Corri até a floresta e, após me sentir segura, grito com todas as forças de meu pulmão. Eu precisa extravasar de alguma forma. Me ajoelhei na grama e deitei, chorando como se não houvesse amanhã.
Meu coração parecia ter parado por um momento. Sentir seus lábios e poder estar em seus braços me fez perceber que eu não podia ficar aqui. Sinto uma presença em minha volta e tento me acalmar. Me sento no chão e limpo meu rosto antes de encarar um garoto próximo de seus dezesseis anos, de pele branca, olhos verdes e cabelos castanhos, me encarando preocupado.
- Encontrei um lugar, Cass. – Fala limpando meu rosto com suas mãos quentes. – Partiremos hoje a noite.
Tento não voltar a chorar e confirmo com a cabeça. Fico algumas horas na mata, encarando o lago de Urano enquanto tentava me distrair.
- Sabe, foi aqui que eu consegui te salvar e conheci o senhor salgado, sabia? – Falo para o garoto que estava deitado, agora em sua forma original e pequena, encarando o céu até eu falar isso.
Ele se senta e me encara interessado.
- Sério? Como foi? – Pergunta com um sorriso lindo que fazia leves covinhas e ri fraco. Ele toca em meu rosto e o vejo com um sorriso leve. – Finalmente riu.
Eu o abraço e beijo sua testa.
- Obrigado, querido. – Falo e ele deita na minha perna e me encara.
Acaricio seus cabelos, que cresciam rapidamente, assim como meu pequeno filhote.
Após uma tarde toda ao lado de Fenrir, me senti melhor. Volto para o orfanato enquanto ele continuava protegendo o grupo de Sebastian na floresta até irmos embora, porém, me assusto ao ouvir gritos altos vindo da cidade. Antes de entrar no orfanato, viro para a cidade, que estava muito quieta. Ouço outro grito e ando devagar, preocupada em alguém ter se machucado.
Corro algumas ruas até entrar na rua perto da entrada principal da cidade e me assustando com o que via. Meu corpo congelou ao ver um monstro, parecido com um touro, completamente branco de olhos completamente negros e fundos comendo uma ovelha. E ele não era o único, tinha serpentes, tigres, macacos, raposas e outras espécies, todas brancas com olhos fundos e negros, atacando as pessoas no local.
Um urso me encarou e veio em minha direção. Meu corpo se mexeu sozinho quando comecei a correr até o orfanato. Por pouco eu sou pega, mas pulo na entrada e viro para ele, o vendo furioso com a boca completamente mole, como se não tivesse força em seu maxilar. Suas garras começam a arranhar a magia e vejo um pequeno trinco, me assustando.
Ele é tão poderoso assim?
Olho para trás e vejo Mommy na janela do quarto com mais três crianças, observando a criatura com medo. Eu não podia o deixar destruir a única proteção do orfanato, então me arrisquei. Virei para Mommy e balbuciei.
- Me desculpa.
Ele pareceu não entender na hora, mas quando corri para pular as grades, ouço-o gritar.
- Não!
Pulo do muro e pego uma pequena distância antes de assobiar.
- Ai, coisa feia! – Grito e o urso branco me encara.
Logo vejo um gorila branco aparecendo e me encarando, também com os olhos grandes e negros e a boca aberta.
– Ah, merda!
Corro com todas as minhas forças até uma passagem secreta do palácio e me escondo nos arbustos.
Preciso avisar a Elite.
Corro até a janela da sala de música, sempre me escondendo dos guardas, que eram fiéis ao Felipe. Corro até o quarto de Esmeralda, mas paro na esquina de seu quarto, me escondendo antes que Felipe me encontre. Respiro devagar e espero alguns minutos até não ouvir mais ninguém. Viro devagar e dou de cara com Felipe sério. Ele aperta meu pescoço e me encara.
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Sua realeza, a Fera
FantasyE se um imperador tirano de um mundo de fantasia viesse para o mundo real? Para salvar seu reino e seu futuro, Felipe, disfarçado de humano, foi jogada para outro mundo a fim de aprender a realidade do mundo moderno. Começando com um quase atropela...