Capítulo 36

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- Calma querida.

Ouço uma voz tranquila e me assusto, levantando a cabeça da Raíz da arvore e percebendo que eu estava no colo de uma senhora gordinha e loira.

- Mate?

Ela sorri triste para mim.

- Quem mais seria?

Volto e chorar em seu colo.

- Ele não é um monstro, Mate. Eu juro que ele não é!

- Como tem tanta certeza?

- Porque ele me ama. Monstros não amam. Felipe só... Sofreu muito. Ele era solotario. Porque ninguém entende isso?

- Você entende. - Fala e levanta meu rosto, limpando as minhas lágrimas. - Oh, querida. Não fique assim. Está tudo bem. Contanto que você o ame, nada mais importa para o rei.

- M-mas... Mas ele... Ele me viu. Ele sabe o que eu fiz, não sabe?

- Está tudo bem. - Fala acariciando meus cabelos e logo reparo.

- Como veio parar aqui?

Ela me encara nos olhos e me afasto.

- O país de August tem um domo contra magia. Como entrou aqui?

Ela sorriu orgulhosa.

- Oras, eu sei de tudo. Ainda mais passagens secretas. - Fala piscando para mim e eu a abraço.

- Me tira daqui, Mate. Eu não quero mais ficar aqui. Eu quero pedir perdão para o Felipe. Quero vê -lo.

Falo e me afasto, a observando triste.

- O que foi?

- Eu vim aqui para te dar apenas um aviso.

- O que?

- Aquela mulher ao lado do rei não é Gaya. Ela está mentindo.

Me assusto.

- V-você... Tem certeza?

- Alguma vez menti para você? - Pergunta e eu gaguejo.

- N-não... Claro que não... Mas... Sabe o que ela é?

Ela sorri para mim.

- Você já sabe o que ela é. - Fala saindo de cima da raiz da árvore e anda de costas enquanto me encara. - Sei que vai resolver o problema, já que é a grande joia branca.

Fala e passa por uma árvore e some.

- Espera... Mate!

Grito, mas ela já havia sumido. Suspiro e limpo o resto das lágrimas em meu rosto, focada em resolver logo esse problema e ir embora.

Volto para o castelo e procuro pela ruiva por todo canto, porém encontro a pessoa perfeita.

- Hey, August! - Falo e o mesmo para de tocar um violino e me encara desconfiado.

- O que foi?

Encaro o violino e seguro minha curiosidade e fecho os olhos para me focar.

- August, - Falo e o encaro séria. – Aquela mulher não é a Gaya!

Ele ri da minha cara e entrega o instrumento para um funcionário que guarda o violino antes de August voltar a me encarar e cruzar os braços.

- Tá, e eu não sou rei. Sou uma borboleta.

- Bem que seria mais fácil de me livrar de você! - Resmungo. – Estou falando sério.

- Tem provas?

Gaguejo e ele revira os olhos antes de dar as costas para mim.

- August! – Grito e o sigo. – Estou falando sério! É perigoso você não saber. E se ela tiver algum plano maligno?

Ele ri.

- Tá. Ela vai roubar meu trono e virar rainha dos humanos. – Fala de forma debochada.

- E se isso fosse verdade?

Ele segura meu pescoço e me encara com raiva.

- Estou tentando ser muito paciente, Imperatriz de Ignis. Mas você está passando dos limites!

- Por... Favor... - Falo baixo e ele me solta. - August, eu nunca menti para você. Podemos ter começado isso com o pé esquerdo, mas não estou a fim de ver o resto dos humanos desse mundo em perigo. Continuo sendo humana também!

Ele geme frustrado e suspira.

- Odeio mentirosos. Vamos deixar isso a limpo agora!

Fala e vai direto para outro jardim, na qual encontramos a ruiva com vários homens em volta dela a cortejando. Enquanto andava, pensava nas palavras de Mate e em todas as vezes que fiquei perto dessa ruiva.

August se aproxima e para na frente da moça com o rosto sério.

- Posso falar com você a sós? - Pede e depois olha para os homens, que não gostaram.

- Espere sua vez amanhã, majestade! - Fala o empurrando, me deixando surpresa e a moça se levanta do sofá.

- Chega, queridos. Me deem cinco minutos. - Fala e me aproximo do rei, sussurrando.

- O que foi que acabou de acontecer?

Ele fica sério, mas não abaixa a cabeça.

- Em relação a Gaya, não existe hierarquia. É como se eu não fosse rei. - Explica e vejo seus punhos fechados.

A ruiva se aproxima sorrindo fraco.

- Desculpe majestade, em que posso ajudar?

Ele me encara e espera eu começar. Respiro fundo e fico firme novamente.

- Eu quero entender o porquê acha que ela é a Gaya.

Ele revira os olhos enquanto a moça fica séria.

- Porque ela, com toda sua magia, conseguiu passar pelo domo sem problema. Só Gaya teria o poder para fazer isso. - Explica o porquê de não desconfiar.

- Ou um celestial, já que eles são filhos diretos da mãe terra, estou certa?

Ele pensa.

- Nunca vi um Celestial, Cássia. Não posso confirmar para você. Mas o que uma celestial ganharia fingindo ser Gaya em meus terrenos?

- Se não fosse traição para roubar seu trono, poderia ser privilégios. – Comento a encarando. – Ela não precisa se preocupar com status ou cuidar de alguém além de si mesmo, já que ela seria amada e adorada por todos, ganhando tudo de mão beijada sem um pingo de esforço. Celestiais não são bem vistos, pelo que entendi, mas se alguém aparecesse e dissesse que era a mãe terra, você aceitaria sem questionar. Pelo que minhas damas me contaram, deve ser Venus, a terceira filha da mãe terra que gosta de orgias e vinho, não?

Ela cerra o punho e o vento assopra forte.

- Como ousa...

August estranha e se afasta da moça.

- Para agir dessa forma, com certeza não é Gaya. - Fala ao meu lado, se afastando da mulher, que crescia e rosnava alto enquanto levantava as mãos e fazia uma grande bola de cristal.

- Você é apenas uma humana inútil. Eu te acolhi quando estava a beira da morte! Como pôde...?! - Grita furiosa e August me empurra antes de cair longe da bola de cristal que logo destrói uma parte de seu castelo.

- Corre. - Manda e assobia para um cavalo branco.

Corro até os cantos do castelo, onde tinha uma grande muralha. Vênus estava atrás de mim com toda a sua raiva e eu virei para encará-la, sem saber o que fazer.

- Eu deveria tê-la deixado morrer!

Fecho os olhos e tudo fica completamente preto.

Sua realeza, a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora