Capítulo 20

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A campainha tocou e o som suave interrompeu a minha conversa com os meus amigos. Ao abrir a porta, minha surpresa foi instantânea, pois o Luke estava ali, segurando um buquê de lírios em suas mãos fortes. Um turbilhão de emoções percorreu meu peito e por um breve instante, meu coração pareceu parar.

— Oi, Lily. — Ele deu um sorrisinho e parecia retraído com alguma coisa.

A presença inesperada dele me pegou de surpresa e meus olhos refletiram uma mistura de incredulidade.

Cleo, ao meu lado, deixou escapar um suspiro de espanto e sorriu, sua alegria contagiosa contagiou o ambiente. Alex, igualmente surpreso, assobiou de maneira aprovadora, revelando que também estava impressionado.

— Ignora eles. — Revirei os olhos. — Por que você está aqui?

Perguntei curiosa e ele deu uma risadinha.

— Vim te pedir desculpas por ter te mandado embora mais cedo. — Ele explicou e falou mais baixo só para eu ouvir. — Sei que deu a impressão que eu não gostei do que rolou entre a gente, mas não foi o que aconteceu. Eu amei, Lily. E eu já estava querendo fazer isso desde que te conheci. Não pense que eu me arrependi.

Ele olhou para mim e eu respirei pesadamente.

— Eu te trouxe isso, para tentar me redimir. — O Luke me entregou o buquê e eu sorri um um pouco. — Lírios.

Peguei o buquê e arqueei a sobrancelha.

— Eu deveria jogar ele em você por mais cedo. — Sussurrei para meus amigos não ouvirem. — Por que você me mandou embora daquele jeito, como se eu fosse algo descartável?

Perguntei, esperando uma boa explicação.

— Você não é descartável, Lily. — Ela balançou a cabeça e deu um suspiro incomodado.

Esperei ele falar mais alguma coisa, mas ele ficou em silêncio.

— Mas eu me senti assim. — Falei e o semblante dele mudou um pouco.

— Ei. Olha para mim. — O Luke virou o meu rosto para ele. — Você não é descartável para mim.

Ele passou a mão pela minha cintura e por baixo da minha blusa, acariciando minha pele e minha barriga.

— Vem cá, vem. — Fui tomada pelos seus braços e fechei os olhos enquanto ele passava as mãos pelo meu quadril. — Fala sério, Lily. Por que você tem que ser tão fodidamente gostosa?

Ele perguntou em um sussurro e eu sorri para mim mesma.

— Linda demais. — Ele beijou meu pescoço e eu senti a sua língua roçando minha pele. — Queria provar cada pedacinho de você.

Ele me provocou e eu senti o meu rosto ficando quente.

— Mas vou com calma. Quero te mostrar que eu não sou tão ruim quanto você está pensando agora. — Ele sorriu e eu revirei os olhos rindo. — Mas um dia eu vou te fazer revirar esses olhos de outra maneira.

O Luke se afastou, sabendo efeito que causou em mim, apenas com essas palavras.

— Já vou indo, tá? A gente se fala. — Ele acariciou minha bochecha e se virou para ir embora, mas olhou para mim de novo. — Topa um cinema esse fim de semana?

Ele perguntou e eu pensei um pouco.

— Cinema? Rodeados de pessoas e talvez até jornalistas? — Questionei.

— Não vai ter ninguém. Nem que eu compre o cinema só para a gente. — Ele piscou e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ele foi embora.

Comprar um cinema? Esse cara era louco. E rico.

— Comprar um cinema? Esse cara é louco. — A Cleo apareceu e eu levei um susto.

— E rico. — O Alex completou.

Fala sério. Eles leram a minha mente?

— Transar em um cinema deve ser bem quente. Depois você conta como foi. — A Cleo falou e eu arregalei olhos, enquanto o Alex gargalhou. — Estou só brincando. Não faz essa cara de espanto.

Me joguei no sofá e dei um gemido de frustração.

— Já está treinando? — O Alex perguntou com ironia e eu joguei uma almofada nele. — Ai, sua cadela sem humor.

Ele jogou em mim de volta e bateu na cabeça da Cleo.

— Não me mete nisso. — A Cleo jogou nele de novo, mas ele foi rápido e segurou.

— Tenta de novo, otária. — Ele provocou.

— Se isso cair no Floquinho com essa palhaçada, eu vou enfiar essa almofada na sua bunda, Alex. — Ameacei.

— Isso era para ser uma coisa ruim? — Ele sorriu com deboche eu revirei os olhos.

Por que ele era meu melhor amigo mesmo?

— Falando em enfiar coisas, acho que já vou indo, lindas. — O Alex olhou para nós duas. — Vou ver aquele cara do show de novo.

Ele piscou para nós duas e eu encarei ele com surpresa.

— Você ainda está saindo com ele? E eu que pensei que você era um pegador sem coração. — Provoquei.

— Ah, mas nada sério. — Ele deu de ombros. — Na última vez, o namorado dele pegou nós dois no ato e foi bem tenso.

Eu e a Cleo nos entreolhamos de boca aberta. Namorado? O Alex era esse tipo de cara?

— É brincadeira, porra. — Ele riu e nós duas respiramos aliviadas. — Eu sei bem como uma traição dói. A minha vida toda foi baseada nisso.

O Alex falou com humor, mas pude perceber uma pitada de ressentimento ali.

— A gente nunca vai trair você. — A Cleo olhou para ele e eu assenti.

— Eu sei. — Ele sorriu. — Vocês são minhas namoradinhas do coração. O nosso trisal é para sempre.

Ele brincou e a Cleo riu.

— Até que a morte nos separe. — Zoei.

— Garota mórbida. — Ele apontou para mim com um falso desgosto. — Ninguém vai morrer não. Só com cem anos, depois de uma vida do caralho.

O Alex beijou as nossas bochechas e se dirigiu até a porta.

— Depois eu conto para vocês do encontrinho. — Ele piscou e saiu, fechando a porta atrás dele.

— Vocês dois parecem bem estabelecidos no quesito relacionamento. — A Cleo falou quando o Alex foi embora.

— Ele sim, eu não. — Respondi e ela revirou os olhos. — O quê? Nós estamos anos luz longe disso. E eu nem me envolveria com alguém famoso. Você lembra como a jornalista está em cima de mim?

Perguntei e ela pegou a bolsa dela, se preparando para ir embora também.

— Que se fodam os jornalistas. — Ela exasperou. — Não perde a oportunidade. Um cara desse só se encontra uma vez na vida. Ele se importa com você. Ele vê através de você.

Ela disse isso e saiu, me deixando sozinha.

Ele vê através de mim.

CORDAS DO CORAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora