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Era estupidez esperar que ela realmente sinta algo por mim, mas eu era estúpida e continuava ali na esperança.
Jade sempre vinha até meu quarto quando estava de mal com o namorado, e isso me chateava, porque logo em seguida ela iria voltar pra ele e eu ficaria sozinha, mais uma vez.
Foi assim durante um bom tempo, sempre tive o coração partido por ela, a West fazia questão de deixar claro que só estava ali pra tirar o estresse e não significava nada pra ela. E mesmo assim eu cedia quando ela voltava, porque eu era estúpida.
Mas isso não pode continuar, não quando meu coração já está tão machucado e cansado de tudo isso. Por essas e outras que eu estava decidindo acabar com tudo, deixar ela saber que não poderia mais me usar do jeito que quer e na hora que quer.
— A gente pode conversar? - perguntei, sentando na cama e acompanhando ela com os olhos enquanto se vestia.
— Ah, eu tô sem tempo agora, preciso ir em um lugar - ela disse despreocupada, fingir não saber que o lugar era a casa do seu atual ex que provavelmente voltaria a ser atual em algumas horas.
Com um suspiro longo e cansado, levantei da cama, vestindo apenas meu short do pijama e colocando uma camisa qualquer, fui até a porta e a tranquei, chamando a atenção da morena.
— O que está fazendo? - perguntou, já elevando um pouco a voz.
— Eu só preciso falar umas coisas antes de você ir - murmurei, cruzando os braços na altura do peito e me encostando na porta.
— Então fale, não tenho o dia todo - resmungou sem olhar pra mim, mas preocupada em calçar suas botas.
Todos os meus pensamentos agora estavam embaralhados, eu só queria colocar toda a frustração pra fora, mas não sabia como colocar em palavras, por isso talvez eu tenha demorado um pouco pra começar a falar, recebendo um olhar confuso da garota.
— A gente não pode continuar com isso - comecei, limpando a garganta e cuidando pra não deixar minha voz chorosa - eu sei que não sou nada pra você, e que isso não passa de divertimento por sua parte, mas infelizmente fui idiota ao me deixar adquiri sentimentos por você - eu já podia sentir uma bola de emoções na minha voz, mas me forcei a controlar tudo isso.
Jade, por outro lado, não parecia nenhum pouco tocada com minhas palavras, e eu entendo, isso não é problema dela, de qualquer jeito.
— Não posso continuar com isso, tá acabando comigo e eu não quero ter que lidar com mais um problema quando já tenho uma enxurrada deles na porta - concluí, e fiquei esperando algo em trocar, mas tudo que me veio foi o suficiente pra saber que estava fazendo a coisa certa.
— Acabou? - foi o que ela perguntou, quando assentir com a cabeça a garota apenas deu de ombros e se aproximou, mas não pra me tocar - eu preciso ir, será que dá pra abrir a porta?
Ao abrir a porta para Jade sair, senti um misto de alívio e melancolia. Era como se estivesse liberando um peso que carregava por tempo demais, mas ao mesmo tempo, havia a dor da rejeição e da despedida.
Enquanto a porta se fechava, percebi que era hora de focar em mim mesma. Caminhei de volta até a cama, sentindo o vazio deixado pela presença constante de Jade começar a se dissipar. Era o fim de um ciclo doloroso, mas também o início de uma jornada de autoaceitação.
Sentada ali, refleti sobre como havia permitido que minha própria fragilidade emocional me mantivesse presa a alguém que não estava disposta a oferecer mais do que momentos de conveniência. Decidi fazer o possível e impossível pra superar o que quer que isso tenha sido, e seguir em frente, porque era a única coisa que me restava.
