horas.

Minha única vontade no momento era esquecer tudo ao meu redor, e comecei fazendo isso com um shot de tequila. Algumas bebidas depois eu já estava longe da mesa dos meus amigos, acho que nem tinha noção de como voltar até lá.

O balcão do barman parecia um lugar mais interessante pra mim, e o cara que me atendia não parava de tentar puxar assunto, o que estava me irritando um pouco.

— Cara, sem ofensas, mas eu só quero encher a cara em paz - cortei ele no meio do seu monólogo sobre como seu chefe era horrível, recebendo um sorriso sem graça dele. O homem virou as costas pra mim e foi atender outras pessoas alí.

— Com certeza ele vai cuspir na sua próxima bebida - uma voz conhecida comentou em um tom engraçado, quando virei o rosto pra confirmar quem era, eu quis vomitar de ansiedade.

— Provavelmente — concordei baixo, não querendo estender a conversa.

O silêncio se instalou entre nós duas, mas o som alto do bar não deixava as coisas esquisitas — pelo menos não mais do que já estão.

— Eu não sabia que você ia 'tá aqui - Zión começou a falar novamente, e eu queria fingir que não a escutava — nem que era seu aniversário, desculpa.

Eu não respondi, não tinha o que dizer, na verdade. O que eu poderia falar pra ela?

Não tem nada.

Zión foi uma das poucas pessoas que eu realmente me abri, que falei sobre minha família ou como me sentia em relação ao mundo e meus medos. E ela jogou isso no lixo como se fosse nada.

Lembro que uma vez contei a ela sobre uma decepção amorosa que tive no ensino médio, a garota que eu estava afim me usou pra fazer ciúmes no namorado dela e depois me descartou como nada, e eu tinha um medo absurdo disso acontecer de novo, mas não queria me privar de gostar de alguém de novo. Mas ela ignorou isso e dá pra ver quando isso quando ela apareceu aqui com outra pessoa alguns dias depois de terminar comigo.

Eu sou uma idiota, e me odeio por acreditar que as pessoas não vão me decepcionar.

À medida que Zión tentava quebrar o gelo, meu interior fervia com uma mistura de emoções que eu mal conseguia entender. O som alto do bar se transformava em um zumbido distante enquanto eu lutava para processar a presença dela e a intensidade das lembranças dolorosas.

— Eu não queria que as coisas terminassem assim entre nós, de verdade — Zión disse, desviando o olhar.

Sua confissão foi como um soco no estômago. Não queria ouvir desculpas agora, não quando o dano já estava feito. Engoli em seco, resistindo ao impulso de despejar todas as palavras acumuladas dentro de mim.

— Não muda nada agora — respondi friamente.

O barman retornou com outra bebida, e eu peguei o copo sem pensar, tentando afogar as emoções. Zión parecia perdida em suas próprias palavras, incapaz de expressar o que queria.

— Eu entendo que você esteja magoada, e eu sinto muito — ela tentou novamente.

Senti uma mistura de raiva e tristeza. As palavras dela pareciam vazias, e o sorriso forçado ao meu redor só intensificava a dor.

— Desculpa não consertar nada, mas... — ela começou.

— Mas nada. Não há nada a ser dito ou feito agora. — interrompi, a frustração crescendo dentro de mim.

De repente, um lampejo de clareza surgiu. Não precisava disso. Não precisava da presença dela para estragar meu aniversário. Afastei-me do balcão, decidida a retomar o controle da minha noite.

Enquanto eu caminhava de volta à mesa dos meus amigos, senti o olhar de Zión queimando nas minhas costas. Ignorando a vontade de olhar para trás, me concentrei em recuperar o tempo perdido.

Meus amigos perceberam a tensão quando me juntei a eles, mas ninguém mencionou o que aconteceu. Eles apenas sorriram e continuaram a comemorar, tentando criar uma atmosfera de festa.

A noite avançou, e as risadas e músicas preenchiam o espaço ao meu redor. Gradualmente, comecei a me perder no burburinho animado. Decidi que não deixaria Zión arruinar mais nada.

Aproveitei o que tinha pra aproveitar da noite. A bebida é a pouco distração da minha vida miserável essa noite, e eu vou aproveitar isso muito bem, mesmo que haja arrependimento no dia seguinte.

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Maratona de ano novo 2/3

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