Capítulo 70

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NATALIE NARRANDO...

Meu pai está morto. Minha mãe matou meu pai. Isso era forte de pronunciar. Quando o medico disse que ele não havia resistido a duas paradas cardíacas, eu senti como se um soco tivesse sido dado em mim. Fomos a delegacia, Emilly queria que ela soubesse da boca dela que o nosso pai estava morto. Minha mãe gritou, se desesperou, dizendo que ela não queria que isso tivesse acontecido. O nojo que eu sentia dela, a repulsa só ficou pior depois disso. Eu estava com tanta raiva dela, e definitivamente, aquilo só mostrou que foi melhor mesmo ela nunca ter participado da minha vida e da vida dos meus filhos. Eu queria que ela apodrecesse na cadeia. Emilly estava exalando ódio, e o Kevin estava a ponto de explodir. Minha sogra que é uma mãe de verdade pra mim, ficou do meu lado o tempo todo, me ajudou em tudo. Quando chegamos em casa já era tarde da noite, a Pri estava lá, ela veio com a nossa pequena pra ficar do meu lado. Eu só queria deitar com a minha mulher e ser abraçada naquele momento, mais nada. O dia seguinte foi intenso pra mim e quando achei que nada mais poderia acontecer, apareceu um casal, se despediu de meu pai e após o enterro se apresentou como nossa irmã mais velha. Aquilo estava mais bizarro que o normal. No dia seguinte eu passei o dia inteiro inquieta, estava ansiosa pra essa conversa, queria ir embora logo para os Estados Unidos e encerrar esse capitulo trágico da minha vida. Meus irmãos chegaram era 15 horas, ficaram brincando com a minha filha um pouco e logo o casal chegou. Analu e César. Ela era bem bonita, ele também era. Eles entraram eu me levantei do tapete. Ela sorriu pra mim, o sorriso dela era muito parecido com o da minha irmã.

Sogra: Sentem-se. Querem um café, um suco, uma água?

Analu: Eu aceito uma água, por favor.

Cesar: Eu também, obrigado – sorriu gentil.

Pri: Bom... Como eu disse ontem eu sou a Priscilla esposa da Natalie... Essa pequena é nossa filha mais nova, Isabela. Fala oi filha...

Bela: Hi... My name is Bebela... – ela não sabia falar Isabela.

Analu: Oh meu Deus que princesa. Muito prazer Isabela eu sou a tia Analu esse é o tio Cesar – ela olhou pra ele que estava de pé e deu um tchauzinho.

Bela: Hi...

Cesar: Hi... – sorriu. Analu que estava ajoelhada a abraçou. Logo minha sogra veio com suco, agua e café e colocou na mesa de centro. Ela pegou a Isabela e saiu.

Kevin: Então... – suspirou – Você diz que é nossa irmã? Indo direto ao ponto.

Analu: Sim... tenho aqui uma copia do DNA. – entregou para o meu irmão. – Não sei se vocês conhecem essa história, mas antes de casar com a mãe de vocês, o nosso pai teve um longo relacionamento com a primeira namorada dele de colégio que foi minha mãe. O nome dela era Helena.

Eu: Meu pai já falou dela, mas nunca aprofundou o assunto.

Emy: Ele dizia que ela foi a pessoa que ele mais amou, a mamãe odiava esse assunto.

Analu: Sim. – suspirou – Eles namoraram por 6 anos e entre idas e vindas, minha mãe ficou grávida. Ele veio para o Rio se casou com a mãe de vocês e deixou minha mãe grávida.

Kevin: Espera... Quer dizer que meu pai já namorava com a minha mãe e com a sua mãe ao mesmo tempo e terminou com ela e casou com a nossa mãe?

Analu: Sim.

Emy: Quando ele soube de você?

Analu: Eu tinha 10 anos quando ele e minha mãe se reencontraram. Minha mãe já tinha se casado com a pessoa que eu considero meu pai hoje que é um homem maravilhoso chamado Miguel e sofreu muito com a partida da minha mãe a cinco anos. Leandro pagou pensão, mas nunca manteve contato comigo como um pai mesmo. Chegou a aparecer na minha formatura do ensino médio, na minha formatura da faculdade e no meu casamento, mas nunca o chamei de pai, nunca o vi assim como um pai e eu entendia as reservas dele por causa da esposa e eu já tinha uma pessoa para chamar de pai então não era um ponto de sofrimento pra mim. Eu tenho 40 anos, sou muito feliz, soube do que aconteceu porque a nossa avó ligou para contar, a gente mantinha contato eu e ela, porque ela quis me conhecer a uns 20 anos e então a gente mantém um contato semanal.

Kevin: Uau... E o que você deseja? – soou até meio grosseiro da parte dele.

Analu: Contato. Apenas isso... Eu vinha a alguns anos querendo fazer esse contato, conversava com a nossa avó sobre isso, mas eu tinha muito receio eu e o Leandro nos aproximamos a alguns meses, ele esteve em São Paulo a gente se viu, ele conheceu meus filhos, mas tudo isso aconteceu. Fizemos uma amizade, ele virou meu amigo e amigo do César, amigo dos nossos filhos. Ele queria que a gente se aproximasse e que pudéssemos ter uma amizade. Ele estava feliz com a nova vida dele, em poder ser ele novamente, ele estava muito feliz de ter ido a Los Angeles fazer as pazes com você Natalie, ele queria muito isso, porque ele sentia que foi injusto com você a vida toda. – sorriu triste. Aquilo me acertou em cheio. Minha mãe não deixava meu pai viver e isso ficou muito claro quando ele foi me visitar em Los Angeles.

Emy: Só isso? – arqueou uma sobrancelha. Minha irmã era desconfiada num nível extremo.

Analu:Sim. Só isso. Eu tenho um irmão por parte de mãe, ele tem 28 anos mora emLondres, a gente quase não se fala, ele tem a vida dele, se afastou de tudo ede todos depois que a mamãe faleceu e eu sinto falta de ter irmãos com quemcontar, conversar, trocar ideias. O Cesar tem cinco irmãos e eu acho incrível arelação que ele tem com os irmãos dele e eu sinto falta de ter esse contato. Eeu sei que é um momento difícil, mas eu gostaria de saber se querem contatocomigo, com meus filhos e meu marido, se podemos tentar ter esse contato, seramigos. Minha família é muito pequena e eu queria ter a felicidade de ter econviver com irmãos, que meus filhos pudessem ter essa alegria também. – ela estava visivelmente emocionada. Eu sentimuita verdade nas palavras dela. Kevin ficou emocionado, ele não é de seemocionar assim. Emilly que é a mais durona também não é de se emocionar e foia primeira a se levantar e puxá-la para um abraço. Kevin foi logo abraçá-latambém, e a Pri piscou pra mim e sorriu. Eu levantei e abracei também. Elachorou bastante.


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