Capítulo 25 - O diabo vencido por uma estrelinha

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Devil


– Que porra aconteceu com vocês? – A expressão de Alec é ainda mais confusa que a de Ravena quando surgimos, Louise e eu, por uma Fenda.

Com os lábios ressecados do frio das Águas do Sussurro, Louise abre a boca para responder, mas desiste enquanto se joga em uma das cadeiras da sala de reuniões. Ela está usando apenas o sutiã e a calça de couro, mas não parece nenhum pouco incomodada com isso. E por que estaria? Andamos uns bons quilômetros até a Floresta da Caveira para podermos conseguir usar a Fenda.

Não lembro de muita coisa sobre o que aconteceu na praia enquanto eu estava inconsciente, mas Louise me contou resumidamente. E eu ainda não consigo acreditar que ela matou o Kraken. E ainda pior, ajudou aquela criatura que me atacou. Eu teria a matado, mas não podia fazer nada com aquela maldita toxina mastigando minhas veias.

Exausto, eu também me esparramo na cadeira, tomando a garrafa da mão de Alec, e tomo o resto da bebida em um gole só.

– Um monte de merda.

Mesmo de olhos fechados, consigo sentir as sobrancelhas do Caçador se franzirem.

– Ficamos preocupados. Zion tentou ver com os olhos dele, mas...

– A magia – murmuro, separando os cílios. Louise parece ter cochilado com a cabeça reclinada na cadeira. – Ela impede qualquer coisa. Tivemos que ir até a Floresta da Caveira para consegui usar a Fenda.

– Mas o que aconteceu? – Ravena estreita os olhos, preocupação girando em torno da sua íris marrom. – Conseguiram encontrar o tal Kraken?

Aceno, mas é Louise quem responde. Parece que não está cochilando.

– Aconteceu muita coisa antes disso, Baylor nos envenenou e... – Ela não termina, e eu me pergunto se é pelo cansaço ou porque não quer mencionar a minha explosão.

Fomos envenenados. Aquele maldito demônio nos envenenou embaixo do meu nariz, e eu nem percebi. Estava tão concentrado em não colocar a comida para fora que nem considerei algo assim. É óbvio que ele tentaria. Não posso confiar em nenhum demônio do inferno a não ser aos demônios que estão nessa sala – e Louise e Zion. Não posso me esquecer disso, qualquer demônio ficaria feliz em conseguir me matar.

– Quem é Baylor para início de conversa, e por que ele envenenou vocês?

Noto as narinas de Louise se dilatares, mas ela não responde dessa vez.

– O navegador. – Apenas a breve lembrança daquelas correntes nos meus pulsos faz minha mente girar. Elas não eram correntes comuns, conseguiram conter meus poderes, e eu só explodi o barco daquele jeito porque o poço do meu poder estava transbordando. Eu estava o guardando a tanto tempo que nem aquelas malditas correntes conseguiram conter dessa vez. – Ele colocou algum tipo de veneno na comida e na bebida.

– Que tipo?

– Não sei, mas deixou a gente bem... – Outra lembrança do dia de ontem atravessa meus pensamentos e minha pele esquenta. Jogo a memória para longe. Não é hora para lembrar do quanto meu pau sofreu naquela calça enquanto minha boca estava...

Ouço Louise tossir baixinho antes que eu conclua o pensamento.

– E depois uma Cecaelia apareceu, uma estrela-do-mar atacou o Aren, o Kraken tentou matar a Cecaelia, e eu matei o Kraken.

Alguns segundos morrem enquanto os dois demônios encaram Louise boquiabertos, até que Alec aperta levemente os olhos, como se prestando atenção em um único ponto em que ela disse.

Burning In Hell: A Rainha do Inferno (Livro II)Onde histórias criam vida. Descubra agora