Capítulo 4

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Após um grande trabalho com limpeza de quartos empoeirados e/ou bagunçados. Paro na porta, revoltado.

- Isso é humilhante! - Reclamo e a garota para na minha frente com um sorriso vitorioso e irritante.

- Vamos lá, querido. – Fala de forma irônica e eu reviro os olhos. – Você que escolheu vir. Se não me ajudar aqui, pode ficar de olho nas crianças.

Fala balançando a mão como se eu fosse um gatinho assustado. Segurei um rosnado e a vi pegar a vassoura e começar a limpar as beliches grandes de madeira. Com uma mão, levantei a parte da frente da beliche e ela se assustou.

- Sabia que era forte, mas... Nem tanto.

- Isto não é nada comparado ao que eu aguento de verdade. – Falo e a encaro parada com a boca aberta. – Não vai limpar?

Reclamo e ela pisca os olhos e volta a limpar o chão. Limpamos uns cinco quartos parecido com o primeiro, três banheiros, duas salas, uma de estar e outra de jantar e uma grande cozinha que estava completamente suja de comida espalhada até pelo teto.

- Isso é... Impossível.

Falo não acreditando na comida que estava até mesmo no teto! No teto! Cássia riu da minha cara e pegou uma grande escada em um armário antes de subir com uma esponja e balde com água limpa.

- Vai se acostumar com o tempo. Temos crianças que podem ser piores que você.

- Está me comparando com uma criança completamente infantil e imatura?!

Pergunto de forma irônica e ela sorri de lado antes de começar a limpar o teto. Dois meninos aparecem do lado de fora por uma porta e correm por baixo da escada até a sala de jantar, fazendo o objeto balançar.

- Crianças, não corram... - Cássia grita antes de perceber o balde cair sobre os degraus e a água a fazer escorregar.

Eu a pego rapidamente nos braços e ela aperta de leve minha blusa, parecendo um pouco assustada.

- O-o-obrigada...

Fala baixo e percebo nossos rostos muito próximos. Me afasto e a coloco no chão. Que clima mais clichê! Ridículo.

- Deixe o teto comigo. Vá limpar outra coisa.

Falo e ela apenas concorda com a cabeça e dá as costas para esconder o rubor, mas eu conseguia ouvir seus batimentos levemente rápidos e sorri de lado. Ainda tenho esse poder nas mulheres, em qualquer mundo, pelo visto.

Após arrumar a cozinha, deixamos o almoço para outras empregadas enquanto ela pegava uma grande cesta velha de palha e me guiava para o lado de fora. Me surpreendo com o local grande, porém com aspecto velho. Parecia como um dos jardins de meu castelo, mas sem muita vida. A grama era marrom, morta, e as únicas árvores do local eram duas macieiras. As únicas verdes vivas do local além de inúmeras crianças brincando e várias moças cuidando de bebês mais jovens, perto da casa onde batia um pouco de sombra.

- Tia Cass. Tia Cass! Tem maçãs!

Várias crianças aparecem com os frutos, provavelmente que estavam no chão, já que estavam um pouco amassadas. Cássia sorriu de forma diferente e mais alegre, de um jeito que não tinha visto ainda.

- Uau! Porque vocês não me ajudam a colher as maçãs para fazermos uma torta para a janta?

Todos gritaram animados até me encararem atrás dela.

- Quem é ele?

- Crianças, este é o Felipe. Vai nos ajudar um pouco no lugar, então não assustem ele, por favor.

Sua realeza, a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora