CORDAS DO CORAÇÃO

Capítulo 17

— Cantar com você? — Ri nervosa. — Como assim, Luke? É você quem tem a banda aqui.

Pigarreei tensa e ele riu achando graça.

— Sua voz é linda. Eu quero ouvir você cantando. — Ele me olhou com um sorriso sem vacilar. — Mais do que isso. Eu quero que você cante junto comigo.

O Luke me observou como se eu fosse a única coisa que importava naquele momento.

— Tudo bem. — Assenti. — Só para de me olhar assim. Você está me deixando sem graça.

Naquele instante avassalador, meu coração disparou freneticamente quando os olhos de Luke se fixaram intensamente em mim, como se estivessem mergulhando nas profundezas da minha alma. Não houve o menor vacilo em seu olhar, apenas uma firme determinação que me deixou arrepiada.

Um sorriso, daqueles capazes de enfeitiçar e deixar qualquer mulher sem fala, curvou seus lábios de maneira sensual.

Porra. Calma, Lily. Respira. Foca na música.

— Você está vermelha. — Ele percorreu os olhos pelo meu rosto e riu. — Vou te deixar em paz. Vamos fazer esse dueto, linda.

Naquele momento, Luke e eu nos encontramos na penumbra do estúdio, nossas mãos deslizando suavemente sobre as teclas do piano. Começamos a entoar "Exile" da Taylor Swift e do Bon Iver e uma onda avassaladora de intensidade nos envolveu, como se estivéssemos mergulhando profundamente em nossas almas enquanto as notas musicais ecoavam no ar.

Cada acorde, cada nota que produzíamos no piano era como um grito não pronunciado de nossos corações, uma torrente de sentimentos que fluía na melodia. A música se tornou o veículo que expressava as emoções não ditas, como um segredo compartilhado apenas por nós dois, enquanto nossas mãos dançavam juntas sobre as teclas.

No silêncio entre as palavras, nossos olhares se entrelaçaram, como se a música e o piano fossem o elo indomável que traduzia o que as palavras simplesmente não podiam. Era um momento avassalador, uma conexão profunda que transcendia o espaço e o tempo, como se estivéssemos sussurrando nossos segredos mais íntimos através da música e das teclas do piano.

À medida que a última nota se desvanecia no estúdio, Luke e eu nos olhávamos, nossos olhos refletindo a intensidade da música que acabáramos de criar. Uma profunda e emocional sensação de satisfação pairava no ar.

Um sorriso espontâneo iluminou meu rosto enquanto eu refletia sobre a experiência que acabara de vivenciar.

— Muito obrigada, Luke. — Sorri e encarei ele.

— Obrigado eu, linda. — Ele devolveu o sorriso. — Você tem uma voz linda e única. Você é toda linda, na realidade. Completamente estonteante.

O Luke elogiou e eu senti o meu coração acelerar com as suas palavras.

— Obrigada. — Agradeci de novo e ele sorriu mais ainda.

Ao mesmo tempo que eu fiquei feliz com o elogio, um medo paralisante começou a surgir. Ele, um guitarrista famoso, representava um mundo que eu nunca sonhei fazer parte.

A ideia de me envolver com alguém tão conhecido, tão fora do meu alcance, me atormentou. Eu sabia que isso poderia se transformar em uma bagunça que eu não estava pronta para encarar.

— Eu tenho um compromisso agora. — Levantei do banco e peguei a minha bolsa.

Eu estava decidida a sair dali, o coração batendo descompassado, a mente um turbilhão de pensamentos conflitantes. Cada passo que eu dava em direção à porta carregava uma tensão que parecia esmagadora. Peguei minhas coisas, meus dedos tremiam de ansiedade e meu peito parecia estar prestes a explodir.

A sensação de que essa situação poderia rapidamente se transformar em um caos me dominava, fazendo meu estômago revirar.

— Ei, ei, ei. — Ele veio atrás de mim e parou na minha frente, sua estatura alta bloqueando o caminho. — O que houve com você? Fala comigo. Eu fiz algo?

Seus olhos estavam fixos em mim, em busca de uma resposta para o meu comportamento repentino. Isso me deixou sem palavras, emaranhada entre o desejo de explicar e o medo do que essa conversa poderia desencadear.

— Para. De. Me. Olhar. Assim. — Falei pausadamente e dei um passo para trás.

— Para. De. Se. Afastar. — Ele falou no mesmo tom que o meu.

Luke segurou meu rosto com uma intensidade que fez meu coração disparar. Seus dedos suaves afastaram os fios de cabelo do meu rosto e seu olhar se aprofundou ainda mais, como se quisesse capturar minha alma.

— Porra nenhuma, Lily. — Ele sussurrou e eu me surpreendi com a bruscalidade. — Eu não vou parar de olhar assim para você. Eu vou te olhar pelo tempo que eu quiser, o tempo todo. Por que diabos eu pararia de olhar para você? Por que diabos eu iria querer parar de te olhar?

Suas palavras cheias de desejo deixaram meu coração em chamas, enquanto eu me perdia naquele olhar que parecia capaz de penetrar minha alma. Era como se estivéssemos em um mundo à parte, onde a atração daquele momento era a única coisa que importava.

Esse seria o momento perfeito para um beijo.

— Eu vou te beijar, Lily Miller. — Ele aproximou sua boca do meu ouvido e sua voz rouca ecoou.

Com um desejo que crescia a cada segundo, Luke se aproximou de mim lentamente. Senti sua respiração quente e desigual contra a minha pele, criando arrepios enquanto ele se aproximava.

Ele colocou uma mão suave em minha nuca, os dedos deslizando delicadamente pelos meus cabelos e nossos olhos se encontraram. Seu olhar ardente estava fixo nos meus lábios e o tempo parecia desacelerar enquanto a tensão entre nós aumentava.

Nossos narizes roçaram de forma suave, uma carícia íntima que fez meu coração disparar.

Nossos lábios finalmente se encontraram em um beijo intenso. A língua de Luke deslizou suavemente sobre a minha, explorando e me provando, enquanto minhas mãos encontraram seu rosto, acariciando sua mandíbula.

Luke beijava com uma pegada firme, intensificando ainda mais o desejo entre nós. Seus dedos deslizaram pela minha cintura com firmeza, prendendo-me contra ele e me empurrando com força na parede, fazendo eu dar um suspiro de surpresa.

Lentamente, a mão dele deslizou por baixo da minha blusa, encontrando a minha cintura de forma ousada. Quando ele sentiu minha pele sob seus dedos, uma risadinha marota escapou dos lábios dele. A sensação do toque provocante fez meu corpo reagir com um arrepio e uma mistura de excitação e surpresa.

Com um desejo avassalador, eu passei os braços ao redor da nuca de Luke, trazendo-o ainda mais perto de mim. Senti suas mãos sensuais acariciando minhas coxas de forma provocante, fazendo meu corpo tremer de antecipação.

— Cacete, Lily. — Ele sussurrou ofegante entre os beijos, mordendo levemente meu lábio inferior.

Luke me ergueu do chão com um toque firme, envolvendo-me com seus braços fortes. A sensação de estar nos braços dele, com nossos lábios ainda unidos em um beijo apaixonado, era eletrizante.

Ele passou uma das mãos pela minha bunda e me levantou ainda mais alto, as minhas pernas se entrelaçando na cintura dele e ele beijando minha mandíbula e meu pescoço com confiança.

— Luke? — O som daquela voz trouxe uma dose repentina de realidade, como se o tempo tivesse parado, nos forçando a encarar o mundo exterior. — Luke, você está aí?