Capítulo Três

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Max Fraield:

Galopamos novamente, o vento acariciando meu rosto enquanto Black corria com força renovada. A liberdade da estrada aberta era revigorante, e eu estava ansioso para descobrir o que o destino tinha reservado para nós. Embora o passado de Max pudesse ser uma sombra, o presente e o futuro eram páginas em branco prontas para serem escritas.

Entretanto, fugir de casa nesse período era surpreendentemente divertido, considerando o caos iminente na casa Fraield. À noite, as memórias de como Max cresceu naquele lugar invadiam minha mente, tornando a vida um inferno.

Max anseia profundamente que, mesmo que por apenas um segundo, seu pai olhe em sua direção com olhos de orgulho ou preocupação, assim como fez quando se jogou da escada. No entanto, o duque simplesmente ignorou o garoto, virando-se para ir embora, e naquele momento, o coração de Max se despedaçou por completo.

Balancei a cabeça, sentindo as lágrimas ameaçando cair. A cada segundo, as memórias surgiam como uma tempestade que me afogava. Mesmo que só tenha me tornado ele quando morreu afogado, sinto como se ele apenas precisasse de ajuda psicológica e de alguém que estendesse a mão para ser seu apoio contra tudo que viesse em sua direção.

Olhei para a paisagem, retornando ao presente, até que Black parou e observei uma cabana que indicava ser a "Pousada da Madame Galateia".

Meu estômago roncou ao mesmo tempo que Black soltou um resmungo.

— Também estou com fome, amigão — falei, fazendo cafuné em sua crina. — Melhor pararmos e comermos.

Seguimos em direção à pousada, Black exibindo uma certa animação ao sentir que a parada significava algo mais do que apenas descanso. A pousada da Madame Galateia se revelou pitoresca, com sua fachada convidativa e um ar acolhedor.

Estacionei Black perto da entrada e, ao desmontar, senti a ansiedade misturada com a fome. Ao adentrar, fomos recebidos por um aroma delicioso vindo da cozinha. Cumprimentamos a dona da pousada, Madame Galateia, que nos recebeu calorosamente.

— Uma boa refeição seria perfeita agora, não acha, Black? — comentei, olhando para o meu fiel companheiro, que pareceu concordar com um relinchar suave. Enquanto esperávamos pela comida, refleti sobre a jornada que ainda nos aguardava, com o destino incerto, mas a promessa de novas histórias a serem escritas.

Instantes depois que a comida veio e dividi com Black, uma moça de aparência encantadora se sentou à minha frente. Seus cabelos castanhos caíam suavemente pelos ombros, e seus olhos expressivos revelavam uma curiosidade intrigante. Vestia-se com elegância, combinando cores que ressaltavam sua graça.

— Olá, forasteiro. Percebi que você e seu belo cavalo chegaram há pouco. Sou Amélia, filha da Madame Galateia. Se precisar de alguma coisa, estou à disposição — ela disse com um sorriso gentil.

— Não preciso de nada — falei.

Ela sorriu ainda mais para mim, e seus olhos faiscaram como pequenas estrelas, deixando-me ainda mais desconfiado.

— Nem uma previsão — Amélia disse com um sorriso conspirador, envolvendo a conversa que me chamou minha curiosidade com tudo que olhei atentamente para sua direção.

Sabia que existiam videntes neste mundo, assim como outras espécies de seres que lidam com magia, além de alguns magos e cavaleiros. Entre aqueles que manipulam magia de forma mais aberta, há os que enxergam o futuro como se fosse um caminho em linha reta.

— Você é uma vidente — falei.

— Uma bruxa vidente, para falar a verdade — Amélia disse com um sorriso surgindo, revelando um aspecto intrigante de suas habilidades. — Se continuar por esse caminho sem tomar decisões certas, será o seu fim — ela advertiu, seus olhos refletindo uma seriedade profunda, como se vislumbrasse um destino iminente.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora