Capítulo Quarenta e Um

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Max Fraield:

Solomon se levantou e fez uma reverência para mim. Imitei o gesto. Aquele homem parecia diferente das outras pessoas importantes que conheci, até mesmo dos personagens desta história que encontrei. Ele parecia consciente de suas habilidades e influência, mas relutava em demonstrá-las na presença dos outros.

Ao seu redor, havia um ambiente que parecia perfeito para uma vida simples, um lugar onde alguém poderia se abrir com ele. Eu imaginava que Solomon preferia viver tranquilamente sozinho, como qualquer indivíduo.

— Podemos nos sentar — falei, e ele concordou.

— Sim, Max — disse Solomon, voltando ao seu lugar. — Você realmente parece ser alguém divertido para conviver.

Olhei para o banquete na mesa de centro, que não correspondia à minha definição de café da manhã completo. Sentei-me no assento à sua frente, mas logo senti algo estranho e dirigi meu olhar para o mago.

— Então, o que deseja falar comigo? — perguntei, pegando um pedaço do bolo que estava na mesa.

— Gostaria de falar sobre a festa do chá, onde você conseguiu enganar vários homens-feras — disse Solomon, indo direto ao ponto. — Você é realmente interessante, mas quero saber o que planeja fazer para evitar a vingança deles contra sua própria família ou seus aliados.

Ele estava me observando. O resto das pessoas na sala fazia o mesmo. Fiz contato visual com cada uma dessas pessoas, e toda vez que levantava o rosto, todos desviavam o olhar e continuavam a falar sobre o que eu deveria fazer em relação aos homens-feras.

Mas acabei focando apenas na mesa. Este banquete luxuoso, completamente diferente daquele café da manhã simples com o qual estava acostumado, me fez rir. Meu pai realmente fez tudo o que podia para agradar o imperador, até nos alimentos.

A primeira coisa que provei foi o bolo que cortei usando uma faca adornada com joias. Seu aspecto e cheiro eram divinos, claramente preparado por um chef habilidoso. Apenas sua cor já me deixava com fome, fazendo um sorriso surgir em meus lábios.

Ouvi uma risada e fiz contato visual com Solomon.

— Mil perdões — disse Solomon. — Mas o senhor Max é realmente calmo, nem parece preocupado com uma possível vingança.

— Senhor Solomon, tem razão, não me preocupo caso eles queiram me atacar ou o que podem fazer comigo — falei. — Claro que não confio inteiramente nos homens-feras, mas tenho algo que pode ajudar bastante e tenho um jeito de fazê-los me ouvir se tentarem alguma coisa.

Minhas palavras fizeram todos balançarem a cabeça em concordância. Devo dizer que, às vezes, é bom ser um nobre que já estudou vários casos, podendo falar como se algo não tivesse a menor importância.

Mandei esses pensamentos embora antes de me concentrar mais uma vez na comida à minha frente. Este café da manhã era extremamente luxuoso e tão saboroso que meu estômago se sentia no céu. O sorriso não queria desaparecer.

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Olhando para os pratos à minha frente, movi o garfo em direção a uma salada de frutas exóticas que eu não reconhecia. Meu alvo era uma fruta que parecia uma laranja, mas com uma cor próxima à de uma ameixa. Sem rodeios, coloquei a fruta na boca em uma única mordida.

Naquele instante, o líquido doce da fruta preencheu minha boca. Eu realmente odiava frutas cítricas, então esse sabor extremamente doce me fez inconscientemente começar a babar.

Todos começaram a rir da cena, mas eu não me importava com minha falta de etiqueta naquele momento.

— Tudo aqui tem um gosto maravilhoso — disse, depois de engolir.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora