Capítulo 33

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Eu estava cantando baixo enquanto me distraia com a água da fonte da praça, em frente ao orfanato. Todos estavam desanimados com a situação da rainha. Ela mal se recuperou da situação de Momy e já entrou em outra mais complicada.

Suspiro desanimada até ver um pequeno jato de água ser jogado em minha direção. Ouço alguém rir e vejo uma silhueta do outro lado.

- Hey, como ousa fazer isso?!

A silhueta fugia de mim e, por estar de noite, era difícil de vê-lo.

- Pare aí mesmo!

- Até parece!

Era um homem, pela voz. Fico brava e acelero o passo, o vendo fugir para outra rua.

- Hey! - Grito e vou atrás dele, virando a esquina que ele entrou e parando ao perceber a mesma escura e deserta.

Ando devagar procurando algum cheiro até alguém pular atrás de mim, me assustando. Viro e vejo um moço negro magro e um pouco menor que eu, rindo da minha cara.

- Como ousa me assustar assim?! Até parece uma criança! – Reclamo e percebo seus olhos azuis bem claros.

- Oras, eu te vi desanimada e decidi brincar. É proibido por acaso? - Fala animado e reviro os olhos.

- Você me molhou, seu mal educado.

- Perdão, querida. - Fala e balança as mãos, manipulando a água em volta de mim e me secando.

- É um tritão? - Pergunto achando que os boatos sobre tritões manipularem água seja verdade.

- Algo do tipo. – Fala e faz reverência. – Pode me chamar de Yuri. E você deve ser Harmonie, certo?

Não estranhei, já que eu era famosa por ser dama da rainha.

- Sim. O que faz tarde da noite vagando sozinho?

- Posso perguntar o mesmo, não? Ainda mais uma dama tão bela.

Cruzo os braços.

- Sei me cuidar muito bem. - Falo e passo por ele, indo em direção ao orfanato até senti-lo me seguir.

Paro e viro.

- O que quer?

- Ouvir sua voz novamente. Ela me chamou a atenção com a música. Você canta muito bem, querida.

Fico séria.

- Fico grata com o elogio, mas pare de me chamar assim. Não sou sua querida!

- E por acaso você não gostaria de ser? - Pergunta se exibindo e eu reviro os olhos.

- Homens só servem para se sentirem superiores. Prefiro ficar sozinha. Passar bem. - Falo e ele suspira alto.

- Voltarei logo para ouvi-la cantar novamente, querida Harmonie.

Fico brava.

- Já disse que não sou sua... - Viro, mas não o encontro mais. - Yuri?

O chamo e estranhei, mas decidi ignorar e voltar ao orfanato. No dia seguinte Yuri aparece novamente, desta vez com uma flor branca de detalhes azuis.

- Uma flor para outra. - Fala me entregando e as meninas se assustam.

- Quem é este belo rapaz, Harmonie? - Laura pergunta e Mel sorri.

- Seu namorado?!

Fico surpresa e recuso a flor.

- É apenas um estranho maluco! – Reclamo e as empurro para dentro do prédio. – Ignorem ele!

Sua realeza, a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora