- Calma querida.
Ouço uma voz tranquila e me assusto, levantando a cabeça da Raíz da arvore e percebendo que eu estava no colo de uma senhora gordinha e loira.
- Mate?
Ela sorri triste para mim.
- Quem mais seria?
Volto e chorar em seu colo.
- Ele não é um monstro, Mate. Eu juro que ele não é!
- Como tem tanta certeza?
- Porque ele me ama. Monstros não amam. Felipe só... Sofreu muito. Ele era solotario. Porque ninguém entende isso?
- Você entende. - Fala e levanta meu rosto, limpando as minhas lágrimas. - Oh, querida. Não fique assim. Está tudo bem. Contanto que você o ame, nada mais importa para o rei.
- M-mas... Mas ele... Ele me viu. Ele sabe o que eu fiz, não sabe?
- Está tudo bem. - Fala acariciando meus cabelos e logo reparo.
- Como veio parar aqui?
Ela me encara nos olhos e me afasto.
- O país de August tem um domo contra magia. Como entrou aqui?
Ela sorriu orgulhosa.
- Oras, eu sei de tudo. Ainda mais passagens secretas. - Fala piscando para mim e eu a abraço.
- Me tira daqui, Mate. Eu não quero mais ficar aqui. Eu quero pedir perdão para o Felipe. Quero vê -lo.
Falo e me afasto, a observando triste.
- O que foi?
- Eu vim aqui para te dar apenas um aviso.
- O que?
- Aquela mulher ao lado do rei não é Gaya. Ela está mentindo.
Me assusto.
- V-você... Tem certeza?
- Alguma vez menti para você? - Pergunta e eu gaguejo.
- N-não... Claro que não... Mas... Sabe o que ela é?
Ela sorri para mim.
- Você já sabe o que ela é. - Fala saindo de cima da raiz da árvore e anda de costas enquanto me encara. - Sei que vai resolver o problema, já que é a grande joia branca.
Fala e passa por uma árvore e some.
- Espera... Mate!
Grito, mas ela já havia sumido. Suspiro e limpo o resto das lágrimas em meu rosto, focada em resolver logo esse problema e ir embora.
Volto para o castelo e procuro pela ruiva por todo canto, porém encontro a pessoa perfeita.
- Hey, August! - Falo e o mesmo para de tocar um violino e me encara desconfiado.
- O que foi?
Encaro o violino e seguro minha curiosidade e fecho os olhos para me focar.
- August, - Falo e o encaro séria. – Aquela mulher não é a Gaya!
Ele ri da minha cara e entrega o instrumento para um funcionário que guarda o violino antes de August voltar a me encarar e cruzar os braços.
- Tá, e eu não sou rei. Sou uma borboleta.
- Bem que seria mais fácil de me livrar de você! - Resmungo. – Estou falando sério.
- Tem provas?
Gaguejo e ele revira os olhos antes de dar as costas para mim.
- August! – Grito e o sigo. – Estou falando sério! É perigoso você não saber. E se ela tiver algum plano maligno?
Ele ri.
- Tá. Ela vai roubar meu trono e virar rainha dos humanos. – Fala de forma debochada.
- E se isso fosse verdade?
Ele segura meu pescoço e me encara com raiva.
- Estou tentando ser muito paciente, Imperatriz de Ignis. Mas você está passando dos limites!
- Por... Favor... - Falo baixo e ele me solta. - August, eu nunca menti para você. Podemos ter começado isso com o pé esquerdo, mas não estou a fim de ver o resto dos humanos desse mundo em perigo. Continuo sendo humana também!
Ele geme frustrado e suspira.
- Odeio mentirosos. Vamos deixar isso a limpo agora!
Fala e vai direto para outro jardim, na qual encontramos a ruiva com vários homens em volta dela a cortejando. Enquanto andava, pensava nas palavras de Mate e em todas as vezes que fiquei perto dessa ruiva.
August se aproxima e para na frente da moça com o rosto sério.
- Posso falar com você a sós? - Pede e depois olha para os homens, que não gostaram.
- Espere sua vez amanhã, majestade! - Fala o empurrando, me deixando surpresa e a moça se levanta do sofá.
- Chega, queridos. Me deem cinco minutos. - Fala e me aproximo do rei, sussurrando.
- O que foi que acabou de acontecer?
Ele fica sério, mas não abaixa a cabeça.
- Em relação a Gaya, não existe hierarquia. É como se eu não fosse rei. - Explica e vejo seus punhos fechados.
A ruiva se aproxima sorrindo fraco.
- Desculpe majestade, em que posso ajudar?
Ele me encara e espera eu começar. Respiro fundo e fico firme novamente.
- Eu quero entender o porquê acha que ela é a Gaya.
Ele revira os olhos enquanto a moça fica séria.
- Porque ela, com toda sua magia, conseguiu passar pelo domo sem problema. Só Gaya teria o poder para fazer isso. - Explica o porquê de não desconfiar.
- Ou um celestial, já que eles são filhos diretos da mãe terra, estou certa?
Ele pensa.
- Nunca vi um Celestial, Cássia. Não posso confirmar para você. Mas o que uma celestial ganharia fingindo ser Gaya em meus terrenos?
- Se não fosse traição para roubar seu trono, poderia ser privilégios. – Comento a encarando. – Ela não precisa se preocupar com status ou cuidar de alguém além de si mesmo, já que ela seria amada e adorada por todos, ganhando tudo de mão beijada sem um pingo de esforço. Celestiais não são bem vistos, pelo que entendi, mas se alguém aparecesse e dissesse que era a mãe terra, você aceitaria sem questionar. Pelo que minhas damas me contaram, deve ser Venus, a terceira filha da mãe terra que gosta de orgias e vinho, não?
Ela cerra o punho e o vento assopra forte.
- Como ousa...
August estranha e se afasta da moça.
- Para agir dessa forma, com certeza não é Gaya. - Fala ao meu lado, se afastando da mulher, que crescia e rosnava alto enquanto levantava as mãos e fazia uma grande bola de cristal.
- Você é apenas uma humana inútil. Eu te acolhi quando estava a beira da morte! Como pôde...?! - Grita furiosa e August me empurra antes de cair longe da bola de cristal que logo destrói uma parte de seu castelo.
- Corre. - Manda e assobia para um cavalo branco.
Corro até os cantos do castelo, onde tinha uma grande muralha. Vênus estava atrás de mim com toda a sua raiva e eu virei para encará-la, sem saber o que fazer.
- Eu deveria tê-la deixado morrer!
Fecho os olhos e tudo fica completamente preto.
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Sua realeza, a Fera
FantasiaE se um imperador tirano de um mundo de fantasia viesse para o mundo real? Para salvar seu reino e seu futuro, Felipe, disfarçado de humano, foi jogada para outro mundo a fim de aprender a realidade do mundo moderno. Começando com um quase atropela...