Cuidado com O Vilão! (MPreg)

Bônus Um

Narrador:

Ian Basílios observou atentamente seus subordinados, que estavam dedicadamente imersos em suas tarefas na opulenta Mansão Fraield. Cada um deles parecia imbuído de energia, seja assobiando enquanto trabalhava ou oferecendo assistência aos demais empregados da propriedade. Enquanto isso, Ian encontrava-se em um breve momento de descanso, aproveitando para recobrar o fôlego após uma intensa sessão de treinamento com Marcelo, com quem estava aprimorando suas habilidades. No entanto, seu momento de tranquilidade foi interrompido quando ele foi chamado para auxiliar Jessica em uma questão urgente.

Ian contemplou as marcas entalhadas em sua pele, cada uma contando uma história vívida de sua jornada. Entre elas, as cicatrizes das batalhas que travara ao longo de sua vida destacavam-se como emblemas de honra. Desde os primórdios de sua memória, ele aprendera a ser resiliente, a se erguer diante das adversidades com coragem inabalável. A força era uma necessidade, uma demanda implacável do destino para garantir sua sobrevivência. Era preciso ser o mais forte, um imperativo que ele aceitara desde cedo, quando a fragilidade significava o risco iminente da morte.

A maioria dos lobos recebia suas primeiras marcas de batalha por volta dos 15 anos, um rito de passagem comum entre sua espécie. No entanto, para Ian, o destino traçara um caminho distinto. Aos 9 anos, ele já carregava em sua carne as cicatrizes do combate, um testemunho de sua precoce iniciação nas lutas que moldariam seu caráter. Seu irmão, por sua vez, enfrentara o mesmo destino aos 13 anos, uma idade notavelmente jovem para tal provação.

Recordava-se vividamente daquele dia, quando seu pai o conduzira para o campo de batalha, envolto pela iminência do perigo e a promessa de glória. A confrontação com os inimigos marcara sua pele para sempre, selando seu destino e proclamando sua identidade como herdeiro legítimo de seu pai. Cada cicatriz era mais do que uma lembrança dolorosa; era um símbolo de sua determinação inabalável, uma prova de que ele estava destinado a liderar e a triunfar, mesmo diante das adversidades mais cruéis.

Assim, Ian ascendeu ao posto de líder dos lobos, um papel que ele aceitou com tanto orgulho quanto peso nos ombros. No entanto, a harmonia entre ele e seu irmão, outrora inseparável, desintegrou-se quando surgiram desacordos sobre o destino da alcateia. Enquanto as florestas começavam a definhar, divergências surgiram sobre qual caminho seguir para proteger e preservar o bem-estar dos lobos e do ambiente ao redor.

Num momento de tensão insuportável, a disputa culminou em um confronto entre os irmãos. Ian, impulsionado pela convicção de suas crenças e pelo desejo de salvaguardar sua visão para o futuro da alcateia, viu-se forçado a enfrentar seu próprio sangue. Em um ato de desespero e determinação, ele resistiu ao ataque de seu irmão, mas não sem consequências. As garras afiadas do seu próprio sangue marcaram profundamente sua coxa, deixando uma cicatriz indelével como testemunho do conflito fraternal.

Quatro sulcos paralelos, cada um uma reminiscência da intensidade da batalha travada e das feridas emocionais que ela infligiu. Cada marca contava a história dolorosa da divisão na alcateia e no coração de Ian, que agora carregava não apenas as cicatrizes físicas, mas também as marcas da discordância e da separação que assombravam sua alma.

Seus olhos desviaram-se da cicatriz em sua coxa e pousaram sobre sua própria mão, trazendo à tona lembranças frescas da noite anterior. Naquela ocasião, encontrava-se em meio a uma cena surreal, envolvido em uma dança animada no suntuoso salão real ao lado de Max Fraield. Enquanto os acordes da música ecoavam, os olhares dos presentes eram uma mistura de surpresa e perplexidade.

A atmosfera estava carregada de tensão, especialmente porque Ian, um mero regional, fora convidado para a dança, enquanto o príncipe parecia ignorar seu próprio dever real. No entanto, ele não permitiu que as expectativas sociais o sufocassem. Ao contrário, entregou-se ao ritmo da música, deixando-se levar pela energia contagiante da noite.