Capítulo Trinta e Um

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Max Fraield:

Após aguardar alguns instantes, decidi que era hora de tomar meu banho antes de sair. O vapor quente relaxava meus músculos tensos, enquanto me preparava para o próximo compromisso do dia: almoçar com meus tios e amigos.

Enquanto saboreava meu café da manhã, entre goles de café e mordidas de pão, meus familiares e amigos não tardaram em questionar a presença inesperada de minha irmã e Mesala. Com calma, respondi-lhes que ambos tinham vindo simplesmente para se certificar de que eu estava bem e para sondar se eu cogitava desistir de minha aspiração em tornar-me um membro regional.

Esta era a única discrepância em minha rotina, o que me levou a refletir sobre as lembranças que Max compartilhara sobre Alice e Mesala em suas memórias.

Peguei o papel e mergulhei na tarefa de registrar minhas lembranças de cada dia e mês. Uma enxurrada de recordações inundou minha mente, cada uma trazendo consigo uma história única e intrigante.

Certa vez, lembrei-me nitidamente de um episódio em que Alice arruinou deliberadamente as chances de uma das nossas empregadas se casar, difamando-a com uma série de mentiras cruéis. O desfecho dessa trama sombria foi a fuga desesperada da pobre mulher para um local distante, onde buscava refúgio do escândalo criado. Esse incidente foi rapidamente enterrado no passado, mantido em sigilo entre Max, Alice e a empregada que ousara desafiar sua senhora.

Em outro registro, em um certo Dia X do Mês X, recordo-me vividamente de Mesala causando estragos nas relações entre nobres, semeando discórdia e destruindo laços de amizade entre famílias influentes. Uma única mentira tecida por alguém de mente perturbada foi o suficiente para desencadear o caos, levando à ruína de duas poderosas linhagens. Tal como o caso anterior, esse evento também foi convenientemente relegado ao esquecimento, graças à influência do duque, que habilmente encobriu os rastros de sua esposa.

Um suspiro escapou de meus lábios enquanto enrolava distraídamente uma mecha dos meus cabelos entre os dedos. E então, em outro Dia X do Mês X, testemunhei mais uma vez a explosão de raiva de Mesala diante de outros nobres, uma cena lamentavelmente comum em nosso círculo social. No entanto, como sempre, Alice estava lá para acalmar os ânimos, utilizando sua astúcia para resolver os conflitos e preservar a reputação de sua sogra.

— Se não tivesse assumido o cargo de duque, as coisas poderiam ter tomado um rumo ainda mais sombrio — murmurei para mim mesmo, ponderando sobre as consequências que poderiam ter surgido ainda pior. — Uuuuh, Max, por que você teve que manter-se em silêncio! — exclamei, deixando escapar minha frustração ao imaginar as oportunidades que ele poderia ter aproveitado se tivesse agido de forma mais assertiva. Coloquei minhas mãos no rosto, expressando minha decepção pela sua aparente falta de ação diante das circunstâncias.

— Senhor! —Jéssica chamou-me de repente por trás.

— Há tantas pessoas guardando rancor contra sua irmã e Mesala! — resmunguei, deixando escapar minha frustração. — Você poderia ter usado isso!

— Senhor, por que você está subitamente fazendo uma auto-reflexão como essa? —Dylan perguntou, surpreendendo-me com sua presença. Eu nem sabia que ele estava no meu quarto, e para piorar, trouxe o folgado do Marlon, que estava deitado comendo na minha cama.

— Auto-reflexão. Huh — murmurei, desviando meu olhar para a folha onde havia escrito os acontecimentos. — Ah, isso...

— O que aconteceu? — Alister indagou, preocupado. — Estava tudo bem até a visita daquelas víboras!

— Se quiser, podemos nos livrar de ambas — sugeriu Marlon com um sorriso, oferecendo uma solução tentadora para os problemas que eu enfrentava, especialmente considerando minha limitação como um simples regional.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora