Os dias se passaram lentos. No começo eu a evitei por completo, mas meu peito queimava sempre que eu pensava nela. Desde o último sonho, eu nunca mais tive dores de cabeça.
Estava tudo escuro. Eu andava devagar até a grande jaula, mas não ouvia as correntes.
- Hey. - O chamo e as correntes se mexem um pouco. - Eu sei que está ai.
Ele riu de forma irônica e se levantou, ainda estando nas sombras.
- Eu nunca sai daqui. – Fala se aproximando de mim. Suas pernas finalmente se aproximam da luz, que se levanta iluminando seu corpo gordo, revelando seus braços fortes e com várias cicatrizes e o rosto que me assustou e logo recuei. – Eu sempre estarei aqui, só quero que me liberte!
- Você... Você... O que é você?! – Pergunto me aproximando e ele revira os olhos.
- Eu sou você. O você de depois da guerra contra as panteras. O você que foi para o mundo da Cássia e a conheceu. O você que aquelas bruxas tentaram matar!
Grita revoltado e tenta me atacar novamente.
- Mas... Se você sou eu... O que eu sou?
- O meu eu do passado. O idiota egoísta tirano que não pensa em mais nada além de si mesmo.
- Cale-se! – Mando ofendido e ele ri de lado.
- Tadinho, ficou magoado? Imagina eu, que viveu lutando em busca da felicidade e, quando finalmente tudo estava bem e perfeito, minha esposa é amaldiçoada para me esquecer.
- Espera... O que?
- É, gatinho. A maldição que está em você era para Cássia. Ela que estaria aqui, presa em meu lugar, sem saber quem seria você, sem saber onde estaria, e enlouqueceria com tudo.
- Como inverteu a maldição? – Questiono não me lembrando de nenhuma magia assim.
- Eu... – Ele recua fazendo careta. – Eu... Não sei. Eu ouvi uma voz em meu ouvido e simplesmente o segui. Eu estava desesperado, não pensei nas consequências.
Reclama e suspiro cansado.
- Você ainda é um estranho para mim e, mesmo se eu quisesse, não sei como te libertar. Não sei como "me" libertar da maldição. – Falo fazendo aspas com os dedos e depois olho em volta.
A jaula era grande, parecendo bem forte.
- Era para "eu" estar morto. – Fala fazendo aspas com os dedos também.
- Como assim?
- As bruxas queriam matar o melhor de mim. Mas... A mamãe nos protegeu.
- A mamãe? Mas ela morreu.
- Eu não sei explicar, ok?! Mas eu a vi! A maldição estava me matando quando ela me puxou para uma parte quente e me abraçou. Quando abri os olhos, estava aqui, dentro do meu subconsciente preso, sem saber o que está acontecendo no mundo real.
Suspira e eu fico atônico por uns segundos.
- Mesmo morta, ela ainda nos protege. – Ri de forma anasalada e meu outro eu senta no chão cansado.
- Acredite, Cássia faria a mesma coisa se pudesse.
- Como pode ter tanta certeza? O que essa humana fez com você, cara?! – Reclamo e ele ri fraco antes de voltar a me encarar.
- Ela deu a vida para nos salvar quando estávamos fracos.
- O que? Mas eu nunca fui fraco! Desde a morte...
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Sua realeza, a Fera
FantasyE se um imperador tirano de um mundo de fantasia viesse para o mundo real? Para salvar seu reino e seu futuro, Felipe, disfarçado de humano, foi jogada para outro mundo a fim de aprender a realidade do mundo moderno. Começando com um quase atropela...