Capítulo 45

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Acordo meio nauseada . Me reviro na cama e respiro fundo várias vezes antes de esticar a mão para o outro lado da cama e me sentir sozinha no local. Abro os olhos e me vejo sozinha em meu quarto. Abro a boca para chamar alguém, mas o incomodo ainda estava em meu ser, rodeando dentro de mim, como se a qualquer momento eu fosse vomitar.

Tento me acalmar enquanto levanto devagar da cama. Lembro aos poucos da luta que tive com as bruxas.

Nunca se esqueça que eu te amo – Foi o que Felipe disse antes de eu apagar.

Porque ele disse isso?

Me levanto e sinto meu corpo mole, porém, não estava dolorido. Levanto o vestido e percebo apenas a marca de uma cicatriz na minha cintura. Eu quase fiquei surpresa, mas logo lembrei dos curandeiros e solto o ar, aliviada.

Ando devagar e saio do quarto, encontrando dois soldados saindo deste corredor e entrando em outro. Ambos estavam de costas para mim e não me viram. Vou direto ao quarto em que eu ficava com Felipe, na esperança de encontrá-lo. Paro na frente da grande porta dupla de madeira. Pouso minha mão na maçaneta e faço a pequena pressão que normalmente se faz quando ouvi uma voz.

- Espera, Cássia, não faça isso!

Tiago estava no fim do corredor, correndo em minha direção. Sem levá-lo muito a sério, abri a porta e a empurrei, dando poucos passos antes de me assustar com a visão a minha frente.

Os trigêmeos, mais o mago de cabelo azul estava em volta da grande cama, soando palavras mágicas enquanto faixas de luzes vermelhas entravam e saíam e rodeavam Felipe, que estava deitado na cama, com os olhos fechados.

- O-o-o... Que... O que está... – Tento perguntar, mas minha voz estava dolorida e meu coração apertado, com medo de isso ser algo pior do que imagino.

Tiago pegou em meu punho e consegui desviar da visão da minha frente para encará-lo atrás de mim.

- Está tudo bem. – Fala com sua voz e semblantes sérios, como sempre. – Vai ficar tudo bem. Ele é forte.

- O... O que? – Sussurrei sem muita força e aperto a garganta.

- Venha. – Me guiou para fora do quarto e andamos até a cozinha enquanto ele tentava resumir a situação. – Felipe é teimoso e não sairá de lá tão cedo.

Eu o encaro querendo mais detalhes, mas ele desvia seu olhar e fica calado. Entro na cozinha e encontro as meninas bem unidas, falando baixo até Laura me ver e sorrir.

- Cass! - Grita e corre em minha direção, parando na minha frente e fazendo uma reverência, como de costume.

As outras meninas se aproximaram também, menos Esmeralda, que estava de costas para mim.

- Como você se sente?

Coloca a mão na garganta e logo sinto a presença de Tiago novamente ao meu lado, desta vez com um copo de água refrescante. Após terminar, solto um suspiro de alívio e limpo a garganta.

- Me sinto pesada, perdida... O que aconteceu? – Pergunto enquanto ando com as meninas até a mesa, me assustando com um bebê nos braços de Mel. – Oh, pelo menos uma notícia boa.

Falo sorrindo para minha amiga. Harmonie me guia para uma cadeira próxima e Me estica o bebê.

- Quer segurar? – Pergunta a coelha com um sorriso bobo e não pude negar.

Pego o bebe que tinha cabelos loiros com alguns fios completamente diferentes e negros. Seus bracinhos e pernas ainda estavam encolhidos, como um recém nascido.

- Tão pequeno. – Sussurro quase rindo baixo e acaricio seu rosto quente, na qual ele dá um pequeno sorriso de lado para mim, me fazendo rir.

Sinto uma leve pressão dentro de mim, como um chute. O bebe em meus braços parecia ter ressaltado de leve na mesma hora antes de abrir os olhos, de forma devagar, e me encarar com os belos olhos azuis.

Sua realeza, a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora