Capítulo 50

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- Você é um idiota! – Alguém nas sobras gritava para mim.

Eu sabia que ele estava preso com correntes nas mãos, ajoelhado, dentro de uma grande grade de ferro. Seu rosto estava vermelho, mas eu não conseguia identificá-lo e ele se rebatia sem parar.

- Acorda, seu merda! Não se atreva a se esquecer dela!

Grita tentando me atacar e não reajo, apenas o observando. Cada detalhe de seu rosto vermelho, suado e molhado das lágrimas. Dos cabelos cumprido e a armadura prateada igual a que normalmente uso em batalhas.

- Não se atreva a machucá-la!

Ameaça e tenta novamente sair, mas não conseguia, chorando e gritando tão alto a ponto de eu acordar com dor de cabeça.

Me levanto da minha cama e aperto minhas têmporas. Desisto de dormir e coloco meu roupão antes de sair do quarto e andar por todo o palácio que estava silencioso. Os guardas noturnos estavam de prontidão perfeitamente como deve ser. Vou até a cozinha e pego um pouco de gelo na geladeira, pego um suco de laranja que tinha embaixo e um ralador na gaveta. Paro ao perceber o ralador na minha mão e estranhei.

O que eu iria fazer com o ralador?

O guardo novamente e desisto do suco, pegando uma garrafa de vinho na minha grande despensa e viro sem me importar com cortesia.

Sento em uma parte do grande banco de madeira e olho em volta, me sentindo estranho no local. Estalo os dedos e me distraio com minha magia. As pequenas chamas que passeiam em minha pele como se fosse parte de mim até começar a formar letras de outra língua em minha mão esquerda, rodeando meu antebraço e indo para meu peito antes de mudar de cor para vermelho, como uma fita. Essa fita estava com a ponta preta, como se tivesse sido queimada.

- O que é isso? – Pergunto para mim mesmo, baixo, curioso com a fita que apareceu de repente até alguém acender a luz da cozinha e tudo desaparecer, como se eu estivesse acordando de um sonho.

- Oh – a coelha fala surpresa. – Perdoe, majestade. Com licença.

Fala fazendo reverência e pula até a geladeira, pegando uma mamadeira e indo em direção ao fogão. Em suas costas, vejo um tecido com o filhote de Damian me encarando completamente acordado. Ela fica na forma humana e esquenta a mamadeira. O filhote sai do tecido e anda pela cozinha, olhando e cheirando tudo em sua volta até subir na mesa e sentar na minha frente, me encarando.

- Que é? – Pergunto e ele mostra a língua para mim antes de correr para sua mãe, que ainda estava focada na missão de esquentar o leite do filho.

Assim que termina, ela entrega a mamadeira para o filhote, que deita na mesa, próximo de mim e se alimenta sozinho, com vontade. A moça senta ao meu lado e sorri fraco.

- Parece que está tendo uma noite difícil, majestade. – Fala um pouco baixo e estranhei.

- O que sabe da minha noite? – Pergunto ríspido e ela suspira.

- Suas olheiras estão cada vez piores. – Observa apontando para meu rosto.

Esfrego minha testa, sem forças para retrucar.

- Apenas me deixa em paz! – Mando e ela estranha.

- Está com dor, majestade? - Apenas resmungo e ela parece pensar em algo antes de pular do lugar e sair. – Já sei o que pode te ajudar.

Fala e pega gelo, o suco de laranja e o ralador. Fico surpreso com os ingredientes e a observo com atenção quando a mesma raspa um pouco de gelo no copo e coloca o suco antes de me entregar com uma colher.

Sua realeza, a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora