22 - Awkward Waffles

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Meu Fred versão Disney, lembrando q o personagem somente tem tattoos nos dedos e não nos braços.

 Chegamos em casa, Maurício não queria, mas insisti que subisse comigo, na sala está tudo coberto de plástico, o que só pode indicar duas coisas: vamos matar alguém ou pintar a casa. Maurício cai na minha cama, sem pedir permissão, pelo menos não está cheirando os lençóis como fez no flat. 

O coitado tá desenvolvendo uma queda pela minha irmã, mas não acho que tenha chance, Aretha não ficaria com um militar, e se o Mau tentar meu pai lhe arrancaria o pescoço.

Depois do que vivemos faço questão de que minhas irmãs se apaixonem por gente descomplicada, com trabalhos bem entediantes e seguros, alguma coisa que me garanta de que nada de ruim vá acontecer, nunca.

Deixo o quarto fechando a porta, papai não gostaria de ver meu segurança tão à vontade, mas o bicho precisa dormir e ainda não quero ficar sozinho com minha família, sem a Aretha aqui só me sobra a mamãe e ainda não a perdoei 100%.

Na cozinho encontro dona Ati, sua camisola de seda e lingerie cara foram substituídas por uma camisa velha do São Paulo e uma bermuda jeans curta demais, mas com Maurício dormindo não preciso ameaçar ninguém.

Vejo-a retirar as raspas das laranjas e contenho minha vontade de saltitar, ainda tô bravo.

- Não fica achando que vou perdoá-los só por causa dos waffles de laranja.

- Porra nenhuma que não vai! – diz sem se surpreender com minha presença, mamãe sempre sabe quando tem alguém chegando.

Abraço-a por trás e dou um beijo nos seus cabelos, os fios brancos vão aparecendo mais e mais, debaixo da blusa sinto os braços firmes, a mamãe é muito forte, é difícil acreditar que nem mesmo Ati Sales Furquim seja imune ao tempo.

A massa vai ficando pronta e me lembro do tempo em que perder os waffles da mamãe era a coisa mais complicada da minha vida. Bons tempos.

- Achei que merecíamos um lanche em família, sem drama.

- Meio difícil quando tem marca de tiro na geladeira.

Ela vira-se para mim e olha na direção do refrigerador. Provavelmente não tinha notado, suspira e sacode a cabeça negativamente. Nossa vida virou de ponta a cabeças e agora temos marca de tiro até na cozinha de casa! Tudo culpa do Thomas. Ela prova a massa com a colher. 

- Achei que o pior tinha passado, o último susto foi quando você é era pequeno.

- O que aconteceu?

- Nós fomos seguidos, passamos um pt no trânsito. Eu e a rover tivemos de nos virar, mas no final das contas não era nada relacionado a mim ou seu pai, era uma tentativa de assalto, viram um carro bacanão dirigido por uma mulher com um bebê, acharam que seria fácil.

A mamãe pisca e sorrio. Não preciso saber do resto porque a rover viveu longos e felizes anos, mas os caras provavelmente têm pesadelo com ela até hoje.

- Sabia que naquele foram suas primeiras palavras? – normalmente eu pediria o resto da história, mas não tô com vontade de conversar. - ah a Aretha não poderá vir.

- Eu sei, tô vindo de lá.

- Fred, cê continua sem conseguir dormir?

- Não tenho sentido sono. - respondo - mas acho que cochilei um pouco essa madrugada.

- A perfeita disse que cê continua colado no Maurício, é amizade ou tá com medo de alguma coisa acontecer?

- Acho que os dois, ele disse que o Thomas ainda não suspendeu sua presença, prefiro o maluco ao meu lado do que me vigiando de longe, that is creep as fuck (1).

Fred 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora