Depois de arrumar o corte que tinha em sua roupa enquanto o folgado estava no banho, eu me arrumei e dirigi praticamente uma hora para chegar ao centro da velha cidade. Saímos do veículo em frente a única loja que eu conhecia. Um antiquário. Entramos e ele olha em volta com nojo. Reviro os olhos e vou até o caixa, onde encontro um senhor com óculos na ponta do nariz, lendo jornal.
- Bom dia, Will! - Sorri e o mesmo levanta os olhos e sorri.
- Oh, minha querida! Você é uma luz maravilhosa que aparece para iluminar meu dia!
Ri. Ele sempre foi exageradamente romântico.
- A quem devo por esta maravilhosa visita?
Meu sorriso some e aponto para trás.
- Esse cara maluco está procurando um tipo de "joia branca".
Falo e viro, não o encontrando. Lembro que a única conversa no carro que temos foi sobre seu nome. Eu me recusava a chamá-lo de majestade e, quando atrevi avisando que iria chamá-lo de estranho, ele finalmente revelou.
- Felipe?
O chamo e ele sai do meio dos móveis grandes empilhados nos cantos do local mal iluminado cheio de diversos objetos velhos e usados que estão à venda. Porém, Will sempre deixava tudo limpo para tentar conservar o máximo que podia.
- Will, este é Felipe. Um cara que apareceu no meio do nada ontem e quase foi atropelado por mim.
- História interessante, querida. - Fala e estica a mão para o loiro, que encara a mão e depois o velhinho de forma séria.
- Vai me ajudar ou não?
Will fica sem graça e sorri.
- Ignora esse jeito dele. Desde ontem age assim. – Falo e sussurro. – Ele acha que é rei de um reino que não existe e fala com gatos.
Will estranhou, mas não riu, como eu esperava.
- Certo. Então, está procurando uma pedra qualquer de cor branca, ou algo específico, senhor Felipe?
- É uma joia branca. Eu não sei como ela é. Apenas preciso dela logo para voltar para meu reino.
Will ouve enquanto pega duas caixas e coloca em cima de uma mesa qualquer no meio da grande bagunça organizada dele.
- Certo. - Fala e abre as duas caixas, mostrando velhas joias. - E como saberá quando achar esta joia?
Felipe pareceu tenso.
- Ainda não sei. - Resmunga e prendi um riso até a coruja voar e pousar na mesa, perto de nós.
Sorri e acariciei sua cabeça, pois já a conhecia.
- Oi, pavão!
Felipe fez careta novamente.
- Colocaram o nome pavão em uma coruja?!
Ri com Will. Amávamos essa reação das pessoas.
- Então, senhor Felipe. – Will muda de assunto. – De que lugar você seria?
- Reino de Ignis, na terra de Gaya.
Will pareceu ficar pálido e suas mãos tremiam.
- Will?
Ele forçou um sorriso e me encarou.
- Querida, me traga um copo de água com açúcar, por gentileza?
Sabia da saúde maluca de Will e logo corri para a cozinha, nos fundos do local, e peguei uma água na geladeira e açúcar, misturando e andando com cuidado até ouvir um sussurro.
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Sua realeza, a Fera
FantasyE se um imperador tirano de um mundo de fantasia viesse para o mundo real? Para salvar seu reino e seu futuro, Felipe, disfarçado de humano, foi jogada para outro mundo a fim de aprender a realidade do mundo moderno. Começando com um quase atropela...