Capítulo 66

27 5 3
                                    

Após mais um dia de serviço, ambos os irmãos voltam para os lugares em que moram. Passam pela passagem secreta, já encontrando vários guardas mascarados atentos com olhares frios. Entram no grande salão, encontrando uma enorme mesa larga cheia de ladrões e assassinos, na qual eram liderados por uma homem misterioso com uma máscara escondendo do nariz para baixo, revelando apenas uma imensa cicatriz que saia da máscara e subia para o olho direito, porém, seu olhar ainda era mais frio que seus subordinados, dando um ar assassino monstruoso. Sempre vestido de preto, normalmente com jaqueta escura com capuz, para não revelar muito de sua aparência, revelando apenas os olhos verdes claros.

- Trouxeram? - Sua voz, já de idade, porém firme e forte, pergunta para os mais jovens do local.

Os gêmeos logo jogam o grande saco, que trouxeram, em cima da mesa. O mesmo se remexe e uma criança sai se arrastando como um inseto, completamente amarrada e chorosa. O homem que sentava do lado direito do líder logo se levanta assustado.

- Maria?! – Grita ficando pálido, arregalando os olhos antes de virar para seu chefe. – O que significa isso, meu senhor?

Pergunta de forma respeitosa, mostrando que se esforçava para segurar sua raiva.

- Você sabe quem eu realmente sou. Te deixei sentar ao meu lado, te confiei meu grupo e minha própria vida e é assim que você agradece, Valêncio? – Fala o líder sem mexer um músculo.

Dois guardas seguram Valêncio, o obrigando a sentar novamente na cadeira do grande local que estava com pouca luz, escondendo o número real de seguidores que estavam presentes.

- Achou mesmo que poderia brincar e tentar me atacar nas minhas costas? – Fala ainda sem se mexer.

Logo suspira alto e levanta a mão.

- Não! – Grita Valencio como se soubesse o que ele iria fazer. - Ela é apenas uma criança. Me mate, faça o que quiser comigo, mas não toque nela!

Grita e o líder encara os gêmeos, levantando a mão. A menina, que não sabia de nada que seu pai fazia até o momento presente, tinha a mesma idade que seus sequestradores. Chorava compulsivamente, tentando inutilmente pedir piedade, porém, com o tecido em sua boca, só saia palavras abafadas.

Os irmãos, já acostumados com esta vida, pegaram suas facas, ajoelhando a menina em cima da mesa para encarar o pai que não parava de gritar e chorar. Cada um enfiou a lâmina em um lado da garganta da moça, parando quando sentiram a ponta da outra faca tocando em si, por dentro. A vítima engasgava com o próprio sangue antes de seus olhos perderem o brilho e, assim que as facas foram tiradas de si. Seu corpo caiu na mesa, a cobrindo com a cor vermelha rubi de sangue.

- Levem-o para o porão. – Manda o líder e Valencio começa a gritar, sabendo o fim que teria assim que pisasse no porão.

Os gêmeos são dispensados e voltam para seus quartos, tomando banho e comendo em silêncio, apenas trocando olhares frios, tendo poucas palavras em sua vida.

Essa era a vida que o destino os levou. Sem muita escolha ou oportunidades na vida, o líder do grupo da máfia americana os adotou assim que viu o potencial de ambos, antigos órfãos.

Após mais alguns dias em suas vidas monótonas, os gêmeos passeavam pela cidade, aproveitando suas folgas dos serviços para comprarem alguns livros, que gostavam de ler para distrair do mundo cruel que conheciam. Saíram da livraria, fazendo outro caminho, como tem o costume para conhecer mais da cidade. Logo, o mais novo de ambos para na frente de uma loja velha, observando uma velha e pequena caixa de música.

- Achou algo interessante, Lucca? – O mais velho pergunta depois de voltar o caminho e se aproximar do irmão.

Como resposta, recebe apenas um balançar de cabeça antes de ambos entrarem na velha loja, ouvindo o tocar do sino sobre eles e encontrando uma coruja já no começo, os encarando. Os irmãos se aproximam do animal, observando os perfeitos detalhes do objeto até se assustarem com o animal piscando antes de voar até o balcão do caixa, onde tinha uma moça que riu da situação que assistiu.

Sua realeza, a FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora