Minutos depois eu gozo, caímos no colchão e meu peso descansa sobre seu corpo. Sua respiração é música, mas cortada por pequenos soluços, puxo a coberta que sinto ao alcance e a cubro, beijo seu rosto, pescoço e colo enquanto ela me aperta abraçando mais e mais. Deixo que o silêncio bom se alongue, o som da chuva lá fora me lembra de que talvez esteja com mais frio do que imagino.
- Tá com muito frio?
- Tá tudo perfeito. - responde com voz embargada.
- Você tá chorando? Achei que o soluço fosse de frio!
- Tá tudo bem, só tô um pouco emotiva.
- Eu te machuquei? Mas achei seu ponto G e você gemeu gostoso...
- Tá tudo bem, de verdade – ela segura meu queixo - foi a melhor transa da minha vida!
- Ah. - suspiro aliviado – Porra, gata, quase infartei aqui... e você tava bem molhada, não era pra ter doído... não quero ser indelicado, mas de quanto tempo era teu atraso?
- Bastante tempo! - ela confessa e aperta minha cabeça entre os peitos.
Fuck, I could live on top of these tits (1)!
- Então já que estamos sendo honestos é bom saber que eu não transo com toda gatinha que encontro na escuridão, sou um rapaz de família!
Ela ri, a barriga sacode e me abraça mais apertado.
- Mesmo? Que responsabilidade a minha!
- Agora você terá de pedir minha mão! Eu não posso ficar mal falado por aí!
A garota sorri mais e mais, o som ecoando pelo quarto escuro.
- Você mora sozinha?
- Não, com minha mãe e irmã.
- Ah, um clã de mulheres!
- Exatamente. E você?
- Lá em casa somos um reino, minha mãe é a rainha, nós os príncipes e meu pai é o cavaleiro.
- Tá falando sério?
- Sério, nos chamamos assim e tudo.
- Espera, mas por que teu pai não é rei?
- Porque somos um matriarcado e o trono é da mamãe, pra sempre.
- Você é fofo!
- Fofo? Porra nenhuma! - digo e mordo seu dedo – Pode me chamar de gato e gostoso, mas não fofo! Tá tirando?!
Ao invés de responder ela sorri, os dedos calejados acariciando minhas costas.
- Qual é seu nome todo, ou é Frederico, o fofo?
- É Frederico Furquim Northcot.
- Nome estrangeiro, é por isso que fala palavras em inglês?
- Meu pai e avó são ingleses.
- Que legal, mas você fala mesmo ou só sabe palavras?
- Somos fluentes lá em casa.
- Que massa ser metade estrangeiro. - ela afirma e agora acaricia minha cabeça quase raspada.
- Mais ou menos, por causa deles pareço um tomate se fico muito tempo no sol!
A garota gargalha.
- Sérião, meu, fico vermelhão, queimado feio, se eu tivesse puxado à rainha teria a pele dourada. Minha mãe é linda!
- Ownn, então você é filhinho da mamãe? - pergunta e ficamos de lado, nossos narizes rentes um ao outro.
- Totalmente, e você?
- Também, minha mãe é daquelas super protetoras, meio da pá virada, mas maravilhosa.
- Tô ligado... então não vamos contar que você trouxe um desconhecido pra casa, primeiro eu te levo para sair, depois você conta que não consegue viver sem mim.
- Oi? Quem disse que não consigo viver sem ti? Garoto, você é metido!
- Eu sou realista! Você tava gemendo, quase morrendo minutos atrás, duvido que consegue me esquecer!
- Gente! Você se acha demais! - ela me cutuca nas costelas e eu me esquivo, não gosto de cócegas.
- Realista é o que eu sou. Eu sou gato, sarado, São Paulino, inteligente e sexy, mina se você já não estiver apaixonada é porque não tem coração!
Sorrindo ela me ataca, tento me defender dos seus dedos, mas depois relaxo porque ela começa a me encher de beijos.
- Tá vendo?! Eu disse que sou irresistível.
Me acomodo na cama e puxo seu corpo para cima do meu, carinhosa ela me beija, os dedos longos vão pela minha pele suada e puxo a coberta sobre nós, talvez eu devesse ir embora, mas há dias tô sonhando com uma gata nos meus braços, sexo, carinho e nada de solidão. Talvez a Fabrine seja exatamente um presente dos céus.
- Fá, brincadeiras a parte, cê quer sair comigo?
- Se quando o dia nascer você ainda quiser.
- A luz do dia não vai mudar nada.
- A luz muda tudo, mas se tu me chamar de fá novamente não te dou nem meu telefone.
- Mas fá é tão legal, é musical, como sua voz.
- Boa noite, Fred metido furquim.
- Boa noite Fabrine não fá de...
- Silva, Fabrine da Silva.
- Boa noite? Ainda temos sua camisinha, se você quiser eu tô mais do que...
- Esquece – ela me interrompe – a camisinha que eu tenho é definitivamente pequena para você.
Ficamos em silêncio um longo minuto até que desatamos a sorrir.
- De nada! - digo e ela gentilmente me dá um tapa no rosto.
Essa é a melhor noite em muito tempo, com intimidade Fabrine se enrosca em mim, a mão me acaricia com curiosidade e carinho, sem pressa. Sorrio, é como se estivessemos juntos há um tempão, não vou estragar pensando demais, mas ela me fez sentir desejado, esperado, querido. Seria muito legal se ela quisesse me ver muitas vezes, muitas e muitas vezes.
870 Palavras
Tradução:
(1) Porra, eu poderia viver nesses peitos!

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Fred 2.0
RomantizmDepois de sobreviver a um atentado e descobrir desagradáveis verdades sobre a Família Frederico tenta se ajustar na companhia da irmã Aretha e um novo amigo. Multiplos pontos de vista narrativo, todos em primeira pessoa. O texto possui conteúdo adu...