Capítulo 11

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Natalie não estava lá, era óbvio. Deu 8:40 a doutora Tessa nos chamou. Bela tinha feito alguns exames então ela tinha marcado esse horário para saber o resultado.

Tessa: Oi princesa... Como você está linda. – a examinou, me fez algumas perguntas. – Priscilla, os exames dela estão normais. Não tem motivo pra Isabela ser parcialmente surda. Não consigo enxergar um problema de fato. Já fizemos tomografias diversas e não mostram nada. Não é neurológico, não é genético, não tem motivo.

Eu: E sem uma causa não tem como tratar. – falei desanimada.

Tessa: Essa é a questão. Como vamos tratar algo que não sabemos? Não tem como usar uma diretriz para algo que não sabemos. – ela ficou em silêncio. – Só um instante – pegou o telefone. – Josy, é a doutora Tessa tudo bem? O doutor George está ocupado? Pode pedir a ele pra vir aqui? Obrigada. – desligou. – George é um cirurgião plástico especialista também em otorrino. Ele atende casos muito complexos de audição, ele pode nos dar uma orientação. – em cinco minutos ele veio. – George, essa é Priscilla Pugliese, ela é mãe da pequena Isabela... – nos apresentamos. Ele era um homem alto, negro e lindo por sinal. Deveria ter uns 40 anos. Ela explicou todo o caso pra ele e mostrou todos os exames.

George: Pode sentá-la aqui... – eu a coloquei na maca. A Bela era bem tranquila então ela ficava quietinha. Ele examinou o ouvido dela superficialmente. – Ela costuma ter dores de ouvido?

Eu: Não. Mas ela fica incomodada com sons muito altos, o que eu acho estranho já que ela não ouve direito. – ele tirou do bolso um objeto e fez um barulho no ouvido da Bela e ela gritou se assustando. – O que foi isso? – eu me assustei também. – Está tudo bem filha calma.

George: Ela fez ressonância?

Eu: Não.

Tessa: Eu não pedi, ela é muito pequena para submetê-la a uma ressonância.

George: Então façam. O caso dela é reversível, não precisa de implante coclear. – meu coração disparou.

Tessa: O que acha que é?

George: Eu tenho quase certeza que ela tem perda auditiva condutiva. Que é uma deficiência na audição, cuja capacidade de conduzir som ao ouvido externo e ouvido médio para o ouvido interno é bloqueada ou reduzida.

Eu: E como isso é tratado?

George: Cada caso é um caso. Se for causado por infecção pode ser tratado com medicação, caso contrário, é tratado cirurgicamente para desobstruir essa passagem. Como ela nasceu assim, o caso dela provavelmente é cirúrgico. Dois dias de hospital e ela vai pra casa. Muita fono para ajudar com a fala dela, evitar som alto por um tempo e tudo fica bem.

Eu: Então, minha filha vai ouvir 100%? É isso?

George: Sim, é isso... – sorriu.

Eu: Ai meu Deus... Eu te amo... – o abracei e começamos a rir. Marquei o exame dela para quinta no fim da tarde, ele ia examiná-la na sexta feira quando o exame fosse entregue pra ele. Ela ainda estava sentida com o barulho no ouvido dela. Ele disse que aquilo doía quando tinha algo de errado com o ouvido da pessoa. Por causa da vibração causada pelo som sendo obstruído, ela sentiria dor, por isso ele chegou num diagnóstico. Eu estava muito feliz, a minha filha vai poder ouvir perfeitamente. Olhei a hora e já era 9:20. – Vamos buscar a vovó no aeroporto?

Bela: Quero mamar. – fez sinal.

Eu: Vamos buscar a vovó que a mamãe te dá mama. – respondi. Fomos para o aeroporto ela via desenho no ipad. Cheguei por volta de 10 horas no aeroporto. O transito estava terrível. Minha mãe pousou na hora certa, mas ainda não tinha saído. Ela deveria estar na imigração ou pegando as malas. Comprei um buquê de rosas ali no aeroporto mesmo e me sentei ali próximo ao portão que ela sairia e dei de mama pra Bela. Depois de 20 minutos ali minha mãe veio empurrando o carrinho. – A vovó filha... – ela parou de mamar na hora. Ela viu a mamãe e quis descer do colo. Eu ajeitei minha roupa e a Bela correu para abraça-la.

Mãe: Ai que saudade que a vovó estava de você – a girou no ar e a abraçou forte.

Eu: Não a gire novamente. Acabou de mamar. – rimos. – Saudade mãe. – a abracei como podia.

Mãe: Eu também filha. – dei as flores pra ela. – Obrigada, são lindas.

Eu:Vamos levar a vovó pra casa? Dá a mão pra vovó... – a mamãe a colocou no chão eu empurrei ocarrinho, ela foi falando da viagem estava cansada e com fome. Fomos pra casa,a ajudei com as malas e ela foi tomar banho, a Edith já fazia o almoço, a Liafoi trocar a Bela, minha mãe fez só um lanche rápido porque logo íamos almoçar.Ela me deu alguns presentes que a família mandou e ela comprou também, deu osda Bela que estava amando abrir aquele monte de coisa.


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