Capítulo 12

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Eu estava no banco de um parque. O barulho do canto dos pássaros me acalmava até alguém sentar ao meu lado. Um senhor de bengala e roupa forma, sua beleza se destacava. Eu o observei e franzi a testa.

- Eu te conheço de algum lugar, não é? – Pergunto inocente e ele sorri de lado para mim, me encarando com a Iris negra como a escuridão.

- Queria que não, minha querida. Você é alguém tão interessante para estar aqui. - Fala e olho em volta, começando a me incomodar.

- Eu não deveria estar aqui. – Falo e me levanto do banco, virando para o senhor que ainda estava no lugar, sem se mover. – Desculpe te deixar sozinho. Mas ele precisa de mim.

- Ele quem?

Eu ia responder, mas não lembrava.

- Eu... Não sei... Mas não posso ficar aqui. Eu não quero. Não ainda.

Ele ri baixo e volta a me encarar.

- Eu sei. Você tem muito o que fazer. Estarei te esperando na hora certa, Cássia. – Fala e pisca para mim antes de balançar a mãos, como em despedida. – Vê se aprende a ter mais cuidado, viu.

- Como sabe meu...?

Acordo me sentindo anestesiada. Após voltar a dormir tantas vezes, meu corpo se cansa de ficar deitado e tento realmente acordar. Abro os olhos e encontro um lustre perfeitamente limpo, parecendo dos filmes de época que eu assistia. Me levanto devagar e não sinto nenhuma dor. Olho para minha mão e depois para minha roupa. Um vestido liso e branco, sem babado ou rodado. Só... Branco. O levanto e vejo meu corpo completamente liso de hematomas, cicatrizes ou machucados antigos. Lembro da floresta e do ataque. Foi tudo um sonho?

Percebo o quarto grande, com um armário de madeira branca, assim como era a cama, a mesa e cadeiras do canto e as duas portas que eram imensas de grande. Abro a primeira e vejo um banheiro com banheira no meio. Fecho e abro a outra porta com um pouco de esforço. Vejo um grande corredor com paredes de brancas e lustres um pouco maiores do que estava no quarto. Ando devagar, procurando algum ser vivo.

- Fe... - Gaguejo e sinto minha garganta seca.

Escolho não usar minha voz. Minha nossa, espero que tenha sido um sonho eu me declarar para o cara antes de morrer.

Será que eu morri e este era o céu? Tudo em minha volta erabelo e puro, completamente branco com detalhes dourados.

- Senhorita?

Uma voz jovial me chama e viro, congelando ao encontrar uma onça grande, andando devagar até mim. Ele me encara e sinto que sou seu prato principal do dia. Se eu não morri, agora eu morro de verdade! Levanto as duas mãos devagar.

- Calma, gatinho... – Falo baixo. – Você não quer me comer... E-eu... Sou ruim.

Falo quase sem voz e ele para e se levanta, revelando uma roupa humana em seu corpo. Seu corpo se altera aos poucos enquanto o mesmo se chacoalhava como um cachorro molhado. Seus pelos se alteravam um moço loiro me encarou sério.

- Não se preocupe. Não irei te comer.

Aquela voz jovial falou e eu não estava acreditando. Pelo choque, apaguei.

Mais uma vez eu acordo naquele quarto de realeza. Resmungo e viro, vendo Felipe sentado na cadeira, ao lado da cama. Me sento num pulo e sinto tontura. Ele se aproxima e me segura.

- Não faça mais isso, Cássia. - Fala de forma naturalmente fria e eu sinto seu cheiro de sol.

Era ele. De verdade.

Sua realeza, a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora