Capítulo 67

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Os dias se passaram. Os sons aleatórios estavam começando a incomodar ambos os irmãos, que nos primeiros dias já descobriram uma habilidade de conversarem telepaticamente.

Aquele cheiro de cachorro molhado de novo.

Diz Atlas impaciente e Magnus, seu irmão mais novo ri.

Deve ser um cachorro mesmo, ele sempre vem me cheirar e os pelos fazem cócegas.

Fala inocente e Atlas respira fundo.

Vou tentar abrir os olhos de novo.

Avisa o irmão e se concentra, abrindo os olhos pela primeira vez, encarando um teto de madeira e um cachorro preto de olhos verdes o encarando e sorrindo enquanto abanava o rabo.

- Ele abriu os olhos! Ele abriu os olhos! – Fala o cachorro com uma voz de criança humana, assustando Atlas.

O cachorro falou, Lucca!

Grita em pensamentos, já que não conseguia falar com sua boca. O cachorro pula do berço e sai correndo, indo atrás de uma moça.

- Mãe! Mãe! – Fala o cachorro e a moça corre.

- Fenrir, falei para se comportar. Alguém pode ser espião, lembra? E volte a sua forma humana. – Fala a moça em sussurro e se aproxima, revelando os olhos e cabelos castanhos com o sorriso inocente. – Oi, meu bebê.

Fala acariciando seu rosto.

Tão... Quente...

Observa e Lucca resmunga.

O que? O que é quente? Também quero ver!

Se esforça e abre os olhos. O menino mais velho, Fenrir, sorri largo.

- Olha, olha. Magnus também abriu os olhos, mamãe! – Sussurra animado e a moça sorri, acariciando o outro bebê.

Quentinho...

Comenta, já que ambos nunca sentiram tal carinho em sua antiga vida.

Ela que é nossa mãe? - Questiona Lucca. - Não reclamaria se fosse.

Ambos os bebês a encaram sérios, já que nunca sorriram ou riram antes para ninguém. A moça estranha.

- Eles são esquisitos. – Comenta Fenrir fazendo careta e ambos os bebês ficaram sérios, se sentindo ofensivos. – Eles nunca sorriram, nem riram. Estão com defeito?

Pergunta inocente e Cássia ri.

- Pare de falar assim de seus irmãos, Fenrir e vá ajudar a arrumar a mesa. – Manda e o jovem sai dando de ombros. – Não fiquem assim. Irão se acostumar com ele logo, meus queridos.

Hey... Eu me lembro dela! - Lucca comenta e Gael o encara.

De onde?

Da loja de coisas velhas! Foi ela que deu a caixa de música para nós, Gael! A cliente fiel, lembra?

Gael se assustou e ambos encararam a moça, surpresos, a deixando desconfiada.

- O que vocês dois estão tramando? – Pergunta e depois ri antes de pegar o mais novo. – Vem, mocinho.

Gael, socorro!

O mais novo grita assustado e o mais velho arregala os olhos.

Lucca! Calma... Eu vou...

Ele se remexe e remexe, mas não sai do lugar.

Corpo de bebê é uma merda! Eu não consigo me mexer!

Sua realeza, a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora