Desço da moto vendo Isa e Aika entrar no táxi. Essa garota deveria procurar outra boate, o Fred vem aqui desde que se mudou pra Brasília.
Quando eu fazia sua segurança tive de inventar desculpas para irmos em outros lugares, coisa mais difícil é fazer segurança quando a outra pessoa não faz ideia do que está acontecendo, tive medo do Fred achar que eu tava apaixonado por ele.
Olho meu reflexo no retrovisor e ajusto o cabelo, tenho de raspar essa coisa, cabelo dá trabalho. Prendo o capacete na moto e vou entrando subsolo abaixo, só tô aqui porque aparentemente a Aretha quer me ver, o Fred não foi específico.
Descubro que Frederico já pagou minha entrada e consumação, desgrama, além de ter grana ele é gente boa, mas não gosto de ninguém pagando minhas dívidas e não preciso de atestado de pobreza na frente da Aretha. Alguns dançam, outros bebem e outros jogam sinuca, mas mesmo que o lugar estivesse apinhado eu conseguiria notá-la.
Na pista de dança Aretha requebra sorridente, vestido curto, meia calça, saltos e os cabelos numa intrincada trança de raiz, como usaria uma guerreira viking, ao seu lado dança também a irmã, o penteado é o mesmo e não duvido que tenham se arrumado juntas.
Na mesa próxima ao bar alguém acena para mim, cumprimento uns colegas de trabalho e olho em volta procurando a girafa marombada. Vou chamá-lo assim pra sempre.
- Oi! - Fred e eu nos cumprimentamos e como sempre acontece aquele estalo quando nossas mãos se conectam.
- Fabrine esse é o Maurício, meu amigo e sócio no curso de defesa pessoal. - ela estende a mão e Fred continua – Maurício essa é a Fabrine minha namorada.
- Amiga! - ela corrige apressada. - Eu sou amiga do Fred.
- What? - confuso, ele retira o braço do ombro dela, irritado – como assim minha amiga, você não é minha amiga.
- Fred será que podemos conversar depois? - ela pede.
- Porra nenhuma!
- Mano, quem te atacou? Eu terei de fazer sua segurança até quando? - pergunto curioso e para mudar de assunto.
- Sem piada maluco! - ele me dá um soco – Fabrine, que porra é essa de amizade? Nós estamos transando, eu não transo com meus amigos!
- Se vai rolar DR eu vou pra pista. - aviso e dou as costas.
Com exceção do cabelo muito curto, da falta de cachos e a habilidade de ver a garota é bem o tipo do Frederico, gostosa e bonitinha. Nunca entendi porque um cara que pode ter qualquer mulher não escolhe as perfeitas. Olho em volta notando Aretha requebrar, talvez seja esse o problema, a única mulher perfeita no mundo é irmã dele. E se Deus quiser será minha namorada, em breve.
- Oi! - digo para a Aretha. - Quem fez isso em ti? Meus Deus, vocês não conseguem conversar sem sair no braço?
Ela continua dançando, me ignora.
- Garoto, fica na sua! - Vi pergunta, sem parar de dançar. - e ela ainda tá brava contigo.
- Aparentemente! - respondo.
- Relaxa, nós estamos no time certo! - Vi diz.
- Como assim?
- Ela tá falando da Olívia! - Aretha interrompe. Ah, Vi acha que ainda estamos brigados por isso.
- Isso – Vi confirma – eu e você somos time Olívia! - ela diz e suspiro aliviado.
- Com certeza, time Olívia. - confirmo. Vi se afasta sorrindo e Aretha me dá as costas.
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Fred 2.0
RomanceDepois de sobreviver a um atentado e descobrir desagradáveis verdades sobre a Família Frederico tenta se ajustar na companhia da irmã Aretha e um novo amigo. Multiplos pontos de vista narrativo, todos em primeira pessoa. O texto possui conteúdo adu...