Louise
Aren não quer eu vá para o Mundo dos Humanos, mas não vai conseguir me impedir. Eu preciso ver meu pai. Ele deve estar preocupado comigo e... sentindo minha falta. Ele está sozinho. Tenho certeza de que ainda está fechado como antes.
Eu preciso vê-lo.
E é por isso que bato na porta de Alec nesse momento.
Ainda estamos na casa de Zion. Faz uma semana que acordei do Sono Profundo e ainda me sinto diferente, embora nada esteja aparente além dos meus cabelos, que estão maiores. Preciso cortá-los urgentemente.
– A que devo a honra da minha humana preferida estar batendo na minha porta a uma hora dessas? – Embora seu tom seja de divertimento, seus olhos inchados evidenciam o quanto não queria ter sido acordado agora.
Tento forçar um sorriso, porque sei que não será uma tarefa fácil convencer qualquer um deles de desobedecer a uma ordem do diabo.
– Eu... queria pedir uma coisa.
Ele desvia o olhar para a janela de vidro. E mesmo que esteja coberta pela cortina branca, é possível notar alguns resquícios da luz do sol.
– Às...seis da manhã?
– Hum... é... importante e... talvez secreto?
Erguendo as sobrancelhas, uma linha dos seus lábios se curva enquanto eu noto uma das suas tatuagens se movendo. E só agora noto que ele está sem camisa. Só uma calça moletom cobre seu corpo, me permitindo ter uma visão melhor das dezenas de tatuagens por toda a sua pele. Há várias rosas ao redor dos braços musculosos e muitas outras por toda a extensão do seu abdômen. São poucos os lugares que não estão pintados.
– Secreto, é?
– Talvez.
Alec funga, olhando os corredores, e fecha os olhos por um momento.
– Eu vou me arrepender disso, não vou?
– Com certeza vai.
Ele sorri, sacodindo levemente a cabeça, mas desiste.
– Entra aí, vai.
Obedeço.
O quarto de Alec é parecido com o meu, talvez todos sejam. As paredes são de madeiras, há uma cama grande no centro do cômodo, um guarda-roupa e uma porta que certamente levará para um banheiro.
Escuto a porta se fechar atrás de mim e em seguida vejo Alec tirar uma camisa cinza um pouco surrada e vesti-la. Ele fica alguns segundos me esperando começar, mas como eu não o faço, ele faz isso por mim.
– E então? Qual o plano diabólico que o diabo não pode saber?
Quase rio.
– Quero que me leve para o Mundo dos Humanos.
Nesse momento, todo o divertimento do rosto de Alec some. Até seus olhos verdes perdem o brilho de sempre.
– Quer que eu...? – Engolindo em seco, ele tosse baixinho. – Achei que tivesse decidido ficar aqui depois de... tudo.
Ah.
Ele pensa que eu quero ir embora para o Mundo dos Humanos.
– Não, você entendeu errado. Eu não quero ir embora para lá, só quero ir para ver meu pai. – Seu rosto se franze, e eu sou obrigada a explicar: – O único que eu considero um pai. Jimmy Quinn é meu pai.
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Burning In Hell: A Rainha do Inferno (Livro II)
RomansaSe você não leu o primeiro livro da Trilogia, não leia essa sinopse: Contém spoilers. Depois de acordar do Sono Profundo, Louise descobre que agora é a Rainha do Inferno. Algo que, a assusta e a faz precisar de um tempo no Mundo dos Humanos para pen...