Capítulo 94

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Bela tinha retorno ao medico para verificar a cirurgia, fez diversos exames e ficou super irritada. Ela estava bem, como o esperado. Eu a deixei a escola no dia seguinte e fui encontrar Candence. Fui até a casa dela. A casa que era da Maria Clara foi vendida e um casal já havia se mudado pra lá.

Candence: Entra – sorriu de leve. Ela estava tão magra e abatida. – Quer tomar alguma coisa? Um chá, um café?

Eu: Um café. – ela foi pegar um café pra mim e um chá pra ela. – Obrigada. Como você tá?

Candence: Sobrevivendo, literalmente. Meus filhos estão péssimos no colégio, não querem brincar, não querem estudar, não dormem direito, estou tendo que dar melatonina para ajudar no sono senão é a noite toda chorando e chamando a Maria. Eles estão arrasados. – deixou cair uma lágrima – Sabe Natalie, eu me sinto culpada o suficiente pelo que aconteceu com meu filho, mas o que a Maria está fazendo com as crianças é cruel demais. Eu entendo a dor dela perfeitamente, mas as crianças não tem culpa de nada. São filhos dela. Se ela tiver de punir, faça isso comigo, mas não faça com eles.

Eu: Amanhã é sábado, a Pri vai trabalhar, vai ter um balanço na empresa dela. Eu vou ficar com a Bela. Vou marcar com a Maria de encontrar no parque ecológico, eu venho pegar as crianças.

Candence: Ela vai rejeitá-los Nat.

Eu: Não, ela não vai. Ela precisa de um choque Candence. – conversamos longamente. Contei para a Priscilla o plano e ela disse que poderia dar certo. Ela mandou mensagem para a Maria Clara do telefone dela e ela concordou com o passeio. No dia seguinte de manhã peguei as crianças com a Candence, o Eric foi junto ia cuidar delas um pouco. Eles foram num parquinho que tinha ali e eu me sentei num banco embaixo de uma arvore. A manhã estava fresca.

Maria: Oi...

Eu: Oi – sorri. – Senta...

Maria: Cadê sua mulher?

Eu: Ela tá trabalhando. Eu queria falar com você.

Maria: E porque não mandou mensagem falando isso do seu telefone? Não tem porquê mentir.

Eu: Por que eu não queria que você recusasse o passeio. – sorri de leve.

Maria: Entendi. Entao estamos aqui para falar de Candence. – suspirou.

Eu: Não. Estamos aqui para falar dos seus filhos com a Candence.

Maria: Eu não posso falar disso agora Natalie – levantou.

Eu: Senta aqui Maria Clara. Você não olha para os seus filhos desde que o Bryan se foi. – ela suspirou – Você pode punir a Candence, ela está sofrendo muito pode acreditar, eu a vi. Mas não pode punir seus filhos só porque saíram dela. Eles tem seu nome, eles sentem sua falta, eles estão morrendo de saudade, estão indo muito mal na escola, fazendo terapia, chorando todas as noites porque não dormem direito. Estão tomando melatonina para ajudar no sono. Seus filhos estão sofrendo demais Maria, e eles são tão pequenos. Eles não tem culpa de nada do que aconteceu. – ela deixava as lágrimas caírem. – Por que Maria? Por que resiste tanto em amar seus filhos? Você não está punindo a Candence assim, ela já sente culpa o suficiente. Você está punindo duas crianças de 5 anos que te amam incondicionalmente. Você é a mãe delas. – ela soluçou.

Maria: Eu tenho medo. Eu tenho medo de ama-los tanto a cada dia e perde-los como perdi meu filho. Não poder segurar mais, sentir o cheirinho, não ouvir a voz, é uma dor insuportável. Eu não vou suportar isso de novo então eu prefiro me afastar. – aquilo doeu.

Eu: Maria, meu Deus, isso não vai acontecer. Você não vai perde-los. Você está perdendo seus filhos agora, privando os dois de receberem seu amor e de darem amor a você. Você precisa deles para superar essa perda que você teve que não é nada fácil. Você precisa do amor dos seus filhos. Você não precisa ser amiga da Candence, mas você precisa dos seus filhos. – a Nicole apareceu.

Nicole: MAMÃE... – gritou e a Maria olhou para trás. – MAMÃE – veio correndo e chorando até ela e se jogou no colo dela. Eu senti uma dor imensa no grito e no choro dela. Aquela criança estava sofrendo demais e não era justo.

Maria: Oi filha... Oi... – beijava o rosto dela todo e elas choraram. – Perdoa a mamãe filha. – a beijava. – Eu te amo, muito meu amor, muito... Perdoa a mamãe...

Louis: MAMÃE... – veio correndo e gritando e abraçou a mãe também. Eles estavam desesperados de saudade.

Maria: Oi meu filho. – o beijou, disse que amava. Os três ficaram um tempo ali na bolha deles. Ela precisava disso, ela precisava dessa cura. Depois de um tempo meu filho veio com a Bela chorando porque caiu e ralou o joelho.

Eu: Hei filha, está tudo bem. – peguei um lencinho antisséptico na bolsa passei no machucado, peguei um bandaid e coloquei. Filho pega a cesta de piquenique no carro por favor. – dei a chave pra ele e ele foi buscar. Logo ele voltou, estendi a toalha e um tapete da Bela era grande e emborrachado. Tirei os sucos, os sanduíches, frutas, tudo que preparei para nosso dia no parque ecológico. – Quem tá com fome?

Nicole: EEEUU...

Louis: Eu também... – vieram correndo. Maria levantou do banco e veio. Ela tirou o tênis e sentou na toalha. Estávamos numa sombra gostosa.

Eu: Está bem? – ela sorriu.

Maria: Sim. Obrigada por isso – deitou no meu ombro.

Eu: Por nada. – a gente comeu, depois foi passear e fomos almoçar num restaurante ali perto as crianças brincaram o dia todo. No fim do dia tinha que deixar as crianças na Candence, estavam exaustos.

Maria: Diz a mãe deles que os pego amanhã cedo para passarem o domingo comigo e os deixo na escola na segunda e ela pega.

Eu: Tá bom. Se cuida.

Maria: Você também. Mais uma vez, obrigada. – me abraçou. Cheguei na Candence, o Eric me ajudou a descer as crianças que estavam dormindo e os colocamos no sofá. Falei por cima como foi o encontro e ela ficou aliviada. Falei que a Maria ia pegá-los bem cedo e os deixaria na escola na segunda feira e ela concordou, agradeceu e fui embora. Missão cumprida, estava em paz com isso. Por que essa situação toda com a Maria e as crianças estava me doendo.


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