Capítulo Vinte e Cinco (Início da parte Dois)

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Max Fraield:

Quando percebi, estava de volta ao mundo entre o real e o físico, um lugar onde a linha entre sonho e realidade se confunde. Meu coração batia freneticamente, aguardando ansiosamente o desenrolar dos acontecimentos. Foi então que, diante dos meus olhos atônitos, do chão emergiram inúmeros tentáculos sinistros, contorcendo-se como serpentes famintas.

Instintivamente, ergui minha magia pronta para o combate, ou minha espada, qualquer arma que pudesse enfrentar aquela ameaça. No entanto, para meu desespero, nada parecia surtir efeito contra aquela manifestação sombria. Uma sensação de pavor tomou conta de mim enquanto eu me preparava para o pior.

E então, sem aviso, fui atravessado por algo indescritível, uma força desconhecida que me dilacerou por dentro. Uma dor aguda se espalhou por meu corpo, paralisando-me no lugar. Enquanto lutava para entender o que estava acontecendo, percebi que algo atrás de mim estava sendo arrastado para baixo, como se fosse uma marionete sendo puxada por cordas invisíveis.

Com o coração apertado de terror, virei-me lentamente para testemunhar o que se desenrolava. Diante de mim, vi uma figura humanoide se debatendo nas profundezas, seu rosto distorcido pela agonia. Tentei alcançá-la, mas era tarde demais. A criatura desapareceu sob as águas escuras, deixando para trás apenas o eco de seus gritos silenciosos.

A figura humana desapareceu na escuridão impiedosa, levada pelas sombras que a engoliam vorazmente. Enquanto tentava recompor meus sentidos, meus olhos capturaram algo surpreendente entre as trevas. Um pequeno brilho fantasmagórico começou a surgir, como uma chama frágil lutando para se manter acesa na vastidão da escuridão.

Minha mente mergulhou em um turbilhão de emoções conflitantes: medo, curiosidade e uma estranha sensação de fascínio. A luz, tão pequena e delicada, parecia irradiar uma energia inexplicável, como se fosse um fragmento de esperança em meio ao desespero que nos envolvia.

Instintivamente, dei um passo hesitante em direção ao brilho, minha mente clamando por respostas enquanto meu coração pulsava com uma mistura de temor e esperança. O que poderia ser aquela luz misteriosa, e qual seria seu papel nesse estranho e perigoso jogo entre as forças da escuridão e da luz?

**************

Abri meus olhos lentamente, lutando para respirar enquanto minha mente tentava se libertar das garras do sono. Uma sensação de opressão envolveu-me, mas, para minha surpresa, pude sentir o ar penetrando em meus pulmões, trazendo um alívio momentâneo. Aconcheguei-me nos cobertores macios, deixando que a realidade se infiltrasse em minha consciência.

As memórias do que aconteceu invadiram minha mente, como sombras de um passado distante. Mais uma vez, o mesmo sonho assombrava meus pensamentos, uma visão angustiante de afogamento que me perseguia sem piedade. Estranhamente, nunca enfrentei a morte por afogamento, nem nesta vida nem na anterior.

Meus olhos vagaram pelo ambiente desconhecido ao meu redor. Não estava mais na minha antiga casa; em questão de meses, minha vida mudará drasticamente, transformando tudo ao meu redor. E agora, ali estava eu, vivo, como se fosse um "ex" possível vilão de uma trama envolvente.

— Estou vivo — murmurei para mim mesmo, deixando escapar um suspiro de alívio.

Meus olhos se fixaram na decoração da cama, ainda incapazes de acreditar que o negociante havia me concedido este quarto para passar dois dias. Questionamentos surgiram em minha mente: porque aceitei ficar aqui, sabendo que o negociante poderia ser uma das rotas para minha possível morte? Ainda assim, essa cama luxuosa parecia contradizer a ideia de um negociante sombrio; talvez houvesse mais mistérios por trás dessa aparente generosidade.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora