Burning In Hell: A Rainha do Inferno (Livro II)

Capítulo 2 - Você é a Rainha do Inferno agora

Devil

– Como assim apenas começando?

Agradeço mentalmente a Ravena por fazer a pergunta que todos estamos tentando fazer há minutos.

A humana – que obviamente não é mais só uma humana – abre a boca para dizer algo, mas fecha em seguida. Repete esse processo umas cinquenta vezes enquanto esperamos uma explicação.

Ela não vem, no entanto.

– Humana, eu realmente estou ficando assustado. – Alec cruza os braços, não mais sentado ao lado dela. – E quando fico assustado... eu não reajo bem.

– Não reage bem. – Ravena tosse. – Transar o dia todo é com certeza sinônimo de não reagir bem.

– Ah, não me julga. Transar relaxa o corpo.

Louise arqueia os olhos, abrindo e fechando a boca novamente, enquanto Ravena dá de ombros

– É, relaxa um pouco.

– Um pouco? Experimenta gozar sete vezes seguida em uma única noite, minha cara domadora de fêmeas arrogantes, e aí me diz se relaxa só um pouco.

Ignoro o idiota.

Louise tem razão. Tem algo diferente nela. Talvez os olhos. Com certeza os olhos. Eles estão brilhantes. O castanho-claro está mais vivido, mais frio. Nem sei se frio seria a palavra certa, mas... Consigo sentir. A sombra ao redor do seu corpo. De vez enquanto ela fica mais forte, mais gélida. É quase imperceptível, mas consigo sentir. É como se a sombra brincasse com o meu poder, como se incitasse meu fogo para que ele se solte.

Ainda parecendo espantada, Louise faz menção em finalmente responder, mas eu me adianto:

– Saiam.

Mesmo aparentando querer fazer o contrário os três demônios se encaminham até a porta. Entretanto, antes de sair, Alec se aproxima do meu ouvido – tão previsível – e sussurra:

– Sete vezes, A. Sete vezes, cara.

Um suspiro escapa da boca de Louise. Certamente escutou o que Alec disse.

– Você é uma irresponsável e imprudente.

Pega de surpresa, ela estreita os olhos.

– Como?

– Você é uma irresponsável e imprudente que não pensa. Agiu sem a porra de um plano.

– Eu realmente não estou entendendo o que você...

– Quer mesmo que eu liste as coisas idiotas que fez há semanas atrás?

Erguendo as sobrancelhas, Louise parece entender exatamente onde quero chegar. Ela abre a boca, mas fecha em seguida. Faz isso diversas vezes antes de realmente tentar retrucar:

– Eu...

– Se colocou na minha frente, quando sabia o que Scarlett pretendia fazer. Você... – Levo ar para meus pulmões e fechos os olhos por um momento. – Foi a coisa mais idiota que fez na vida, Louise. Até mais que tentar ir embora do inferno sozinha.

Seu olhar cai no chão.

– Eu estou acordada e viva. – Ela volta a me olhar. – Não é isso que deveria importar?

Por todos os malditos deuses, sim. É isso que deveria importar, porque no momento em que afundei aquela adaga no coração dela... Eu nunca me senti tão vulnerável como naqueles dez segundos. Eu poderia ter realmente a matada se ela fosse um demônio. E não teria mais como voltar atrás. Então, sim. Deveria ser a única coisa que importa agora. Mas não é. Ela foi imprudente e inconsequente. Não deveria ter arriscado a própria vida...