Capítulo Cinquenta e Dois

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Max Fraield:

— Vamos por aqui — falei, indo na direção oposta da câmera. Nos deparamos com um corredor que não era tão longo quanto eu pensava. A escuridão fazia a distância parecer impossível, mas só precisávamos caminhar por cerca de meia hora até sair das sombras e alcançar um espaço maior e iluminado.

— Aqui estamos — disse Simon, com uma voz que parecia divertida. — Vocês conseguem adivinhar qual é a estrada correta?

A caverna em que estávamos era imensa, com o teto camuflado em meio às sombras. As paredes reluziam com um brilho fosforescente, e quatro vias se misturavam no meio: uma atrás de nós, que era nossa entrada, e mais três à frente. Uma era limpa, ampla e plana, conduzindo diretamente para frente. A outra, à esquerda, brilhava com folhas e flores indescritíveis. Steven tentou seguir por aquele caminho, mas Arthur o segurou pela parte de trás da roupa.

Pensei ter visto a escuridão e alguns vultos no fim de outra passagem.

— Nem tente fazer isso — sussurrou Arthur, e notei que ele transformou uma orelha na de um morcego. — Há mais monstros nesse caminho, mas os outros três não consigo ouvir com clareza.

— Que lugar é esse? — perguntou Ian.

— Estas são as entradas da confusão — expliquei. — Elas fazem você ver o que deseja, para se perder e acabar perto dos monstros. Em lendas antigas, dizem que uma conduzia para a saída principal sem nenhum perigo; outra conduzia à terra dos monstros, onde encontramos vários objetos valiosos, mas também muitos perigos; e, por último, a terceira conduzia ao salão dos ancestrais, onde alguém poderoso vive. Esse é o local onde a pedra está.

— Como você sabe essas coisas? — perguntou Steven, sorrindo em minha direção.

— Tenho meus segredos, mas estudei muito sobre o assunto — falei, e ele me olhou com uma sobrancelha levantada. — Ali, o que o Arthur ouviu — apontei para o túnel cheio de folhas encantadoras —, leva ao reino dos monstros. Eles usam a manipulação da fauna e flora para atrair suas vítimas desavisadas, matá-las ou enlouquecê-las até o fim dos seus dias. E esse — apontei adiante — é o caminho para o salão ancestral. É para lá que vamos.

— Isso foi fascinante — disse Arthur, me olhando como um fã olhando para seu ídolo. Ian fez o mesmo, passando os braços pelos meus ombros. — Max, você é o melhor.

— Ele é incrível — disse Ian, beijando minha testa.

— Não é pra tanto — falei, tentando disfarçar o rubor que subia pelo meu rosto.

— Você viu tudo isso em livros e ainda soube como analisar — disse Steven. — É algo para ser elogiado.

— Agora, que tal seguirmos em frente, pessoal? — cantarolou Marlon, nos incentivando a continuar.

Seguimos em frente, com a sensação de aventura e mistério pulsando em nossos corações.

*************

O corredor fazia uma curva ao longe e parecia ter sido escavado com a intenção de ser um lugar bonito, mas falhara nisso. Conforme avançávamos em total silêncio, a luz diminuía ainda mais.

O chão começou a ficar mais rochoso. Jéssica retirou um frasco da bolsa e, ao balançá-lo, uma luz verde surgiu, que ela ergueu acima da cabeça. Marlon estalou os dedos e uma esfera de luz surgiu, então fiz o mesmo, ganhando minha própria esfera de luz.

Quando as luzes se ampliaram em uma união perfeita, senti Ian ficando tenso ao meu lado.

— O que foi? — murmurei para ele.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora