Burning In Hell: A Rainha do Inferno (Livro II)

Capítulo 52 - O Hell não é seguro

Devil

Encontro Louise no seu quarto, no dia seguinte à reunião com Reagan. Ela não apareceu ontem à noite para comemorarmos seu aniversário.

– Bom dia, Meu Anjo – murmuro com um sorriso, ao vê-la terminar de vestir suas roupas. Ela tem um breve espanto, mas retribui o sorriso. Ergo a bandeja. – Trouxe o café da manhã. Já que não foi ao meu quarto ontem à noite.

Com os olhos tensos, ela espia a miniatura de bolo sobre a bandeja. A única coisa que consegui para hoje. Fiquei a esperando por tanto tempo ontem que o bolo derreteu.

– Não precisava. – Louise dá um passo até mim, e eu roubo um beijo surpresa. Seus lábios macios são a coisa que mais me faz tremer. Ela toda, na verdade. – Mas obrigada por trazer, estou morrendo de fome – ela agradece contra minha boca.

Sorrio suavemente, recostando minha testa na sua.

– Como vocês dizem no mundo humano? Feliz 18 anos? Acho que se fizéssemos isso, nos perderíamos na conta.

Louise também sorri, agarrando o bolinho, ressaltando que está realmente com fome. Ela sequer comeu algo ontem à noite?

– O que fez ontem à noite?

Ela engasga com minha pergunta.

– O quê?

Deixo a bandeja com mais algumas comidas em cima da cômoda e me viro para encará-la.

– Você não foi ao meu quarto.

Os olhos dela ganham algo estranho, quase como apreensão.

– Eu... estava muito cansada. Peguei no sono assim que voltei para o quarto, me desculpe.

Ofereço um sorriso que não chega aos olhos, piscando algumas vezes. Ela está mentindo. Sei que não estava dormindo. Fui ao quarto dela quando percebi que já estava tarde, e ela ainda não havia chegado.

Tudo em mim grita para questionar isso, perguntar o porquê da mentira se agora somos... Mas não o faço. Confio nela. Eu a amo. Amo tanto que não consigo sequer pensar em algo acontecendo com ela – chega até ser uma ironia depois de tudo o que ela passou por minha causa. – E ela está aqui, comigo. Não há motivos para começarmos uma briga sem sentindo.

– Tudo bem, Meu Anjo. Descansou?

Seus olhos se afastam para o chão antes de ela abrir a boca e fechar duas vezes, como se quisesse dizer algo. E, quando ela respira fundo, parecendo estar pronta para dizer o que quer que tenha para falar, um tremor reverberando no ar a faz parar. Dois segundos de um completo silêncio de passa, e então, de repente, o chão sacode e some dos nossos pés.

Minha visão se embaralha, e eu não vejo os próximos minutos, apenas sinto a explosão e o tremor em todo o inferno. Ouço Louise dizer algo, mas meus ouvidos são tapados por um zumbido grotesco. As paredes parecem intactas, mas ao mesmo tempo destruídas. Talvez seja só minha visão borrada. Pisco alguma vezes para a clarear e acabo me deparando com Louise tentando me erguer do chão.

– Aren – ela praticamente grita, como se estivesse tentando há muito tempo. – Precisa se levantar.

Obedeço. Pelo menos tento.

– O que aconteceu...?

Sou interrompido com outra explosão estrondosa. Louise também cai outra vez, tentando se segurar nas paredes de obsidiana. Merda, que porra é essa? Olho para a janela e tenho um vislumbre de poeira sendo dissipada no ar.