Capítulo Trinta e Sete

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Max Fraield:

Conseguimos chegar ao local da festa das imperatrizes sem problemas, atravessando várias cidades conforme planejado por Ian. Felizmente, a velocidade do documento oficial era mais lenta do que a nossa velocidade de deslocamento, então não tivemos dificuldades em nossa movimentação. A carruagem diminuiu gradativamente a velocidade ao chegar à fronteira do Império Oeste e logo parou.

Me acalmei um pouco e olhei para a lagartixa em meu bolso.

— Arthur, vou fazer com que eles não tenham nada contra você — falei. — Enquanto estiver com a imperatriz e os outros, vá atrás do Steven e diga para esperar alguma movimentação estranha.

Estou sentindo que essa festa ou teste pode trazer alguns convidados indesejados.

Arthur assentiu e eu o coloquei no chão calmamente.

— Sr. Max. — Ouvi a voz de Marcelo do lado de fora da carruagem. Isso significava que deveríamos sair. Embora fosse a carruagem que o próprio imperador mandou para nos levar, não era uma simples visita imperial, então tivemos que passar por um procedimento formal diferente do habitual. Expressei a intenção de sair em breve e dei uma olhada para Ian, que estava em silêncio desde que entramos na carruagem com Arthur disfarçado no meu bolso.

— Temos que sair — falei. — Está com um mau pressentimento, não é?

— Por que a imperatriz faria uma festa longe do palácio? Ainda mais perto das florestas dos homens-feras? — Ian perguntou de uma vez.

— Por causa dos guardas que ficariam em cima dos convidados, ela acabou escolhendo esse lugar para tentar esconder o que sabe sobre a floresta e a doença dos homens-feras — expliquei, olhando para o local, um imenso jardim com uma mesa onde várias pessoas se reuniam. — Ela quer descobrir coisas por conta própria ao mesmo tempo que dá essa festa e observa o comportamento dos demais em um ambiente tranquilo.

Isso era o que a imperatriz Llyn pensava. Ela queria manter a calma para o seu povo e enganá-los, fazendo-os acreditar que estava tudo perfeitamente bem.

— Ainda não posso acreditar que isso possa soar como uma boa ideia — Ian disse, abrindo a porta. Arthur saiu correndo para longe, e eu soltei uma risadinha.

— Bem, é possível. Ela e o imperador dividem o poder igualmente. Querem ajudar seu povo ao mesmo tempo que tentam manter a calma. Ilyn é a imperatriz que deseja tranquilizar seu povo e tentar amenizar os ânimos. Imagine o que aconteceria se mais nobres ou plebeus soubessem o que realmente está acontecendo. Ela deve ser o escudo contra essas pessoas para não atrair ainda mais desespero, enquanto os imperadores tentam acalmar os nobres de alto escalão que querem atacar os homens-feras, acreditando que isso é algo que eles fizeram por conta própria.

— Isso é ridículo. Há mais homens-fera adoecendo do que humanos. Por que iríamos fazer isso? — Ian disse, incrédulo.

— Esses nobres só querem alguém para culpar sem investigar. Essa é a natureza humana: sempre julgando e culpando os outros sem pensar duas vezes ou tentar ver a verdade — respondi. — É algo que cada humano faz. Para mim, seria uma espécie de orgulho e senso de superioridade distorcido neste mundo.

Ele assentiu, parecendo reconhecer que minhas palavras eram as mais verdadeiras possíveis. Passou por mim para o lado de fora.

Desci da carruagem, aceitando a mão estendida de Ian, e senti um sentimento caloroso crescer dentro do meu coração, o que me deixou envergonhado. Notei que as bochechas dele também ficaram quentes ao meu olhar, e ele desviou o olhar, assim como eu. Seguimos em direção à mesa de chá com nossas mãos entrelaçadas. Os olhos das pessoas estavam voltados para as minhas roupas, porque nossa chegada propositalmente tardia criou uma situação que atraiu a atenção. Todos ficaram chocados com as minhas roupas humildes, que não eram diferentes das roupas das pessoas comuns e ainda mais combinavam com as de Ian.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora