Maurício vem acompanhado de um homem de robe, visto a camisa do papai, tem seu cheirinho bom, mas não me me ajuda a sentir melhor, agarro a mão do meu irmão que me puxa para mais perto. O homem parece ter a idade do papai, mais magro, tem menor estatura e olheiras enormes debaixo dos olhos, o robe está fechado, mas vemos claramente que está de pijamas por baixo dele.
Ele e meu pai trocam um aperto de mão e o homem senta-se, Fred me puxa para o lado oposto da sala e fecha a cara para o homem, Mau fica junto a porta, seus olhos estão em mim e pela minha posição provavelmente questiona-se o que aconteceu e porque Frederico me protege.
- Tudo bem? - pergunta tão baixinho que só noto porque estou olhando seus lábios.
Sacudo a cabeça positivamente e ele sacode de volta. Faz aquela horrível pose de soldado colocando as mãos para trás e fica na porta.
- O que vocês querem saber primeiro? - Thomas pergunta, Fred e eu nos sentamos, ele aperta minha mão, eu até reclamaria que tá machucando, mas provavelmente estou fazendo a mesma coisa com a dele.
- Mau, na moral, fica em pé como uma pessoa normal, senta, ou vaza. - Banguela pede.
Maurício senta-se ao meu lado, estendo-lhe a minha mão, mas o cara olha para o meu pai, depois para mim, sacode negativamente a cabeça, rejeição não é uma sensação que eu conheço bem,mas por hora procuro engolir a vontade de chutar a canela de Maurício.
- Gaúcho esses são meus filhos, a Vi você já conhece, aquela é a Aretha e ele o Frederico. - o homem acena para nós e demora-se um pouco no Banguela.
- Ele é tua cópia!
- Porra nenhuma que eu sou!
- Era para ser um elogio! - o homem se defende sem entender muito bem.
- Não é um bom momento, gaúcho, somente agora ficaram sabendo do que eu faço.
- O quê? - o homem boquiaberto olha meu pai - tu tá falando sério? Que loucura Thomas, como conseguiste esconder por tanto tempo. Qual a idade desses piás?
- Eu e a ruiva traíra temos 19 – Frederico responde apontando para a Vi – Aretha tem 24.
- Descobriram com o atentando? - o homem encara meu pai em desaprovação, mas Thomas não parece se importar. - Pode me chamar de Gaúcho, eu sou amigo e colega do teu pai.
- Amigo? - pergunto.
- Agora eu vi de tudo. - Frederico cruza os braços e encosta no sofá – Já entendi, fomos sugados para uma dimensão paralela na qual invadem sua casa, tentam matar sua mãe e o Thomas tem amigos.
O tal do gaúcho ri, mas a cara feia do nosso pai logo lhe cala.
- Se tu tens senso de humor acho que as semelhanças são somente na aparência.
- Eles farão umas perguntas e você pode responder a verdade.
- Por que tentaram nos matar? - começo tentando provar se o que Thomas disse é verdade.
- Algumas pessoas que trabalhavam conosco estavam envolvidas em atividades ilegais e Thomas os denunciou, sinto muito que tenha acontecido com vocês, mas vingança não é incomum em situações assim.
- Foram atrás de você?
- Não, eu sou TI, não costumo me envolver em missões pessoalmente e quase ninguém conhece meu rosto, mas como foi teu pai a denunciar, teoricamente não teriam nada contra mim.
- Você é racker? - meu irmão pergunta.
- Legal, né? - o fulano pergunta claramente sem saber quem somos nós.

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Fred 2.0
RomanceDepois de sobreviver a um atentado e descobrir desagradáveis verdades sobre a Família Frederico tenta se ajustar na companhia da irmã Aretha e um novo amigo. Multiplos pontos de vista narrativo, todos em primeira pessoa. O texto possui conteúdo adu...