A cada minuto que a noite caia, meu sorriso aumentava atrás da máscara.
- Hoje será nossa noite, rapazes! - Falo para o pessoal que me seguida durante a corrida na floresta e muitos riram animados.
Minha pele arrepiava ao sentir que algo inédito aconteceria. Seria agora a volta de quem espero a tanto tempo?
Mesmo faltando alguns dias ainda para chegarmos ao grande castelo do norte para a reunião noturna, eu estava animado. A caçada de ontem foi um grande banquete, mas os novatos ainda não cederam a sua sede. Ainda assim, eles não falavam muito. Ainda me lembro da primeira vez que os vi, há seis anos, assustados, sem saber o que realmente eram. Até hoje não acredito no que eles disseram sobre seus passados. Às vezes até pensava se eles não eram humanos, mas isso é impossível.
Desço da árvore e paro. Sinto o grupo parar atrás de mim, escondidos nas sombras da imensa floresta e sinto um forte cheiro de sangue humano. Sinto meus olhos brilharem e sorri.
- Hoje vamos fazer festa, rapazes.
Falo e me inclino antes de correr novamente e seguir o cheiro forte de sangue até parar em uma pequena estrada de terra falsa e paro uma moça de roupão fino branco. Parecia uma fada inocente, como em meus sonhos, porém sem as asas. Todos rodeiam a moça de cabelos longos castanhos, um pouco distantes, mas ela não parecia com medo.
- Pois não?
Viro a cabeça confuso.
- Não está tarde para um passeio, mocinha?
Ela ri.
Ela riu?!
- Desculpa. É que estou perdida.
Me inclino um pouco por causa da grande diferença de altura.
- Não está com medo?
Ela sorri.
- Deveria?
- Não sabe quem somos?
- Perdão, não venho muito para cá. Não moro nas terras dos humanos. – Fala e faz uma leve careta. – Que criaturas são vocês? Não consigo adivinhar com essas roupas de valetes.
Fala e eu ri. Ela não nos conhece?
- Que pena, querida. Mas hoje não é seu dia de sorte!
Falo esticando a mão, mas os dois garotos param na minha frente. Suas máscaras, um palhaço sorridente e outro chorando, escondendo suas verdadeiras afeições.
- Oh, - Sorri mais ainda. – Finalmente irão ceder a sede.
Falo e dou um passo para trás. Todos os outros do bando fazem o mesmo e os meninos viram para a moça, que era um pouco menor que ambos. Eles levantam suas máscaras e as tira, sorrindo. Como esperado, a moça arregala os olhos.
Em seguida virá o grito de medo por conta de suas aparências mórbidas perfeitas.
Penso, mas me assusto.
E-ela... Ela está chorando?
A mulher recua um passo e chora compulsivamente.
- Impossível.
Parece que o medo foi bem forte. Antes de rir novamente, congelo ao ver a moça partir para cima dos gêmeos e os abraçar, deixando todos completamente inertes e confusos.
- Ah? - Solto e ela chora e antes de se afasta e limpar o rosto antes de ficar séria e bater na cabeça de ambos.
- Como ousam fazer isso comigo, seus moleques?!
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Sua realeza, a Fera
FantasiaE se um imperador tirano de um mundo de fantasia viesse para o mundo real? Para salvar seu reino e seu futuro, Felipe, disfarçado de humano, foi jogada para outro mundo a fim de aprender a realidade do mundo moderno. Começando com um quase atropela...