Capítulo 100

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Eric: Quero...

Antonio: Fica a vontade.

Eric: Você nunca foi meu pai. Você machucou a minha mãe, você fez com ela o que homem de verdade não deveria fazer. Você não tem direitos sobre mim, você não faz parte da minha família. Acredito que Deus foi tão bom comigo que até o meu tipo sanguíneo é o mesmo da minha mãe, não é o mesmo seu. Eu me pareço com ela, não tenho nada de você. E o melhor, que eu com 17 anos sou muito mais homem do que você foi algum dia na sua vida miserável. Mais fácil pedir dinheiro porque é um falido, do que ir a publico e fazer o que fez com ela, e comigo. Se algum dia tivesse se preocupado comigo, não teria feito o que fez. Tinha muitas formas de chamar minha atenção e escolheu a forma mais podre para fazer isso. Você não é e nunca vai ser meu pai. Sua família nunca será minha família. Não me interessa o que você está vivendo, assim como não interessou a você, se o que fazia com a minha mãe era certo ou não, assim como não interessou a você se ela estava gravida ou não e ainda chama-la de vagabunda. Minha mãe perdeu muita coisa na vida, e não vai ser você agora que vai estragar. – eu soltei o ar. A Pri estava vermelha feito um pimentão e eu estava preocupada.

Antonio: Obrigado Eric... Recesso de 30 minutos. – bateu o martelo. Eu abracei meu filho, ele tremia muito.

Eu: Está tudo bem meu filho, está tudo bem ok? Você falou tudo que podia falar.

Pri: Está tudo bem amor... – o abraçou. Fomos para um corredor nos sentar, e o Victor foi buscar algo para a gente tomar, o Eric foi com ele. A mulher que estava com o Pedro veio falar comigo.

XX: Natalie? – eu levantei a cabeça.

Rodrigues: Senhora, não pode se aproximar. Isso é coação.

XX: Não, eu não vou fazer nada, por favor.

Eu: Está tudo bem. – olhei pra ele. – Quem é você?

XX: Jéssica... Jéssica Maia, sou esposa do Pedro. Temos dois filhos juntos. Primeiro quero dizer que sinto muito por tudo isso. E em segundo lugar quero dizer que não compactuo com nada disso que ele está fazendo.

Eu: Mas está aqui.

XX: Eu vim, para tentar amenizar a situação. O Pedro perdeu tudo num mau negócio. Ele está sendo processado por isso e quem está sustentando a casa, as crianças sou eu com meu trabalho e com a ajuda do meu pai. Estamos nos separando, vamos assinar os papeis do divorcio amanhã no fim da tarde. Eu não aguento mais isso, mas vim para tentar não piorar as coisas se é que é possível depois de toda essa merda que ele falou. – soltou o ar e deixou cair uma lágrima. Ela claramente estava esgotada. E era nítido que ela não estava nada bem. – Me desculpe em nome dos meus filhos, eu sinto muito por isso. Eu não queria que vocês estivessem passando por isso agora.

Eu: Qual a idade dos seus filhos?

XX: O Caio tem 06 anos e a Talita tem 03. Talita tem um problema respiratório bem grave por causa de um problema no coração. Ela precisa de uma cirurgia urgente e no momento não podemos pagar, porque o idiota do meu quase ex marido perdeu tudo que tínhamos inclusive o dinheiro da cirurgia da nossa filha que o plano não cobre. – suspirou. – Enfim... Estou morando com meus pais até ele sair da minha casa para poder voltar pra casa com as crianças.

Eu: Entendi. Espero que tudo fique bem para você e seus filhos.

XX: Obrigada... – ela saiu. Sinceramente, essa mulher estava se livrando de um lixo e ela nitidamente estava esgotada. Logo o Victor voltou com suco de laranja e um sanduiche natural pra cada um. A gente fez o lanche e logo voltamos para a audiência.

Antonio: Já tenho o veredicto. Todas as alegações feitas pelo senhor Pedro Maia aqui, nas mídias e aqui foram claramente e comprovadamente, falsas. O senhor abriu mão dos seus direitos como pai desde o inicio e como está gravado, documentado e assinado, o senhor não foi coagido, não foi assediado, não sofreu assedio moral, nem nada do tipo. Muito pelo contrário. O senhor teve chances de se aproximar e nunca quis. O Eric, não quer contato com você e como um adolescente de quase 18 anos ele tem total direito e domínio de decidir por ele. Então o senhor não terá direito a visitas, a se aproximar de Eric Smith Pugliese, assim como fica rejeitado seus pedidos de indenização e deixo aberto as senhoras Smith Pugliese para te processar por assedio moral, extorsão e situação vexatória. E o senhor tem 24 horas para fazer uma declaração em rede nacional e internacional desmentindo tudo que o senhor disse a respeito dessa família. Caso não o faça, o senhor será preso e pagará uma multa de 100 mil reais. Peço também que seja expedido uma medida protetiva, o senhor não poderá chegar perto dessa família. Distancia mínima de 300 metros. Encerrado esse julgamento – bateu o martelo. Saímos dali e o Victor saiu na frente para checar se tinha mídia, porque a essa hora já era público o caso.

Victor: Está cheio de jornalista ai na porta.

Eu: Preciso fazer uma coisa primeiro. – entrei num corredor quando vi Jéssica passando com o pai dela. Ele estava lá vendo tudo de longe. Priscilla veio atrás.

Pri: Amor, onde vai?

Eu: Falar com a Jéssica.

Pri: Pra quê? Ela não tem nada com isso, ela é tão vitima desse homem quanto você e o nosso filho.

Eu: Por isso mesmo amor. Ela tem dois filhos e uma filha que está doente e o imbecil do Pedro perdeu o dinheiro da cirurgia da filha dele de 03 anos num mau negocio.

Pri: Meu Deus do céu. Esse cara é lixo mesmo, não tem como defender. – suspirou. – E o que vai fazer?

Eu: Ajudar. Eu não quero ser amiga dela, mas não vou deixar uma criança morrer porque o pai dela é um maldito desgraçado e que não pensa em ninguém além dele mesmo. – ela me abraçou.

Pri: Tudo bem, então vamos lá. – me deu a mão e fomos até ela.

Eu: Jéssica? Jéssica? – ela parou e olhou para trás.

Jéssica: Oi?

Eu: O que eu posso fazer pra te ajudar? – ela não entendeu.

Jéssica: Como assim?

Eu: Você está passando por apuros financeiros por causa daquele desgraçado e a sua filha precisa de uma cirurgia e ele perdeu o dinheiro. Eu quero ajudar, por favor, não me entenda mal. Só que não é justo mais uma criança pagar pelos erros dele. – ela soluçou e o pai dela a abraçou.

XX: A cirurgia a Tatá gira em torno de 150 mil sem contar as terapias que ela terá que fazer. É bem delicado. Eu estou ajudando como posso, as medicações dela são caras, enfim... – o pai da Jéssica falou bastante emocionado. – Hoje a Talita fica no CPAP para dormir, porque pode acontecer dela parar de respirar e a gente não ver durante a madrugada. Ela precisa da cirurgia.

Pri: A gente vai arcar com a cirurgia e com as terapias, com as medicações.

Eu: Sim, vamos arcar com tudo isso. Não estamos fazendo isso pelo Pedro. Estamos fazendo isso pela menina, ela é uma bebê que com certeza quer muito viver e não merece passar por nada disso. – ela se soltou do pai dela e me abraçou forte.

Jéssica: Muito obrigada. Eu não tenho palavras para agradecer a vocês por isso. A Talita é a criança mais alegre que eu conheço e ela tem muita fé. Ela diz toda noite na oração que o Papai do Céu vai curá-la e ela vai poder correr de novo, e é só isso que ela quer, correr e brincar como uma criança qualquer. – ela se soltou de mim e abraçou a Pri – Muito obrigada por salvar a vida da minha filha.

Pri: Vamos cuidar disso. Se livra desse homem Jéssica, ele não merece você e nem os filhos que tem. Livra desse fardo.

Jéssica:Amanhã no fim da tarde ele estará para sempre fora da minha vida, eu estoucontando os minutos –trocamos e-mails e números de telefone. Eu veria como faria a transferênciabancária pra ela. Pedi que não comentasse com ele sobre o que estávamos fazendoe nem com ninguém. Não queríamos mídia.


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