Capítulo Quarenta e Quatro

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Max Fraield:

Simon me ameaçou com um olhar, deixando claro que não queria fazer nenhum acordo comigo. Eu revidei, insinuando que iria embora.

Quando olhei de volta, Simon estava parado com uma expressão dura, enquanto Ian e Marcelo olhavam para ele em choque.

— Como soube da localização da pedra? — Simon falou com uma voz neutra.

Devo dizer que sempre fui bom em me lembrar de coisas que gostava. HQs, novelas, filmes, não importava o que fosse; desde que eu gostasse, era capaz de lembrar os nomes e as aparências dos personagens. Claro que, se eu não gostasse de algo, não me lembraria.

A localização da pedra foi uma dessas coisas que me deixou curioso. Quando foi mencionada, fiquei tão intrigado que até desenhei em um caderno e pesquisei bastante ao vir para este mundo. E foi tudo certeiro da minha parte.

— Pesquisa, muita pesquisa — respondi. — Mas sei que você não pode entrar. Quem colocou a pedra na caverna lançou um feitiço, e apenas um humano que conhece o encanto junto de um homem-fera podem pegá-la.

Simon franziu a testa, percebendo que eu tinha mais informações do que ele esperava.

— Então, você precisa de mim tanto quanto eu preciso de você — ele disse, seu tom agora mais calculado. — O feitiço é complexo, e só com a combinação certa podemos quebrá-lo.

— Exatamente — confirmei. — E é por isso que precisamos trabalhar juntos, apesar de nossas diferenças.

Ian e Marcelo observavam em silêncio, entendendo a delicadeza da situação. Jéssica, sempre pronta para uma reviravolta, segurava o frasco com o espírito, como se já estivesse planejando seus próximos passos.

— Temos um acordo, então? — perguntei, estendendo a mão.

Simon hesitou por um momento antes de apertar minha mão com firmeza.

— Temos um acordo — ele disse, seu olhar firme encontrando o meu.

Com isso, a tensão no ar diminuiu ligeiramente, mas sabíamos que o verdadeiro desafio ainda estava por vir. A jornada para a caverna e a recuperação da pedra nos aguardavam, e precisaríamos de toda a nossa habilidade e coragem para enfrentar o que estivesse à nossa espera.

Ian encostou-se na lateral de um muro em ruínas e fez uma cara pensativa, parecendo querer entender o que precisava fazer no futuro.

— Achei que nunca veria meu irmão fazer um trato com um humano que está quase debochando dele — disse Ian, provocando, e Simon rangeu os dentes.

— Sem provocações, seus idiotas, de ambos os lados — falei, e Ian se calou. — Quanto a você, cuidarei mais tarde.

Minhas palavras animaram Ian de um jeito que me fez beliscar o braço dele com força, sentindo minhas bochechas esquentarem.

— Não começa — falei.

— Parem de me ignorar — Simon disse, atraindo nossos olhares para ele. — Primeiro, preciso saber se posso confiar em você, humano.

Peguei o celular, e Simon me olhou curioso. Os cantos dos meus lábios começaram a subir lentamente.

— Preciso saber se posso confiar em você — falei. Como eu queria viver muito e sem dor, precisava fazer ele ter medo. — Este aparelho vai gravar nossas vozes, uma prova de que ambos demos nossas palavras.

Isso também é como um "escudo" para que os outros nobres não façam nada contra os meus planos. Como quero viver muito e sem dor, não tinha qualquer intenção de facilitar uma luta que envolvesse várias estratégias. Para alcançar esse objetivo, o primeiro passo era elevar minhas defesas, algo que já estava sendo construído lentamente. O segundo era encontrar um método de recuperação; a pedra era a chave. O terceiro era ser mais rápido do que qualquer outro em estratégias. O quarto era obter uma força que não me afetaria, mas que poderia causar danos a outros.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora