Capítulo Vinte e Três

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Max Fraield:

Senti minha mente desmoronar a cada segundo, mergulhando na escuridão, enquanto uma sensação avassaladora parecia me envolver por todos os lados, dificultando minha respiração e provocando uma ânsia desesperada de me debater freneticamente. No entanto, meu corpo permanecia imóvel, subjugado pela dor que percorria cada nervo.

Ansiava por gritar, mas meus lábios permaneciam cerrados, sem razão aparente.

A sensação de estar aprisionado em meu próprio corpo era angustiante, como se cada músculo estivesse congelado em agonia, enquanto minha mente lutava para se libertar do abismo crescente da escuridão. Cada batida do coração parecia ecoar como um lamento silencioso, clamando por socorro em meio ao vazio que se apossava de mim. E ali, em meio ao caos interno, a única voz que ecoava era a do silêncio, um silêncio ensurdecedor que sufocava qualquer tentativa de expressão.

Então, parei de cair e, quando percebi, estava sentado em algum lugar, mas minha mente não conseguia raciocinar direito por algum motivo. Onde estou neste momento? Quem sou eu? Por que estava caindo, em um lugar vazio que só se refletia por um imenso espaço vazio? Levantei-me para melhorar minha visão e caí novamente no chão.

— Uhm... — resmunguei, sentindo uma dor excruciante. Ao tentar me levantar novamente, notei à minha frente um garotinho chorando, encolhido e limpando suas lágrimas.

Huh... Quem será que ele é?

Finalmente, consegui firmar os pés e me aproximei dele, sentindo a dor diminuir um pouco.

— Por que está chorando? — perguntei, me aproximando dele. Dei a volta, ficando à sua frente. Ele levantou a cabeça, revelando cabelos ruivos e olhos escuros, que tinham um brilho especial, como se fossem feitos de diamantes negros. Vestia uma roupa chique que destacava ainda mais seus cabelos, enquanto eu estava simplesmente vestido.

— Não sou ninguém! — o garotinho respondeu, soluçando. — Por que ninguém me abraça? Por que todos se afastam de mim?

Comovido, me agachei, incapaz de suportar ver um garotinho tão magoado e querendo saber quem iria magoar ele

— Então eu te abraçarei! Está bem? — falei, sorrindo. — Ficarei ao seu lado e não vou te afastar como os outros fazem.

Ele me olhou e notei que seus olhos mudaram para castanhos, mas sua expressão se fechou.

— Não quero você, eu te odeio, seu idiota! — o garotinho disse.

Esse menino? Que pirralho, posso dizer que ele é bem complicado.

Suspirei e chamei meu autocontrole, decidindo não reagir impulsivamente ao garoto. Contei até três antes de abrir a boca.

— Então, chore sem incomodar os outros. Se você diz que me odeia quando estou te oferecendo um abraço, isso me faz sentir como um merd... — falei, mas parei na última parte, percebendo que seria muito errado xingar uma criança tão nova. — Deixa pra lá. Uhm, como posso fazer você parar de chorar?

— Traga-me o Gabriel! — ele disse , levantando a cabeça com tanta força que parecia que seu pescoço ficaria dolorido.

— Gabriel? Quem é esse? — perguntei, confuso.

— Ele é o meu marido! — o garoto respondeu com tanta expectativa.

Fiquei em choque e quase engasguei.

— Exatamente, ele é meu futuro marido! — o garoto afirmou.

— Seu marido? Prometido? Vocês estão prometidos? — perguntei, surpreso, enquanto me sentava no chão.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora