Capítulo 34

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Depois de um longo sonho estranho e sedutor com Felipe, acordo com o vento fresco em meu rosto. Abro os olhos e vejo uma janela feita de papel, aberta, como se fosse estilo japonês. Olho em volta e não reconheço o grande quarto. Me levanto devagar e sinto meu corpo dolorido e pesado. O lençol branco cai, revelando um vestido leve da mesma cor.

Quando foi que eu coloquei isso? Onde estou?

Uma porta se abre atrás de mim e uma moça ruiva aparece com um quimono amarelo com flores vermelhas.

- Bom dia, majestade. Como se sente?

- Pe... – Percebo minha voz grossa e limpo a garganta. – Pesada. Onde estou?

- No país do oeste, mais conhecido como...

- Como meu território.

Um homem a corta enquanto aparece atrás dela e me assusto ao reconhecer o ruivo.

- August. - Falo com nojo e ele sorri de forma irônica.

- Bom te ver também, majestade. - Fala na má vontade e eu me sento na cama.

- Como vim parar aqui?

Ele levanta a sobrancelha.

- Não lembra?

- Qual sua última lembrança, majestade? - Pergunta a ruiva de roupa amarela.

- E-eu... Estava em uma festa, em Ignis. O resto é... Embaçado, como um sonho quase sendo esquecido.

Explico e August cruza os braços.

- Deve ser efeito colateral do leite de estrela. Você ficou muito tempo com os sintomas.

Lembro de ter tomado um líquido azul e doce.

- Por quanto tempo eu apaguei?

- Você chegou ontem, cedo. Deve estar com fome. - August fala de forma diferente e estranha.

- Por que está sendo "legal" comigo? - Faço aspas com os dedos e ele ri forçado.

- Engraçadinha. Querendo ou não, sou um rei e sei os bons modos.

- Não parecia ter bons modos quando te conheci.

- Não tenho culpa se você se casou com aquela coisa!

Me levanto brava.

- Não chame...

Perco as forças nas pernas e sinto meu corpo mais dolorido, fazendo August estalar a língua.

- Parece que vocês dois aproveitaram bem os efeitos do leite de estrela. Nojento. – Fala fazendo uma careta de nojo, mas eu não entendi o motivo.

- August, se comporte, por gentileza. Ela continua sendo da realeza, assim como vós.

Ele vira para a moça e faz uma reverência.

- Perdoe. – Fala e vira para mim e oferece a mão. – Que tal uma trégua?

Solto o ar pelo nariz com força e aceito sua mão.

- Ta.

August me ajuda a sentar novamente na cama e espera eu conseguir andar para me acompanhar para o café da manhã. A moça me ajuda a colocar um belo quimono branco com detalhes vermelhos, curto.

- Que lindo!

Falo sorridente e acompanho ambos até o lado de fora da grande casa, percebendo depois que era um grande castelo em estilo japonês.

Passamos por uma pequena ponte, como nos filmes românticos que eu assistia e logo encontro uma grande mesa de madeira posta com vários pratos diferentes.

Sua realeza, a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora