Capítulo Cinquenta e Três

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Max Fraield:

A risada de Lunerio me lembrou alguém morrendo engasgado, quase me vi indo perguntar se ele estava bem, mas me mantive no lugar ao ver que o teto daquele lugar tremia de um jeito perigoso. Uma estalactite caiu, e desviei por pouco.

— Que piada magnífica — disse Lunerio, e meu queixo caiu no chão. — Conte outra para mim, deve ter inúmeras em sua mente!

Suspirei pesadamente, desejando enfrentar os esqueletos metamorfos em vez de contar essas piadas horríveis, e então disse outra piada:

— Na manhã de seu aniversário, uma mulher disse ao marido:

— Sonhei que você me dava um colar de diamantes. O que acha que isso significa?

— Talvez você descubra hoje à noite — respondeu ele.

Naquela noite, o homem chegou em casa com um pequeno pacote e o entregou à mulher. Ela rasgou o papel de embrulho, ansiosa, e encontrou um livro: O Significado dos Sonhos.

Lunerio riu novamente. Devo dizer que não me surpreendeu que essas piadas fossem engraçadas para uma criatura imortal.

— Você tem mais desse tipo de piada? — ele perguntou, e pensei por alguns segundos.

— Te darei um caderno de piadas iguais a essas se você me der a pedra e libertar a todos — falei. Ele pensou por um momento e balançou a cabeça violentamente, o que me fez temer que ela fosse cair. — Mas precisarei de tempo para escrever. Pode vir comigo para ficar de olho no que vou escrever para você.

— Trato feito — ele disse, retirando o colar e jogando-o para mim enquanto se levantava do trono. — Podemos ir!

Mostrei o resto do pessoal, e ele estalou os dedos. Segundos depois, todos estavam ao meu lado: Jéssica descabelada, Marlon ofegante e com os óculos quebrados, e por último Ian, com as calças rasgadas e vários ferimentos nos braços.

O grupo de Simon, Steven e Arthur estava em pior estado, quase senti pena deles. Aproximei-me de Ian, preocupado, e ele sorriu.

— Precisa mais do que um monstro-lula para acabar comigo — disse Ian. — Acho que ele ficou com medo da Jéssica descabelada.

Jéssica lançou-lhe um olhar assassino, e tivemos uma conversa particular onde prometi pagá-la mais se ela deixasse isso de lado. Ela fez um "ok" com o polegar.

— Quem é esse? — Marlon perguntou, olhando para Lunerio.

Olhei para Lunerio, que riu.

— Sou um deus que vive de pegadinhas, bruxo — disse Lunerio com um sorriso e estalando os dedos. — Agora, vamos. Você precisa me fazer um livro de piadas o mais rápido possível. Para a parede de sombras, basta colocar a pedra nela e ela se desfará.

— Livro de piadas? — disse Steven, chocado.

— Ele trocou nossas vidas por um livro de piadas — Simon disse, incrédulo.

— É que vocês dois são palhaços — falei, sorrindo, enquanto me virava para a parede e colocava a pedra contra o muro de sombras.

Uma luz branca surgiu e, minutos depois, o muro se desfez. Ouvi até algumas almas de monstros dizendo palavras de agradecimento.

— Podemos partir agora — falei, e saí caminhando de volta pelo caminho.

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Do lado de fora, meu bom humor estava ótimo, tanto que comecei a assobiar.

— Chega, agora me dê a pedra! — Simon falou, vindo na minha direção, e no minuto seguinte, a ponta da minha espada quase atravessou sua garganta.

Cuidado com O Vilão! (MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora