21 - Maurício

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- Bom dia! – digo fingindo um bocejo.

- Mano você ronca!

- Fuck you! - respondo.

- E peida!

Ignoro o comentário porque Aretha não ouviu, mas ainda vou esfolar o Fred por zoar com minha cara na frente dela. Esfrego os olhos e a batida na porta chama atenção do palhaço.

- Lu! - depois de abrir a porta ele estende a mão para uma garota de boca aberta – ver você tão cedinho só pode ser um bom presságio.

Ainda de boca aberta a garota entra, dá a mão ao cara e ele faz toda aquela firula, depois beija sua mão e bochecha, a porta do banheiro é aberta e num coque e toalha sai Aretha.

- Santo Deus! - eu deixo escapar.

A Aretha não tem nada debaixo da toalha, muito claramente, fico de pé e meus pés vão na sua direção, eu nem sei o porquê. O Fred tá aqui, nós não podemos conversar a vontade, mas preciso pedir desculpas, e ela também deveria já que foi quem tentou me matar.

- Bom dia Maurício, como vai? - fala, mas vai na direção do guarda-roupas na frente da cama. - Luana, pára de babar no meu irmão, por favor. Eu nem sei se perdoei vocês!

Eu não sei o que de errado eles fizeram, mas não gosto da ideia, Aretha é perfeita, ninguém deveria fazer nada de errado com ela, a garota deveria estar num divã tendo os cabelos trançados e sendo paparicada. A tal da Luana olha para mim, confere, mas depois sua atenção volta para o Fred, controlo minha vontade de revirar os olhos.

- Lu você está a cada dia mais linda, veio nos visitar?

- Não, ela veio estudar comigo e você tá indo embora. - Aretha responde jogando uma camiseta por cima da toalha. Ela puxa o tecido felpudo e percebo que não estava nua porque tem no corpo um micro shortinho jeans.

A tal da Lu não fala, e o Fred beija sua mão novamente, depois seu braço e por último sua bochecha, dessa vez bem perto da boca, ele faz devagar, criando toda uma cena, a menina deve ter esquecido de respirar.

- Bom dia – estendo a mão para a tal da Luana. - Maurício ao seu dispor.

- Prazer – ela quase sussurra e olha para baixo, noto que estou só de cueca, mas tudo bem porque se a Aretha pode me admirar não faz mal. 

Ela tá me olhando não tá? Espicho a vista, mas ela tem a garrafa de café nas mãos e vai servindo duas canecas. Por favor Deus que não seja para mim, eu não posso tomar uma xícara do café deles, que dirá uma caneca! Para meu desespero ela estende uma para mim e outra para a pessoa.

- Pára de babar nas minhas visitas, por favor. - pede e fico aliviada porque eu sou visita então me notou, será que a Aretha gosta da minha tatuagem? Mulheres normalmente acham sexy.

- Eu espero que você tenha mel porque não vou beber essa gororoba amarga.

- Ai!Não apunhá-la assim meu coração - Fred pede fazendo drama e colocando a mão no coração.

- Desculpa! - a garota pede e põe a mão no peito dele. - eu achei que fosse a Aretha a fazer - Ela chega mais perto totalmente esquecida da caneca que deveria aceitar ou de que tem outras pessoas na sala.

- Toma essa porra e pára de suspirar pelo meu irmão! - Aretha reclama – Fred, vá colocar uma roupa.

- Por que? Eu tô bem, o que você acha Lu, eu fico bem assim? - pergunta e envolve a garota nos braços, coloca as mãos na sua cintura e a jovem terá que ser recolhida do piso com um balde porque vai derreter.

Fred 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora