Capítulo Dezessete

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Max Fraield:

Diego se sentou na cadeira, as mãos ainda trêmulas enquanto segurava o diário. A expressão em seu rosto era uma mistura de medo, raiva e resignação. Me sentei à sua frente, um olhar implacável nos olhos.

— Comece pelo início — falei com a voz fria como aço. — Conte-me tudo sobre os planos do Gabriel e da Alice.

Diego hesitou por um momento, mas a ameaça velada nas palavras de Max o fez reconsiderar. Ele começou a falar, sua voz baixa e hesitante no início, mas ganhando força à medida que revelava seus segredos.

Alice estava planejando me matar enquanto Gabriel convencia o pai dele de que me traria de volta, ainda amando-o. Gabriel pretendia usurpar o trono de seu pai, e Diego, coagido pela ameaça à vida de seu irmão, cedeu e se juntou à trama. Ele não conseguiu agir como um simples mensageiro e agora teme que cause uma rebelião.

A cada palavra, minha fúria aumentava. Apertei os punhos, as veias saltando em meus braços. Quando Diego finalmente terminou, fiquei em pé, a cadeira raspando no chão.

— Então era isso que ele estava planejando! E claro que te colocou no meio de tudo — falei, a voz rouca de raiva. — Trair a família, o império... tudo por ambição e poder.

Diego se encolheu na cadeira, o olhar suplicante.

— Max, eu... eu não tive escolha. Eles me ameaçaram... com a vida do seu irmão.

Isso me fez rir, mas não estava longe da personalidade de Diego Fraield. Ele sempre escolheria os outros dois antes de Max, como sempre e para sempre teria sido assim se eu não tivesse possuído este corpo.

— Sabe que o Gabriel é um idiota para tudo e que o imperador só deu permissão para ele ser o seu sucessor porque todos os outros príncipes e princesas desistiram — falei. — Por isso estava me fazendo continuar com o noivado para que o plano desse certo e tivesse poder de sobra.

— Eu fiz pelo Alister — Diego gritou. — Gabriel soube que seu irmão estava adoecendo por conta da doença da mana e disse que teria uma cura se eu o ajudasse.

— Meu irmão? — perguntei, a voz carregada de sarcasmo. — Sabe perfeitamente bem que essa doença não teria cura contra nada e essa era a razão dele estar estranho como se fosse um boneco sem vida.

Diego não respondeu, apenas baixou a cabeça, envergonhado.

— Você não tem o direito de agir como um pai e ainda viu o que essa cura que o Gabriel fez deu — continuei, minha fúria crescendo. — Alister parece um boneco sem vida nesse exato momento, eu juro se você ousar tocá-lo novamente para aplicar essa cura...

Me levantei e me aproximei de Diego, minha sombra pairando sobre ele.

— Juro que farei você pagar com a vida.

Diego se encolheu ainda mais, o terror estampado em seu rosto. Ele sabia que eu não estava blefando.

— Max, por favor... me perdoe.

— Perdão? — perguntei, a voz gélida. — Você acha que merece perdão depois de tudo que fez? Por sua causa, Alister pode morrer.

Diego não respondeu, apenas choramingou baixinho.

— Saia da minha frente — ordenei, apontando para a porta. — E nunca mais volte a se aproximar de mim ou do Alister.

Diego se levantou apressadamente e saiu da sala, tropeçando em seus próprios pés.

Fiquei parado ali por um longo tempo, a raiva ainda queimando em minhas veias. Eu havia descoberto a verdade, mas a um custo alto.

No entanto, a raiva logo deu lugar a uma determinação sombria. Eu não permitiria que Gabriel e Alice saíssem impunes. Eu os protegeria, a mim mesmo e a Alister, custe o que custasse.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora