31 - Maurício

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Resista à vontade chutar o Mau no capítulo de hoje, ele vai mudar nem que seja na marra, o Fred me prometeu.

Aretha não está em casa e eu tenho que procurar onde morar, ligo, mas chama até cair. 

Subo na moto e decido avisar Frederico que não consegui encontrá-la, mas de repente a pajero antiga estaciona na porta do prédio. Desço correndo da moto e vou até lá.

- Oi. - digo me aproximando – bom dia.

- Bom dia, Maurício – ela responde com cara de brava.

- Aconteceu alguma coisa?

- Nada de mais, e você, está bem?

- Posso ajudar tem alguma coisa que eu possa fazer?

- Tem 20 mil reais para me arrumar?

- Não!  Moça, não tenho nem parente que tem esse dinheiro.

- Por que você tá aqui? - ela pergunta meio impaciente.

- Vim pedir sua ajuda – minto – vou olhar umas kitinetes.

Ela fita o relógio de corrida no pulso esquerdo e não responde, mas pega o capacete da minha mão e segue para minha moto. 

O sol da manhã não está tão forte e uma leve brisa embala seus cabelos, quando dou partida Aretha me abraça, coloquei alças na moto quando imaginei que teria de dar carona para o Fred, mas fico contente que ela prefira meu corpo. 

A medida que aumento a velocidade suas pernas me apertam mais e mais, a sensação é tão boa que me vejo tentado a pegar uma rodovia só para não parar.

Vamos para o primeiro dos endereços. Não tenho grana para muita coisa, mas quatro das kitinetes que marquei estão aqui no Plano Piloto. Seguimos para a W3 Norte e paro no prédio perto do famoso mercadinho japonês. 

Aretha desce da moto e sinto imediata falta do calor e cheiro de mel. Descemos com os capacetes nas mãos.

- É minusculo – eu digo minutos depois. - não tem como eu morar aqui!

- É por que você mora em casa, demora um pouco a se acostumar, mas o tamanho é legal.

- Mesmo? - pergunto sem acreditar.

- Olha o meu flat, por exemplo, aqui é maior.

Coço a cabeça, mas o flat é tão chique que esquecemos ser tão miudinho.

- Aqui você tem o luxo de ter um quarto! - ela diz chegando até a porta de madeira – e a iluminação é ótima.

Me aproximo o suficiente para ver, mas o que me chama atenção é o quanto fica sexy de jeans, Aretha tá quase sempre de jeans, uns são acima do umbigo e outros, como o de hoje, são bem abaixo mostrando a barriga chapada, tem o umbigo pequeno, a pele cor de chocolate parece doce e de repente me dá uma vontade doida de comer uma barra inteira.

Ela informa que não pode me acompanhar nos demais lugares. Piloto devagar até o flat, sem vontade de deixá-la, queria ficar na sua companhia o dia inteiro.

- O que você tá fazendo? - ela pergunta quando permaneço na moto.

- Indo embora.

- Desce, almoça comigo.

- Mesmo?

- Of course, that would be lovely (1).

Valha-me Deus! A Aretha falando inglês é motivo para rezar uns quatro pais-nossos e tomar um banho gelado pra me livrar dos pensamentos pecaminosos.

Fred 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora